Convênio entre município e entidade é discutido em regime de urgência

Repasse de recurso marcou a sessão do Legislativo de terça. No mesmo dia, corpo clinico reforçou pedido ao prefeito de Porto União

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Atualizado há 7 anos

SXXoXBrazX1A terça-feira, 9, foi marcada pela busca de um ponto final. Em pauta, a renovação do convênio que repassa recurso mensal para o Hospital São Braz. É que desde dezembro do ano passado, o envio foi suspenso, por conta do fim do contrato bem como pela troca de gestão na prefeitura. Durante todo 2016, o município garantiu R$ 50 mil (25 mil da prefeitura e outros 25 da Câmara), para ajudar no custeio das despesas da unidade, especialmente para a cobertura do sobreaviso médico.

A caminhada começou ainda pela rede social, quando o presidente do hospital, Fioravante Buch Neto, pedia o compartilhamento da notícia que estaria na sessão do Legislativo, cobrando a renovação do contrato. “Desde janeiro o hospital não tem recebido do município, o que tem causado dificuldade no atendimento. É preciso fazer com que o poder público saiba da força do povo”, dizia parte do texto que circulou nos aplicativos de bate-papo.

A postagem até gerou certa estranheza na prefeitura. É que conforme a equipe de Finanças, uma reunião preliminar já tinha acontecido, definindo para o começo de junho o pagamento do recurso. De qualquer forma, na tarde de terça, o prefeito Eliseu Mibach, juntamente com o secretário da Saúde, Marivaldo dos Reis Santa Isabel, receberam o corpo clínico do hospital.

No encontro, foram abordados diversos assuntos, entre eles, o principal: a firmação de um convênio da prefeitura com a instituição, que foi levado em regime de urgência em sessão da Câmara, além de uma parceria de ambas as partes para ajudar no que for preciso. “Estou pronto, sempre ajudei a instituição e vou continuar ajudando, e digo mais, vou terminar a UTI neonatal do Hospital São Braz, seja com recurso federal, recurso estadual ou municipal”, disse o prefeito. Eliseu foi solicito e ouviu o que os médicos tinham a dizer e sugeriu que os médicos se reunissem e fizessem um estudo para contemplar qual é a solicitação que julgam mais urgente para a instituição.

SXXoXBrazX-XCAPAO assunto se desdobrou à noite, na sessão do Legislativo. Durante a sessão, Fioravante usou a tribuna, cobrando a renovação do contrato. Ele também acabou prestando contas das finanças da unidade. Conforme ele, a maior parte da receita vem do SUS. Essa parcela corresponde a 73%. Fioravante falou ainda da presença há sete meses da diretoria na entidade, bem como sobre as mudanças já feitas no hospital. “O São Braz está à disposição da comunidade. Já imaginaram o que seria da saúde se não tivéssemos o hospital aqui”, questionou. Sobre o convênio, mostrou dados, valores que a prefeitura deve. “Efetivamente hoje, 9 de maio, não temos este convênio assinado”, disparou.

 Sobreaviso

São cinco especialidades: obstetrícia, pediatria, cirurgia geral, ortopedia e anestesia. Estas “modalidades” precisavam ficar disponíveis 24 horas, todos os dias, na porta do hospital. Os médicos que ficam à disposição do hospital, são os médicos do sobreaviso. Conforme o presidente, o custo para manter a equipe é de R$ 108 mil, mensal. “É responsabilidade do município auxiliar e subsidiar a saúde. Mafra, São Bento, por exemplo, é a prefeitura quem paga o sobreaviso, porque são médicos que ficam à disposição da comunidade. Se não tivermos isso, o sobreaviso corre o sério risco de parar”, alertou. “Precisamos que essa casa tome a decisão urgente. Não podemos esperar. Precisamos resolver isso imediatamente”, completou.

 Legislativo

Mesmo com uma agenda lotada, o presidente da Câmara, Luiz Alberto Pasqualin, definiu, batendo o martelo, para ajudar o hospital. De acordo com o vereador, a reunião terminou com a firmação de um convenio de repasse de R$ 54 mil e mais R$ 70 para o sobreaviso. “Isso é um ponto positivo. Isso mobilizou a cidade, casa lotada e o importante é que se achou um ponto de equilíbrio”, disse.

O vereador Élio Weber também falou da casa cheia, elogiando a sensibilidade da comunidade por um tema tão delicado. “Sabemos que a responsabilidade da saúde é do gestor público e nós temos que aprovar os projetos. Sabemos que o valor encaminhado não é suficiente, mas é paliativo. Em 1928, a cidade tinha 28 mil habitantes. Hoje, em 2017, temos 35 mil. São dez mil em quase cem anos. Quer dizer, não temos mais crianças nascendo aqui em Porto União mais. Queremos resgatar isso também”, comentou.