COPA: A medida em que avança , seleção brasileira cria onda de empolgação

Desempenho do time pode refletir até na economia do País

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Atualizado há 6 anos

A vitória do Brasil sobre o México, ontem, descortina uma nação mais otimista e muito mais torcedora por sua seleção. No Vale do Iguaçu, o avanço para as quartas de final já fez com que o som dos fogos de artificio e as buzinas – de carros e das então aposentadas ‘vuvuzelas’ – aparecessem mais, quebrando a rotina de uma segunda-feira tradicional.

Embora ainda se entenda que a torcida de agora não é tão animada quanto a de 94, por exemplo, quando a seleção conquistou o Tetra, aos poucos, ela vem crescendo e contagiado. Para o psicólogo Douglas Borges, a empolgação de uma torcida tem muito a ver com a situação do País. “Várias situações podem interromper o acreditar no Brasil, no ser humano. Essa baixa estima tem abalado muito o ser humano, porque hoje em dia, na era da informação, muito mais se ouve o que acontece em todo o lugar. Antes, sem tanta informação, você esperava muito pela Copa do Mundo. Além disso, no caso do Brasil, por conta da questão política, econômica, e ainda a lembrança do 7 a 1, acaba não criando expectativas porque não se acredita que vai acontecer”, pontua.

O torcer significa mandar energia para o time, é vibrar, rezar para que pelo menos um golzinho saia. Para Borges, contudo, a nação não está mais acreditando nisso tudo. Antes, encara os jogadores de um jeito diferente, vendo-os como muito bem pagos para não desempenhar em campo. Na prática, segundo o psicólogo, isso também pode afetar o resultado. “O brasileiro não está mais acreditando no seu herói. O equilíbrio é muito mais difícil de se manter”, completa.

A Copa do Mundo, arrastando ou não torcedores, impacta na economia e, neste caso, o desempenho do time é fundamental. Conforme o economista Tiago Kohut, no Brasil, o setor de televisores registrou acréscimo de 10% neste ano em relação ao mesmo período de 2017. Mas, na comparação com 2014 – ano da Copa anterior – a compra deste produto é 14% menor. “Nossa economia, em dois anos, reduziu sete. Antes da Copa, tivemos também a greve dos caminhoneiros. Acredito que o pior já passou, mas cada medida errada adotada no passado, demora para ser recuperada. Precisamos acreditar no País, na seleção, para que tenhamos otimismo para trabalhar, para produzir, mesmo com tantos desafios”, aponta.

Em um mesmo caminho, Kohut e Borges concordam: o ano é de mudanças e é preciso pensar positivo, em todos os campos, inclusive no futebol.

Entrevista

Todo o conteúdo em áudio das entrevistas está disponível na página da CBN Vale do Iguaçu, a partir do Portal VVale. O acesso é gratuito. O endereço eletrônico é o https://www.vvale.com.br/cbnvaledoiguacu.