POR ONDE ANDA… Bruna Kobus, lembra dela?

Jornalista fez história na comunicação do Vale do Iguaçu. Genial e destemida, a menina, que hoje é mãe, conquistou admiração de todos que a conheciam

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Atualizado há 3 anos

Sua trajetória por aqui foi genial e brilhante.

Ela é destemida, curiosa e dona de um bom humor sem igual. Para ela, não existe tempo ruim. De tudo, absorve um aprendizado e bola para frente. Combinações perfeitas para a admiração de praticamente todos que a conheceram.

Bruna Kobus fez sua história no Vale do Iguaçu. Sua ausência por aqui deixou saudade e a pergunta que não quer calar: POR ONDE ANDA Bruna?

Aos 27 anos, ela iniciou a sua carreira menina. Hoje é a mãe da Elena, de um ano e cinco meses. Paralelamente as suas atribuições profissionais, Bruna é zelosa com o seu lar na famosa cidade das Cataratas do Iguaçu, a paranaense Foz do Iguaçu.

É lá que ela divide sua história de vida ao lado do marido Jonatan e da enteada Beatriz.

“O Vale do Iguaçu foi muito importante para a minha construção como profissional e foi minha casa por muito tempo. É claro que pretendo visitar as cidades, sempre que possível. A minha filha ainda não conhece o Vale do Iguaçu e quero muito levá-la até as cidades. Também quero matar a saudade dos amigos que ficaram por aí. Tudo quando esse caos da pandemia passar”, afirma.


“Memórias que guardo no coração”

Sua formação acadêmica aconteceu no Centro Universitário de União da Vitória (Uniuv). Como jornalista, Bruna não consegue nominar um fato, em específico, que marcou a sua trajetória aqui nas cidades.

“Foram várias experiências importantes. Desde àquela que eu chorei, até à que eu sorri. Todas ajudaram na minha construção. São memórias que guardo no coração!”

No Vale do Iguaçu cobriu os mais variados assuntos.

“Porém, o que mais me marcou foi o acidente na Serra Catarinense que levou mais de 50 pessoas da cidade. Aquilo foi chocante. Acompanhar a chegada das vítimas no ginásio da faculdade que eu estudava. Eu guardo até hoje essa cena na minha memória. Assustador!”, lembra.

Bruna iniciou sua carreira profissional em janeiro de 2012, no Grupo Verde Vale de Comunicação, na época como repórter do Jornal O Comércio e Portal Vvale.

“Tenho muito carinho por todos!”, diz.

Ao deixar o Grupo Verde Vale, em novembro de 2016, Bruna alçou voos e novas oportunidades. A menina, cuja marca registrada é coragem, foi trabalhar como repórter na RPC, rede afiliada da Rede Globo no Paraná e, foi morar em Cianorte. Por lá, ficou cinco meses. Depois, recebeu o convite para registrar fatos e histórias na fronteira mais movimentada do Brasil.

“Ano passado saí da RPC. Foram anos muito importantes para a minha carreira. Aprendi muito e com gente muito boa”.

Na televisão, Bruna também cobriu os mais variados assuntos.

“Todos me ajudaram a amadurecer enquanto jornalista. A queda do avião da chapecoense impactou diretamente nisso. Foi nessa cobertura que eu fiquei próxima da família do Danilo, que morava em Cianorte. Tive de lidar com a dor de uma mãe que abraçou o Brasil todo em um momento que precisava ser abraçada, consolada. Ainda, em Cianorte, fiz minha primeira transmissão em um jogo da Seleção. O Jogo da Amizade, entre Brasil e Colômbia, com direito a dividir tela com Galvão Bueno. Tudo por conta da tragédia. Mas, aquilo me fortaleceu”.


Jornalismo na Fronteira

Bruna conta que o trabalho na Fronteira de Foz do Iguaçu foi um tanto quanto desafiador.

“Aqui já tive de me adaptar com o fato de estar numa fronteira e que tudo pode acontecer de uma hora para outra. Nas primeiras semanas já tive de cobrir uma das pautas sobre o assalto à Prosegur, no Paraguai”.

A cobertura jornalística, naquela ocasião, envolveu toda a redação da RPC.

“Cada equipe ficou em um canto e eu fui para uma troca de tiros entre polícias de todas as forças, com os bandidos que tentavam cruzar o Lago de Itaipu, que faz fronteira entre Brasil e Paraguai. Foi tenso. Gravei minha passagem na beira do Lago, ouvindo os tiros. Para VT rendeu Rede, meu primeiro Jornal Hoje, chamados carinhosamente de JH nas redações de TV”, compartilha.

Conta a repórter, que a cobertura mais impactante foi o atentado ao Colégio Mondrone, em Medbianeira.

“Quando um adolescente entrou no colégio e atentou contra a vida de alguns alunos. Eu lembro que foram várias horas em pé dentro da sala, falando com exclusividade para todos os jornais da casa. O local, estadual, GloboNews e, ainda, abri o JH. Consegui segurar mais de quatro minutos, ao vivo, de dentro da sala de aula que havia acontecido o ataque. Dias depois, ajudamos em uma produção para o Fantástico com informações. E mais que isso, tive o privilégio de acompanhar a recuperação de uma das vítimas. Fui recebida pela família e acolhida com muito carinho. Pude contar uma história triste que teve um desfecho lindo de perdão. Contei com a confiança de muita gente, principalmente dos pais daquele adolescente que estava se recuperando, que abriram as portas da casa. Do próprio adolescente, que me permitiu contar a história dele”, relata.


“Onde a Kobus tá, tem treta”

Foi assim que os colegas de trabalho se referiam à Bruna.

“Falavam assim, porque me tornei especialista em cobrir conflitos (riso). Sempre tive a sorte de dar os furos e conseguir sustentá-los depois, sempre ao vivo. Já consegui cobrir prisão de secretário ao vivo, saindo do camburão e entrando na delegacia. Fiz muita cobertura de operação da Polícia Federal e outras operações. A Ponte da Amizade é refém dos conflitos. Ainda, sobre a fronteira, uma coisa que me marcou muito foi cobrir a reabertura da Ponte da Amizade depois de sete meses de pandemia. Foi muito importante estar lá. Se algo não está bom, a Ponte fecha. Já estive do lado de cá e do lado de lá. Inclusive grávida. A Elena já está acostumada com adrenalina, desde a barriga da mãe”, compartilha.

Aos 18 anos, Bruna também esteve na África do Sul para a realização de projetos sociais.


Em Off

Ela pode ser pequena de tamanho, mas é gigante em suas escolhas e sonha alto. Profissionalmente, Bruna tem novos planos para 2021, mas que ainda estão em Off (como se diz na gíria jornalística) e, não podem ser compartilhados por enquanto.

“Vou voltar para as telinhas da TV, em um novo projeto e em uma nova casa. Já estou me preparando para a estreia. Será uma coisa que nunca vivi antes. Assunto completamente diferente daqueles que já cobri até hoje. Estou empolgada”, revela.


De Cascavel para o mundo

Bruna nasceu em Cascavel (PR), mas considera o Vale do Iguaçu uma extensão de sua casa. Ela chegou em União da Vitória quando tinha apenas 14 dias de vida.

“Voltar para a Fronteira foi uma oportunidade de me reaproximar de parte da família que não tinha tanto contato quando criança. Na região de União da Vitória, mora a família da minha mãe, os Kobus! Minha mãe nasceu em Irineópolis e meus avós moraram por muitos anos lá. Eles moraram em Valões até se mudarem para Porto União, onde moram até hoje. Tenho tios e tias aí também. Ah, e primos. Aqui na Fronteira (Foz e Cascavel) está a parte da família do meu pai. Primas e primos, tios, avó e avô. Meus pais, hoje, moram no Pará e minha irmã em Maringá. A fronteira me recebeu muito bem. Me deu oportunidades de crescer profissionalmente e pessoalmente. Deus me deu uma família aqui”.