CASA DOS AMAZONAS: Prefeitura faz levantamento de melhorias no imóvel

Mas, ainda assim, destino e uso do espaço é incerto

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Atualizado há 8 anos

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Imóvel é histórico e foi até protagonista de uma das profecias de João Maria: estrutura frágil e deficiente

Ainda está em fase de elaboração o levantamento de intervenções que a popular Casa dos Amazonas, em São Cristóvão, precisa. Conforme o secretário da Cultura de União da Vitória, a confecção é um pedido do prefeito Pedro Ivo Ilkiv (PT).

A “prancheta” já está nas mãos dos responsáveis, embora a finalização desta lista não signifique exatamente uma ação prática. “O que aconteceu é que todo mundo assumia e ninguém fazia nada. A casa foi ficando cada vez pior. Existem alguns interessados que até querem o espaço, mas, querem que a prefeitura pague a conta”, desabafa o secretário Antônio Oscar Nhoatto.

De acordo com ele – e basta uma visita ao local para confirmar – o imóvel não oferece nem as mínimas condições para abrigar algum projeto. Há problemas no telhado, no assoalho e até no contexto social, já que há uma família que mora no mesmo terreno da casa.

Mesmo distante – para este ano, a ordem da Administração é priorizar o que é realmente necessário – alguns projetos começam a ser pensados. Uma das ideias é criar um núcleo de turismo e artesanato a partir da casa dos Amazonas. Para isso, avaliam os envolvidos, não seria necessário tanto investimento na estrutura física. “E criar um espaço cultural também, para aulas de pintura ou algo assim”, comenta Nhoatto. “Mas tudo isso é para o ano que vem”, confirma.

Relembre a negociação da casa

CasaXdosXAmazonasXX2XEm 2014, O Comércio levantou a história do trâmite burocrático do imóvel. Conforme apurou a reportagem na ocasião, o imóvel havia sido cedido há oito anos pela prefeitura para a então Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras (Fafiuv), hoje Unespar. Há três anos, contudo, o contrato de comodato foi rompido. “Foi muito difícil conseguir recursos para a restauração da casa. Tentamos com empresas, com a prefeitura, com institutos de reforma e não conseguimos nada”, revelou o diretor do campus, Valderlei Sanches, na ocasião. Na época, o orçamento para restauração do imóvel estava em R$ 300 mil. “Como era um comodato e não tínhamos recurso e se tivesse, nem como usá-lo por tão pouco tempo, devolvemos para a prefeitura”, explica. Quando “adotou” o imóvel, a Fafiuv tinha a transformação dele em um museu histórico como projeto. Por falta de condições, o modelo ficou apenas no papel.

Sobre a casa

De acordo com a equipe da Secretaria da Cultura de União da Vitória, a casa não é tombada pelo patrimônio histórico. A restauração do imóvel teria estacionado depois que foi incluída em projetos de parlamentares que incluíam o processo ao da reforma da igreja ucraniana São Pedro São Paulo, da Colônia Barreiros. A mesma verba seria liberada para a casa dos Amazonas. Não há confirmação se isso ocorreu, de fato.

O imóvel é original e ajuda, de maneira silenciosa, a contar um pouco mais sobre a história do nascimento de União da Vitória. A casa, que já foi personagem para as populares profecias do Monge João Maria, hoje vive dias bem diferentes do protagonismo. Localizada em São Cristóvão, o imóvel que abrigou a família do filho do Coronel Amazonas, chama a atenção pela imponência e, mais recentemente, pelo abandono.

Sobre os vizinhos

A equipe da Companhia de Habitação (Ciahab) foi procurada para se posicionar sobre a presença da família no mesmo terreno do imóvel. O setor informou que desconhece a real situação dos moradores mas deixou claro que vai checar melhor o histórico, as necessidades e o que pode ser feito por eles, ao mesmo tempo em que garante a integridade do imóvel.