POR ONDE ANDA… Tiné Fagundes, lembra dele?

Profissional fez história no rádio com conteúdo esportivo e jornalístico em várias emissoras do Vale do Iguaçu

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Atualizado há 3 anos

Uma vez locutor, sempre locutor?

No caso de Hélio Fagundes, popularmente conhecido por Tiné, sim!

Ele já fez parte do banco de vozes de emissoras de rádio no Vale do Iguaçu e região, e não perdeu – nenhum pouco –, a sua maneira de comunicar. Tiné mantém os trejeitos que conquistou ouvintes por mais de duas décadas. Em conversas, mesmo aquelas informais, ele mantém sua voz impostada e grave. Mesmo sem dispor de um microfone, mantém a narrativa em bom tom. Não é mais uma disputa pela audiência – longe disso. Sua voz ainda chama a atenção, mesmo sem querer. Já dizia Vladimir Spinoza, no manual de Locução da Rádio Senado, ao parafrasear em 1997 a seguinte frase: “A voz do locutor transmite a magia do rádio”.


Por onde anda Tiné?

“Ando vivo (risos)”, brinca.

Tiné comenta que muitas pessoas contavam com a sua companhia diariamente, porém aconteciam pelo rádio ou pela TV. “Muitos chegam e dizem ‘quanto tempo que eu não te vejo’. E realmente eu dei um chá de sumiço na turma”.

Aposentado, Tiné encerrou a sua carreira no rádio em 2011. “Agora eu sou um sujeito caseiro. Gosto de me encontrar com os amigos, porém, estou mais em casa, também por conta da pandemia”, diz.

Atualmente, mora no bairro São Pedro, em Porto União, com a Rosilda, que, segundo ele, é a sua companheira de todas as horas. “Estamos muito felizes”, afirma.


De coração catarinense

Filho de Antônio Fagundes Primo (in memorian) e Letícia Cordeiro dos Santos, Hélio Fagundes é o filho do meio entre cinco meninos e uma menina.

Nasceu em 3 de agosto de 1964, em Lages (SC), porém com registro na cidade vizinha de Campos Novos. Fã número um de sua família, é pai de duas filhas, Flávia e Valéria, avô do Guilherme, que completa três anos em junho.


“NOTICIÁRIO, FUTEBOL E PONTO FINAL!”

Por anos, esse foi o bordão utilizado pelo locutor aqui no Vale do Iguaçu. Porém, sua carreira iniciou um tanto quanto despretensiosa. Em 1980, Tiné, cujo apelido veio da infância, era jogador de futebol. “Enquanto jogador sempre fui entrevistado no final das partidas. Na ocasião, em Fraiburgo, recebi o convite de Nelson Paulo Santos, na época para diretor da Rádio Rural e, que hoje ocupa a função no Grupo Barriga Verde, em Joaçaba. Ele achou que a minha presença no rádio ‘daria jogo’. Aceitei rapidinho e fui. Iniciei como sonoplasta e depois passei para os microfones. Foi aí que começou a minha história na comunicação”, conta.

Tiné teve passagens rápidas em rádios de Guarapuava (PR) e nas catarinenses Itajaí, Florianópolis e Videira. “Retornei para a rádio de Fraiburgo e trabalhei lá por mais um período”.

Foi em 5 de janeiro de 1987 que Tiné iniciou sua história em União da Vitória. “Na cidade, o meu primeiro emprego foi na Rádio Difusora União (que hoje abriu espaço à CBN Vale do Iguaçu), na época localizada no calçadão da Avenida Manoel Ribas. Miguel Calinoski, responsável pela emissora no período, me contratou. Fiquei cerca de dois anos na emissora. Depois, fui convidado, para trabalhar na rádio Colmeia, em Porto União, com o amigo Orley do R. Maltauro – também minha inspiração no rádio –, o qual solicitou meus trabalhos ao senhor João Carlos Coas, que foi quem me contratou. Trabalhei lá entre 1989 e 1991, em um programa musical no período da tarde, e nos fins de semana ou até mesmo durante a semana, como repórter esportivo, nas transmissões da Associação Atlética Iguaçu”.

Paralelamente com a rádio Colmeia, também foi locutor no período da manhã, na 95 FM, na época na Rua Barão do Rio Branco (hoje Jovem Pan). Segundo ele, o seu casamento mais duradouro aconteceu com a Rádio Educadora, em União da Vitória, de 1991 a 2011. Também, por três anos foi comunicador na TV Mill, em União da Vitória.


Uma história com União da Vitória

Tiné trabalhou na comunicação da prefeitura de União da Vitória, onde por 12 anos foi chefe de cerimonial. “Acredito que, juntamente com Airton Maltauro Filho, fomos os cerimonialistas mais atuantes dos últimos 20 anos no Vale do Iguaçu”.

Também, apresentou inúmeros artistas que vieram se apresentar nas cidades. “Foram grandes oportunidades na minha vida”, lembra.

Em seu currículo, foi assessor de comunicação do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de União da Vitória, onde por 15 anos apresentou eventos de 1º de Maio, Dia do Trabalhador. Também, trabalhou na Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar) e foi presidente da Associação de Moradores do bairro São Bernardo.

Por muitos anos, Tiné foi apresentador do extinto Festival Estudantil da Canção (FEC), que reunia grande número de público na região.
Ainda, na vida pública, foi vereador em União da Vitória.


COMUNICAÇÃO: O que mais marcou

  • “UNHA DE OURO”

Em Itajaí, Tiné apresentou o show de Milionário & José Rico (in memorian). “Foi muito bacana. Na ocasião, Zé Rico me presenteou com uma unha de ouro, a do dedo mindinho da mão esquerda”. Depois, em razão do sucesso daquele show, já em União da Vitória, sugeri à administração um show aqui com os artistas. “E foi também um grande show, com direito a partida de futebol com o Zé Rico”.

  • “Narrei até boxe”

De folga, em um sábado à noite, Tiné decidiu assistir uma luta de boxe no extinto Ginásio do Sesi em União da Vitória. “Cheguei lá e o pessoal do som gritava: você veio salvar a nossa barra? E eu sem entender. Era a disputa pelo título Sul-Americano. O pessoal do som não tinha narrador para a ocasião. Bom, eu narrei muita coisa, mas nunca boxe. Eu não tinha nem ideia. Então, o organizador do evento me chamou e disse que me ajudaria com as palavras chaves, como golpe de direita, etc. Foi legal, ganhei experiência e ainda saí com uns ‘pica paus’ no bolso. Até hoje, a turma pega no meu pé”.

  • Pretende voltar aos microfones?

Ele responde rápido. “Não. Vou deixar essa tarefa com os mais jovens, com os formados em jornalismo e comunicação social. Peço que ocupem os espaços com responsabilidade. A vida de aposentado está muito boa, pois não tenho horário. Já como repórter a vida é muito corrida, você não tem horário para nada, nem sábados, domingos e feriados. Eu já passei por isso e a informação nunca para”.