Morro do Cristo atrai 35 mil visitantes por ano

Principal cartão de visitas de União da Vitória pode agregar potencial turístico com investimentos

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Atualizado há 10 anos

Por Mariana Honesko

Maioria dos visitantes que assinam registro é de fora: 70% é turista
Maioria dos visitantes que assinam registro é de fora: 70% é turista

Muitos sobem a escadaria em busca de perdão. Outros agradecem. Há ainda os que enfrentam a maratona de quase 230 degraus apenas por avistar, lá do alto, uma das paisagens mais amplas e belas das Cidades Irmãs. Seja qual for o motivo, o Morro do Cristo é um dos cenários mais populares da região e uma aposta para os membros do Conselho do Desenvolvimento do Turismo de União da Vitória (Codetur). A entidade também enxerga além do horizonte e vê na história e no próprio atrativo uma oportunidade para dar ênfase aos negócios turísticos.

Argumentos para atrair mais visitantes não faltam. A imagem sacra é a segunda maior do País. Perde apenas para o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, e empata com o Cristo Luz, em Balneário Comburiu. Para chegar ao Morro do Cristo, é preciso disposição para enfrentar os 224 degraus. O esforço é compensado: ao longo do percurso, as imagens da Via Sacra servem como incentivo.

Morro do Cristo (Foto Aeroarte - Jaime Joly)
Morro do Cristo (Foto Aeroarte – Jaime Joly)

A combinação tem agradado ao conselho e à secretaria de Indústria e Turismo. A prefeitura oferece a manutenção do espaço, bem como monitora a freqüência dos visitantes. Na capela, na base da imagem do Cristo, há um livro de registros. No domingo, até às 15 horas, quase 30 nomes haviam sido inscritos por lá. Desde 2005, quando disponibilizou o livro lá em cima, a secretaria de Turismo comemora a evolução nas “subidas”. “Todo ano tem aumentado o número de visitantes”, revela a turismóloga da secretaria, Daiane Scolaro. O livro revela o potencial. A maioria das assinaturas é de moradores de outras cidades e países. “Na verdade, 70% é de fora”, comenta.

O prestígio do Morro do Cristo só fica atrás da Maria Fumaça. Aos olhos do Codetur, ele é sinônimo do que pode ser agregado. “Em toda a cidade, você enxerga o morro. É o nosso cartão de visita”, defende a vice-presidente do conselho, Eliane Aparecida da Rocha Silveira. Para ela, contudo, a falta de investimentos no morro limita a visitação exclusiva à ele. Por isso, ele aparece em segundo, mas não menos importante, plano. “A Maria Fumaça ainda alavancaria o turismo mas o Morro do Cristo agrega muito”, explica.

Parte das árvores já foi cortada para aumentar a visibilidade panorâmica
Parte das árvores já foi cortada para aumentar a visibilidade panorâmica

Para dar vida ao local, o Codetur avalia uma lista de possibilidades. Entre elas estão, por exemplo, o investimento em acessibilidade, o que permitira a visitação de idosos – hoje eles não sobem as escadas – e de pessoas com mobilidade reduzida. O conselho estuda a possibilidade de instalar rampas e até escada rolante no acesso. O Morro do Cristo é carente ainda de infraestrutura básica, como maior numero de banheiros, bares ou restaurantes. Nos finais de semana, a alimentação resume-se ao saco de pipoca e um a lata de refrigerante, comercializados por ambulantes. “Estamos vendo, inclusive, a possibilidade de privatização”, revela Eliane.

A ideia já é aplicada nos outros dois atrativos que empatam em popularidade. Em Camboriú, por exemplo, a visitação ao Cristo Luz não sai por menos de R$ 25. No Rio de Janeiro, o ingresso com transporte, pode custar até R$ 50. A cobrança pode garantir mais investimentos e, quem sabe, alcançar vôos mais altos. A secretaria de Turismo não esconde sua vontade de colocar sistema de bondinhos, com passeios até o Parque Ambiental Ary Queiroz. Por enquanto, Codetur e prefeitura preparam suas estratégias.

O que já foi feito

O Morro do Cristo, cuja história remonta ao final da década de 60, já viveu dias de maior dificuldades. O acesso, no bairro São Joaquim, era pela estrada de terra. Hoje, há asfalto em toda a extensão, até o “pé” do Cristo. A escadaria ainda é original mas já recebeu melhorias e corrimões. Atendendo pedido da comunidade, o Codetur agilizou o corte de parte das árvores de uma das laterais. A presença dos galhos e a altura das plantas estariam comprometendo a visibilidade panorâmica dos visitantes.

Morro do Cristo 03 -Fé nas alturas

Morro do Cristo

Inauguração – 8 de junho de 1968

Altura da imagem – 27 metros e seis metros do pedestal

Escadaria – 224 degraus