POR ONDE ANDA… Gilmara Gaertner, lembra dela?

Locutora fez história na inesquecível Rádio União

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Atualizado há 3 anos

Dona de um timbre único de voz, pioneira como locutora mulher da inesquecível Rádio União, Gilmara Gaerter, hoje com 61 anos, começou cedo sua vida como comunicadora. Segundo ela, sem querer.

Foto: Arquivo Pessoal
Foto: Arquivo Pessoal

Ao pedir uma gravação do Hino Nacional Brasileiro para uma apresentação na praça, em 1985, Gilmara foi descoberta. Gravou um texto e, alguns dias depois, já era a nova contrata da Rádio.

“O início foi muito divertido e maravilhoso”, disse Gilmara.

Foi dela, também, o pioneirismo na região como primeira mulher a integrar uma equipe de narração esportiva. “Na época era microfone com fio, e eu ficava no meio da galera”, lembra.

A principal recordação de Gilmara para seus fiéis ouvintes, que lembram até hoje de sua personalidade única, além da voz, são os jargões utilizados: Alô cidade, Oi cidade, Bom dia cidade.

Em 2015 uma pausa na carreira, devido a descoberta de um câncer de mama. O começo das quimioterapias deixava Gilmara mais sensível. Era hora de se despedir dos ouvintes. A locutora também passou, no mesmo ano, por uma mastectomia.

Até hoje, o carinho é imenso por parte dos ouvintes das madrugadas da Verde Vale, onde Gilmara também foi

 “É assim como tudo na vida, o que a gente faz de bom é passageiro. Em 29 anos como locutora eu aprendi muito”.


Por onde anda ?

A pandemia tirou de circulação muita gente. Gilmara, em especial, que adorava viajar, visitar as duas filhas, e seus netos, precisou dar uma pausa.

Em junho de 2020, dois meses após o início das medidas restritivas no Brasil, àquela que praticamente não parava em casa se viu trancada entre quatro paredes.

“Sem ter o que fazer, decidi mudar coisas de lugar dentro de casa”.

Depois das mudanças, veio a vontade de ter mais espaço. Trocou as janelas e começou uma grande transformação no espaço que antes servia para poucas horas. Gilmara sempre gostou de passear.

Foto: Arquivo Pessoal
Foto: Arquivo Pessoal

Dois cômodos viram um. Uma cozinha ampla e aconchegante. A pintura e toda a decoração foram feitas por Gilmara e sua irmã. Seu quarto de costura também ganhou reformas durante a pandemia

“Eu e minha irmã também mexemos aqui. É preciso manter a mente ocupada, para não cair na rotina”.


Se perguntares onde anda Gilmara hoje, anda reformando, pintado e mudando.

Ainda com a pandemia, e com o objetivo de se ocupar e inventar moda um novo hobby: fazer Kombucha – uma bebida fermentada por leveduras e bactérias que fazem bem à saúde, feita a partir do chá preto e adoçado, sendo por isso uma bebida que fortalece o sistema imunológico e melhora o funcionamento intestinal.

“Minha filha me apresentou a Kombucha e eu de cara gostei”. Ela faz a bebida para a família toda. “Antes de tomar cerveja, bebo kombucha”.

Durante os meses pandêmicos, Gilmara mudou hábitos. Quem conhece a locutora sabe do seu gosto por Whisky.

“Parei de tomar whisky, agora bebo todos os dias uma taça de vinho seco”, comemora Gilmara.

Também passou a confeccionar máscaras. Foram mais de 500 até agora.

“No começo eu ia nas filas de mercados, farmácias e doava. Pessoal de asilos buscavam as máscaras. Sempre carregava na bolsa algumas, todas foram doadas”.

Gilmara mora sozinha, e um sobrinho no começo da pandemia comentou sobre a Alexa – uma assistente virtual desenvolvida pela Amazon. Ela é capaz de interagir com voz, reproduzir música, fazer listas de afazeres, definir alarmes, transmitir podcasts, reproduzir audiolivros e fornecer informações sobre o tempo, trânsito, esportes e outras informações em tempo real, como notícias, além de controlar sistemas e aparelhos inteligentes e conectados.

Alexa, além de ser uma bela companhia, ainda ascende o abajur, além de ligar e desligar a tomada de carregamento da moto elétrica que Gilmara ganhou em janeiro de 2021 na promoção Abastece Aí do Posto Ipiranga.

Foto: Arquivo Pessoal
Foto: Arquivo Pessoal

“Depositei quatro cupons e disse ‘essa moto vai ser minha’.  A surpresa chegou no dia 6 de janeiro”, comemora o novo modo de ver a vida, sob duas rodas. A moto trouxe praticidade e bons passeios.

Gilmara é religiosa, reza todos os dias.

“A oração é um vício. Precisamos cuidar da parte espiritual e o mundo precisa de orações”.

Alguns sonhos ainda permanecem, um deles, depois que tudo isso passar é conhecer Salvador (BA). Minas Gerais, que também fazia parte de um sonho, já entrou para a memória. “Já fui para lá”.

Gilmara teve altos e baixos, mas continua sua luta, hoje bem melhor que ontem, e sem medo de morrer.

“Hoje eu espero mais a minha morte do que meu próximo dia”.