Criada pelo papa Paulo VI em novembro de 1968, a Diocese de Caçador comemora ao longo deste ano, seu Jubileu de Ouro. O momento solene de anúncio do Jubileu foi realizado no Dia do Padroeiro da diocese, São Francisco de Assis, no dia 4 de outubro, durante Missa especial na Catedral de Caçador.
Sobre as comemorações e sobre uma diocese que alcança 25 paróquias e mais de 500 comunidades amplamente plurais, foi o que pontuou sua entrevista na CBN Vale do Iguaçu, Dom Severino. Para ele, embora o trabalho seja extenso, quando existe interesse no acolhimento, a igreja atinge seu objetivo.
“Nas nossas dioceses percebemos três grupos distintos. Temos os italianos, que tem seus costumes bem enraizados, aqui no Planalto Norte essa vivência religiosa muito ativa e mais próximo de Caçador, os caboclos, que acolhem muito bem. Sabendo lidar com todos, conseguimos atender a todos e também”, comenta o bispo.
Não é à toa, por exemplo, que em Porto União, a maior festa liderada pela Matriz de Porto União e que envolve outras comunidades, é a Festa da Comunidade. “O ser humano é um ser de festa, um evento que une e congrega, fortalece os laços”, sorri Dom Severino.
E na intenção de oxigenar justamente as comunidades, que o bispo, amparado por um colegiado religioso, assina um processo de transferência de padres. É o caso do padre Ederson, pároco da Igreja Nossa Senhora das Vitórias, a Matriz de Porto União. Depois de quatro anos à frente do trabalho religioso, ele vai para a cidade de Fraiburgo, em fevereiro do ano que vem.
“Saio como um padre muito melhor do que como cheguei. Fico contente em poder encerrar as atividades pastorais na função de pároco mas levo com muito gosto as experiências vividas aqui”, afirma.
Para o bispo, a amizade com um novo padre renova a fé. Na diocese, as mudanças são constantes, executadas em um intervalo de aproximadamente cinco anos. Para Porto União, padres da vizinha cidade de Canoinhas serão designados.
Hospital São Braz
A recente doação da entidade para a rede camiliana também foi pauta da entrevista. “A igreja sempre se preocupa com a saúde do povo. Foi assim com Jesus Cristo, que não quer ver ninguém sofrendo de dor. Nós também queremos isso e como temos responsabilidade, entendemos que grupos melhor preparados assumissem isso. Sabemos que os camilianos têm um grande preparo, sei do potencial deles na área da saúde. Quando assumiram, pensei imediatamente em como toda a região sai ganhando”, defende o religioso.
Como já mostrou O Comércio, o processo de transferência foi acordado em novembro. Conforme a equipe da direção e do departamento jurídico, a doação é um mecanismo de defesa do hospital, uma forma de fazer com que ele se mantenha íntegro, porém, sob nova administração. E se trata de uma doação mesmo, já que o hospital é de caridade e sendo assim, não pode ser negociado em uma transação comercial convencional.
“Desde 2009 a instituição vem mantendo uma relação com a rede camiliana de hospitais. São padres e que na história tem mais de 400 anos de trabalho com a saúde. O São Braz, devido à várias situações, financeiras, estrutura e gestão, decidiu por essa medida. Com isso, juntamente com os associados, decidimos em doar o hospital para a rede camiliana”, explicou o padre Ederson na ocasião.
A partir de agora, o processo é gradual. Embora uma equipe do São Camilo já esteva acompanhando a administração há cerca de três meses, os tramites legais (desde a mudança de CNPJ, por exemplo) começam a ser feitos. Até o momento, o São Braz pertencia à Igreja Matriz de Porto União.
No Vale do Iguaçu, a rede São Camilo assumiu há alguns anos, o Hospital Regional e a Clínica HJ, ambos em União da Vitória. Na iniciativa privada, o grupo é dono do Centro de Saúde São Camilo, também em União.