POR ONDE ANDA… Antonio Godoi, lembra dele?

Radialista fez história no Vale do Iguaçu; sempre em cima do lance

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Atualizado há 3 anos

radio

Vamos deixar o ouvinte sempre bem informado.

Nível do Rio Iguaçu agora está em dois metros e três centímetros.

Agora vamos aos indicadores econômicos …

É fantástico! Povo fantástico! É incrível”

[…]

– Cirene? Passou uma ambulância.

– Vixi! Agora passou a polícia.

– Liga no Godoi para saber o que aconteceu!”


Por anos foi assim. Ouvintes do Vale do Iguaçu não mencionavam a emissora de rádio, mas sim, faziam menção dos acontecimentos sempre ao repórter Antonio Godoi, que é hoje considerado uma lenda viva na história do rádio local.

Godoi é do tipo observador, nada extravagante. Porém, quando estava de posse de um microfone ou do gravador se transformava. Parecia que ele ganhava ‘super poderes’. Ele era capaz de narrar mais de dez assuntos em menos de um minuto. Sua maneira de compartilhar os fatos é autêntica.

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Na memória dos mais antigos, Godoi marcou época. Já para os mais jovens, sua trajetória no jornalismo local chama a atenção. Embora atualmente não esteja sob os holofotes da mídia, tampouco a frente de um microfone, a trajetória de Godoi não foi esquecida.


Meio século na comunicação

Antonio Hugan Godoi, nasceu em 18 de agosto de 1958. É casado com Erica Maria Schmidt Godoi, com quem teve quatro filhos: Cesar, Cassio, Camila e Caline. Também é avô e sempre disposto em ajudar os amigos.

Depois de muitas e vindas pela Sul do País, Antonio em 1980, fixou residência em Porto União.

Iniciou sua carreira em 1968, na Rádio Caçanjurê de Caçador (SC). Ainda em 1980, conquistou espaço na Rádio Colmeia em Porto União, onde ficou por 33 anos. É autor dos livros “Em Cima do Lance”, “Guardião de Raios”, “A Cura por Intermédio da Fé”, e o mais recentemente “O Rádio no Coração”, que relata histórias e situações passadas por ele, nesses 50 anos de trabalho junto a imprensa local e regional.

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Com a esposa Erica

É formado em Relações Públicas e Jornalismo pelo Centro Universitário de União da Vitória (Uniuv) e em Direito pela Universidade do Contestado (UnC) de Porto União; pós-graduado em Comunicação, Marketing e Negócios.

“Minha trajetória é simples. Eu nasci em São Joaquim (SC). Depois, fomos para Matos Costa (SC). Em Caçador, também em Santa Catarina, me criei até os 20 anos de idade. Estive também em Vacaria, Campo Alegre, São Paulo e no Maranhão. Tempos depois, viemos para Porto União para eu estudar e trabalhar, mas foi em 1980 que eu voltei e fiquei aqui para sempre”, conta.

Filho de Normélio, tropeiro e agricultor e de Maria Clara costureira, Godoi conta que foram eles os principais responsáveis pela sua formação pessoal.

“Eles são a minha gente. Sempre me cobraram a seriedade. Ensinamento incrível”, disse.

Godoi sempre almejou o ensino superior.

“Quando eu vim para Porto União, ainda não tinha concluído o segundo grau; então eu vi no Supletivo uma brecha para os estudos. O supletivo é uma revolução no Brasil, é fantástico”, compartilha.


Informações eram sagradas

Ele aprendeu com o pai o que era a informação.

“Era sagrado, sempre ao meio-dia, ouvíamos os jornais, em especial da Rádio Caçanjurê. O meu pai gostava de ficar informado. Fazíamos a leitura de jornais e de revistas, como a Cruzeiro. Estava sempre folheando a informação. Tive muitas referências. Aprendi com meu pai sobre o orgulho em estar sempre informado”, diz.


Pagamento de dívida

No Vale do Iguaçu, Godoi teve a sua primeira oportunidade na Rádio Educadora, em União da Vitória. “Eu tinha o sonho de encerrar minha carreira na rádio em que eu comecei”, lembra.

Depois da aposentadoria na Rádio Colmeia, em 2013, Godoi precisava pagar uma dívida. “Fechei o ciclo. Comecei e finalizei meu trabalho na Educadora. Paguei minha dívida!”, descontrai.

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Godoi e a filha Camila, que também é jornalista

O comunicador acrescenta que contribuiu com várias batalhas a serviço do povo, como a recuperação da via na BR-280, SC-135, melhorias no Trevo do Mallon, entre outros. “Orgulho foi grande em acompanhar o esforço de tanta gente por algumas causas na região”.


Por onde anda?

Godoi não saiu do Vale do Iguaçu, continua morando no bairro Santa Rosa, em Porto União. É proprietário de uma chácara, onde dedica parte do seu tempo com a criação de galinhas e no plantio de frutas. Apaixonado pelo jornalismo, segue atualizando o seu blog godoinet, Jornalismo Independente. Nos planos, aparecem um novo livro.


Pensa em retornar aos microfones?

De momento, Godoi tem outros planos, porém, como dizem no dito popular: “o futuro a Deus pertence”.