Caixa suspenderá parcelas da casa por até 6 meses

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Atualizado há 3 anos

Em meio à queda da renda das famílias por causa da pandemia, a ‘Caixa Econômica Federal (CEF) suspenderá a cobrança das prestações do financiamento imobiliário de beneficiários do auxílio emergencial e do seguro desemprego. A medida foi anunciada na manhã de segunda-feira, 7,pelo presidente do banco público, Pedro Guimarães. A pausa nas prestações poderá ser de até seis meses.

A Caixa não divulgou quantas pessoas poderão ser alcançadas pela medida. O banco possui cerca de 500 mil clientes que têm financiamento imobiliário e, ao mesmo tempo, recebem o auxílio ou o seguro desemprego, de acordo com fonte próxima à instituição. A iniciativa valerá também para quem já está com parcelas atrasadas. Esse público é de cerca de 160 mil mutuários, segundo fonte.

“Conversando com os clientes, empregados e correspondentes, percebemos que essa era uma demanda importante”, disse Guimarães durante live do banco. O fato de o auxílio e o seguro desemprego serem pagos pela Caixa, conforme o executivo, facilita a estruturação da medida.

Para o público em geral, a Caixa permitirá o pagamento de parte das parcelas. Os clientes poderão reduzir suas prestações do crédito imobiliário em até 25% por um período de até seis meses. Os pedidos para flexibilização podem ser feitos diretamente no aplicativo da CEF.

Caso queira um fôlego maior, o cliente poderá reduzir sua parcela de 25% a 74,99%, mas por menos tempo, até três meses. Também será possível uma diminuição de mais de 75% no valor das parcelas para aqueles que comprovarem perda de renda – esses casos passarão por análise do banco público.

Em paralelo, a Caixa anunciou a realização do primeiro Feirão Digital da Casa Própria. Tradicional na agenda do banco, o evento anual não ocorreu em 2020 por conta da pandemia. No formato virtual, a ação acontecerá entre os dias 25 de junho e 04 de julho. A expectativa é emprestar R$ 1,2 bilhão no período. Serão ofertados 180 mil imóveis de mais de 600 construtoras. Desse total, 6 mil imóveis pertencem à Caixa e foram retomados por inadimplência pelo banco público.

Os imóveis retomados pela Caixa serão ofertados em condições especiais no leilão. A novidade é que o banco irá financiar até 100% do valor de avaliação. Pelas regras do Banco Central, o limite é de até 90%. No entanto, esses imóveis já foram financiados pela Caixa e, pela falta de pagamento, as operações foram provisionadas a valores inferiores à cifra real dos bens.

Os financiamentos de imóveis retomados terão custo de taxa referencial (TR) mais 2,5% e remuneração da poupança, além de carência de seis meses. Segundo Guimarães, será a linha com condição mais atrativa na história do banco. “Será bom para a Caixa e para os clientes.”

Geralmente, a Caixa, assim como outros bancos, vendem os imóveis retomados por inadimplência em leilões. Neste processo, porém, perdem tempo e dinheiro. São cerca de dois anos para retomar o bem e depois vendê-lo a um preço de cerca de 60% do valor real do imóvel, deixando na mesa os outros 40%. Enquanto isso, tem de arcar com custos do imóvel e de capital.

A Caixa tem na prateleira 23 mil moradias retomadas por inadimplência. Líder em crédito imobiliário no País, o banco detém 68% do mercado. Até maio, o banco contratou R$ 52,4 bilhões em novos financiamentos.