NAS ESCOLAS: FÉRIAS!

No recesso escolar, brincadeira e aprendizado caminham juntos. No Vale do Iguaçu, tem opção para todos, gratuitas e pagas

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Atualizado há 5 anos

Férias no parque: amigos e pais se reúnem para aproveitar juntos o período de descanso (Fotos: Mariana Honesko).
Férias no parque: amigos e pais se reúnem para aproveitar juntos o período de descanso (Fotos: Mariana Honesko).

Com o mês de julho, chegam as férias do meio do ano, um período mais curto, que dura em média 15 dias e que mexe com a rotina dos pais, dos tios e dos avós. É que nessa época, a maioria dos familiares trabalha. Então, para dar conta das necessidades dos pequenos, é preciso planejamento, organização e, por que não, um pedido de folga no trabalho.

Embora os arranjos precisam acontecer, as férias não perdem sua missão: ser um descanso para as crianças que já viveram os dois primeiros bimestres – com provas, trabalhos e atividades – em suas escolas. É tempo de ficar um pouco à toa, sem compromissos e rotina. Mas, depois de alguns dias ociosos, o tédio começa a aparecer. Por isso, é interessante que algo seja feito.

No Vale do Iguaçu, existem opções para as férias. Os mais populares são os parques infantis. Em União da Vitória e em Porto União, são vários deles, espalhados no centro e nos bairros. De modo geral, a estrutura é nova, com areia ou grama. Em alguns parques, existem cercas de proteção no entorno do complexo e bancos, para o descanso de quem frequenta o ambiente. Gratuito e aberto o tempo todo, os parquinhos chegam a ficar lotados em alguns momentos do dia.

Parques públicos são gratuitos e escolhidos por quem não vai viajar, por exemplo
Parques públicos são gratuitos e escolhidos por quem não vai viajar, por exemplo

Na sexta-feira da semana passada, por exemplo, o parque que fica em frente da igreja Matriz de Porto União, ficou lotado, por conta da visita dos pais e outros familiares, bem como pela chegada dos alunos das séries infantis do Colégio Santos, instituição que fica ao lado do espaço e que naquele dia, vivia seu último dia de aula (os calendários de férias variam sem semanas conforme a região e Estado).

Uma turma de mães dos alunos do terceiro ano do Colégio Visão, de União da Vitória, também esteve por lá. Para elas, as férias de julho mudam a rotina, mas, como o período é curto, é mais fácil encontrar um equilíbrio. “É um período mais corrido para atender as crianças, mas como eu sou dona de casa, consigo me organizar e ficar com o Gustavo. Quando tem sol, é parquinho. Quando está chovendo, é filminho, Netflix, brincadeiras em casa”, conta Adriane de Oliveira, mãe do Gustavo, de oito anos.

Para a mãe e professora do segundo ano do Fundamental, Pâmela Cordeiro, as férias atendem plenamente pais, filhos e professores. “Nesse período, a gente esquece um pouco da escola, curte os filhos, deixa o que é preciso de lado e é apenas mãe, pai e filhos. A gente acorda tarde, come bobeira, não tem hora para nada. Quando os alunos voltam, eles vêm mais tranquilos, com sede de aprender, de ver a apostila nova”, comenta.

Na semana passada, por conta da trégua no frio, parque no centro de Porto União recebeu dezenas de crianças
Na semana passada, por conta da trégua no frio, parque no centro de Porto União recebeu dezenas de crianças

Para ajudar a gastar a energia da turminha, as colônias de férias também podem ser opções. Para os pais, ela é ainda mais interessante, já que as crianças ficam no local em um determinado horário e apenas no final do dia, voltam para casa.

No Sesc, o projeto Brincando nas Férias é atrativo – tem desconto para os comerciários – e atende os baixinhos da comunidade a partir dos seis anos de idade. Parques privados, como o Happy Park e o Kids Play, também tem promoções para o período de férias: o pagamento de uma tarde, por exemplo, garante horas de lazer e lanche frasquinho.

A professora Dirlei Klabunde Guimarães, deixou a sala de aula para cuidar de uma colônia de férias. A CriAtiva é um ambiente é de fazenda, no interior de União da Vitória, com capacidade para atender até 40 crianças de uma só vez, com idades que variam dos três aos 12 anos. A experiência custa R$ 65, em média, incluindo transporte de van, lanche, lembrancinha e um mergulho na natureza, faça chuva ou sol.

“A colônia de férias funciona desde 2017. Era para ser só no período de férias. Mas como as crianças amaram a ideia, alguns pais pediram para fazer com mais frequência. Então fazemos pelo menos uma vez por mês fora do período de férias”, conta. “O principal objetivo é que a criança aproveite essa fase.  A colônia busca resgatar a fantasia, do mundo encantado da infância. Elas (as crianças) são levadas pelos monitores a fazerem trilhas na mata para que tenham um contato direto com a natureza aprendendo sobre plantas e animais. Entre outras atividades, oficinas de artesanato, pinturas, experiências, circuitos, jogos, carrinhos elétricos e passeio a cavalo”.

Deu tão certo, que além de atender as crianças da região do Vale, a colônia já recebeu também os pequenos oradores de outros lugares, como de São Mateus, Curitiba, Itajaí, Brasília e Rio de Janeiro. “Entendo ser necessário e muito importante ter um espaço ao ar livre para as crianças brincarem e se divertirem. Um local que vai proporcionar a elas aprendizado, lazer e descontração ao mesmo tempo.   Hoje a agenda dos nossos pequenos está cheia de atividades com muitas regras e responsabilidades, o que acaba trazendo desgastes e preocupações, para elas. A colônia de férias serve como uma válvula de escape para que a criança minimize a sua carga de estresse.  Natureza, animais, ar puro e o contato com outras crianças, envolvendo muitas brincadeiras, possibilitam a elas um relaxamento físico e emocional”, avalia.

Férias, lá vou eu!

As férias não aparecem no final do ano ou no meio dele por acaso. “O período é importante, pois as crianças precisam descansar da rotina de estudos, reorganizar pensamentos e se divertirem. É um período para renovar as energias e aumentar a pré disponibilidade para novos aprendizados que virão após as férias”, afirma a pedagoga, Rafaela Geschonke Dal Bó. É justamente neste momento de descanso, que as crianças desenvolvem capacidades sociais, emocionais e cognitivas. “É importante que os pais, juntamente com as crianças invistam em atividades divertidas e diferentes, podem também promover encontros entre os amigos fora do espaço escolar mantendo o vínculo já criado na escola”, ressalta. E para quem está à frente da sala de aula, as férias garantem a reorganização das aulas, para a continuação do segundo – e importante – semestre. “Com novas ideias, novos projetos e energia renovada para a continuidade do ano letivo”, diz.

Em um artigo para a Gazeta do Povo, Ana Rapha Nunes, escritora infanto-juvenil, afirma que é bom sair da rotina, mas, uma pitada de criatividade faz muito bem. “Dessa forma, é um bom momento para aprender algo, fazer descobertas, sem as exigências da escola, mas por vontade de explorar e conhecer o mundo”, destaca. A escritora lista uma série de lugares para ir aprender e ser divertir. Vamos a eles? “Que tal um passeio no museu? Levar as crianças a esse local pode ser uma rica experiência, em que elas poderão conhecer mais sobre História e Arte de uma forma lúdica e interativa”, sugere. E tem mais. “Um passeio em uma biblioteca também é algo que estimula as crianças, seja ouvindo histórias ou escolhendo livros de seu interesse. É uma maneira de aproximá-las da leitura. Nesse sentido, uma volta em uma livraria pode ser uma boa pedida. Há livrarias muito aconchegantes, que as pessoas perdem a noção do tempo envolvidas com o mundo dos livros”.

E se a opção for ficar em casa mesmo? “Há um extenso leque de atividades, o importante é deixar a criatividade nos guiar. Uma delas é preparar uma receita junto das crianças. Elas adoram poder participar e, depois, ver o prato pronto e degustar. Explorar o jardim também é uma ideia, seja cuidando das plantas ou simplesmente apreciando a natureza. Quem não mora em casa, às vezes, tem um espaço verde no prédio ou ainda uma praça por perto. Esse contato com a natureza é muito enriquecedor para os pequenos”. E por aí vai (veja mais no quadro).

De todas as cartinhas, a lição que fica é uma só: o importante é não deixar as férias passarem em branco, pois com um pouco de imaginação tudo pode ganhar um sabor diferente.

Mais dicas

O artigo de Ana Rapha Nunes com todas suas sugestões está disponível no link, www.gazetadopovo.com.br/vozes/educacao-e-midia/ferias-escolares-descanso-e-aprendizado/