‘Onze por todos, todos por onze’, assina um padre apaixonado pelo IGUAÇUZÃO

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Atualizado há 5 anos

padreemiliobortolini-livro-aaiguacuEmílio Bortolini é um padre diferente. Mestre em Espiritualidade, título conquistado em Roma, é fã de São Patrício, de rock, de bons livros, de uma cerveja irlandesa e, mais recentemente, da arte de escrever livros. Sim, Bortolini está com duas obras no forno: uma, sobre a história de Porto Vitória, onde ele é pároco da igreja São Miguel Arcanjo (o livro virá com CD’s também, com músicas autorais e inéditas, feitas para a cidade) e outra, sobre o Iguaçu, time de futebol de União da Vitória e que, no coração do padre, tem lugar especial.

Foi justamente sobre o livro que Bortolini falou recentemente em uma entrevista para o Jornal O Comércio e para a CBN Vale do Iguaçu. A obra sobre a ‘Pantera do Vale’, se chama ‘Onze por todos. Todos por onze’. O projeto, que deve ser concluído em novembro – mês que lembra a estreia do time, em 1971, quando empatou com o Pinheiros, também do Paraná – também terá CD, em uma narração especial sobre a história do time. Com o título, Bortolini pode até entrar para o Livro dos Recordes, por reunir o maior número de músicas autorais sobre um mesmo assunto – neste caso, sobre o ‘Iguaçuzão’.

Emílio Bortolini, 42, é Bacharel em Filosofia e Teologia pelo Instituto Santo Alberto Magno de União da Vitória, é Mestre Summa Cum Laude (Com a Maior das Honras) em Espiritualidade, pela Universidade Santo Antônio de Roma. Natural de Itajaí, no litoral catarinense, mas paranaense de coração, o religioso soma quase duas décadas como padre.

ENTREVISTA

Jornal O Comércio (JOC) – Do que trata, exatamente, o livro ‘Onze por todos, todos por onze’?

Emílio Bortolini (EB) – Nasci em Itajaí, mas me criei aqui (União da Vitória) desde meses de idade. Quando criança, sempre assisti aos jogos do Iguaçu. No seminário, o bispo não deixava a gente sair para ver jogo (risos). Mas sempre que dava, eu ia assistir aos jogos junto com meu pai e meu irmão. E pode parecer ridículo o que eu vou falar, mas quando eu morei em Roma, fui em alguns jogos no Estádio Olímpico, eu pensava no Iguaçu jogando no Ferroviário (risos).

JOC – Gosta de esportes então?

EB – Sim e quando voltei de Roma, meu irmão me contou que o Iguaçu acabou. Fiquei decepcionado. Ano passado, vi uma hashtag ‘a pantera está voltando’. Isso é nome de música. Fiquei com aquilo na cabeça e fiz uma música. Era para ser só uma ideia mesmo. Naquele mesmo dia, fiz mais umas músicas sobre o Iguaçu. Aí pensei em fazer mais algumas e fazer um CD. Logo me veio a ideia de fazer 11 músicas, que compus em dois, três dias. Quando coloquei no CD percebi que as 11 músicas duravam no total 45 minutos, que é o tempo de um tempo no futebol. Foi sem intenção. É lógico, eu deveria ter pensando nisso (risos). Então, eu pensei que poderia fazer um segundo tempo. Aí pensei em União da Vitória. O livro que acompanha é um comentário sobre as músicas. E tem um DVD também, que são clipes sobre a cidade e o Iguaçu.

JOC – Quando a comunidade vai ter acesso ao material?

EB – Em novembro, dia 14 de novembro, o primeiro jogo do Iguaçu completa 47 anos. Conversei com o presidente do Iguaçu e ele comentou que devem fazer alguma ação no mês que vem, para arrecadar fundos para o time. A perspectiva é de lançar o projeto em novembro também.

JOC – O senhor já tem 20 anos como padre. No Paraná, o senhor aparece como o padre mais rock in roll do Estado. É isso mesmo?

EB – Esse título veio de uma reportagem feita para uma revista chamada Helena, da Biblioteca Estadual do Paraná. Eles entraram em contato comigo, vieram para cá. Espiritualmente falando, toda vida de fé tem que ser baseada na autenticidade. O encontro com Deus não permite máscaras. Então, o único meio de encontrar o Deus vivo, de verdade, é ser quem você é. Não é preciso ser roqueiro, se fazer de roqueiro. Isso é falsidade. O fato é que na espiritualidade, se percebe com clareza isso. Deus cria cada ser humano de um jeito. Se ele não desenvolve isso, o negócio não funciona. Não fico falando de rock na missa. O peixe que eu vendo é o Evangelho de Jesus Cristo. Não são os Beatles ou Rolling Stones. Mas como ser humano, é algo que mexe comigo.

Música na veia!

De origem italiana, a família Bortolini, além da tradição religiosa, também tem uma linhagem de músicos. Raulino, pai do padre Emílio, foi maestro da Banda Municipal Emílio Taboada, de União da Vitória, durante 30 anos, e é o autor do hino de União da Vitória e da cidade vizinha de Matos Costa (SC). Sua paixão pela música foi transmitida aos filhos. Ernani Bortolini, irmão mais velho do padre, tocou com o pai por muitos anos na corporação, além de atuar em outros grupos musicais – alguns, inclusive, com Raulino, novamente, na batuta.

Entrevista

Todo o conteúdo em áudio da entrevista está disponível na página da CBN Vale do Iguaçu, a partir do Portal VVale. O acesso é gratuito. O endereço eletrônico é o https://www.vvale.com.br/cbnvaledoiguacu.