Resultado de prévias aumenta pressão sobre Aécio e Alckmin

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Atualizado há 2 anos

A vitória de João Doria nas prévias do PSDB aumenta ainda mais a pressão política e as dúvidas sobre os próximos passos de dois ex-presidenciáveis do partido, o deputado Aécio Neves (MG) e o ex-governador Geraldo Alckmin (SP).

Ambos se opuseram à candidatura governador de São Paulo e apoiaram o governador gaúcho Eduardo Leite. Derrotados internamente, agora se veem com pouco espaço de poder, às voltas com especulações de que deixarão o partido.

O PSDB concluiu suas prévias no sábado, 27, com mágoas não cicatrizadas e desentendimentos explícitos, e um cenário de “união” pregado pela direção nacional é visto como distante para integrantes da velha guarda do partido.

Apesar do ambiente hostil e das cobranças por expurgo, Aécio – de quem Doria já defendeu publicamente a expulsão do partido – seus aliados rejeitam haver intenção de debandada.

Alckmin, por sua vez, pode ter sua saída precipitada. Aliados dizem que não há mais condições de ele permanecer na legenda. O ex-governador, que foi padrinho político de Doria, vinha conversando com partidos de centro-direita, como o PSD, e até de esquerda, como o PSB, e vem sendo considerado ator importante nas disputas pelo Palácio do Planalto e pelo Palácio dos Bandeirantes.

Embora ninguém no partido cogite hoje que Aécio atue numa eventual campanha presidencial de Doria, seus aliados calculam que o agora pré-candidato do PSDB precisará do apoio de Minas para pacificar o partido e evitar defecções até as eleições.

O deputado federal mineiro Paulo Abi-Ackel, aliado de Aécio, disse que o desafio que Doria terá nos próximos meses será o de demonstrar ter “condições de liderar uma candidatura viável na terceira via”. “A bola está com ele”, disse o deputado, cuja ala apoiou Eduardo Leite.

Um dos temores correntes entre aliados de Doria é que seus inimigos na legenda trabalhem para que o PSDB desista de ter candidato próprio a presidente e apoie um nome de centro para representar a terceira via.

A reportagem tentou contato com Aécio e Alckmin, mas não obteve resposta até o fechamento da edição.