“Ele tem estilo de confronto e eu de conciliação”

Em exclusiva, prefeito de União da Vitória, afirma ser o oposto do Presidente da República

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Atualizado há 3 anos

(Foto: arquivo_ Prefeito de União da Vitória. Bachir Abbas
(Foto: arquivo). Prefeito de União da Vitória. Bachir Abbas 

 

CBN Vale do Iguaçu realizou o Especial Vereadores entre os dias 25 de janeiro e 8 de fevereiro. O convite também foi estendido aos prefeitos de União da Vitória, Bachir Abbas (PP) e de Porto União, Eliseu Mibach (PSDB).

Na ocasião, comentaram a sondagem feita pelo O Comércio em janeiro, onde os entrevistados deram algumas notas (de zero a dez) às autoridades políticas.

Confira um trecho da entrevista realizada com o Bachir Abbas no dia 6.

O entrevistado já foi chefe de gabinete, secretário de obras, secretário de finanças, secretário de cultural e também esteve à frente da Autarquia Municipal de Esportes (AME). É Formado em Ciências Contábeis e também em administração. Desde adolescente, sempre trabalhou no comércio da família. É também proprietário de uma imobiliária.

Jornal O Comércio (JOC): Prefeito tem folga, ou trabalha diuturnamente?  

Prefeito Bachir Abbas (PBA): Bom, um prefeito quase nunca descansa (risos). É preciso sempre estar atento, mas também cuidar da saúde para lidar com os desafios.

JOC: Como é a relação com o seu vice-prefeito Jairo Clivatti (PSDB)?

PBA: Eu já fui vice e sei como é o trabalho. O Jairo é muito presente e estabelecemos um ótimo diálogo. Comecei na vida política em 2000, ao lado doo prefeito na época, hoje o deputado estadual, Hussein Bakri. O prefeito e o vice precisam trabalhar na mesma direção.  

JOC: O senhor é filho de libaneses que chegaram no Brasil em 1952 e que se estabeleceram em União da Vitória no ramo de roupas. Acredita que teria uma vida diferente, caso tivessem permanecido no Líbano?

PBA: Sim, eu teria tido uma vida muito diferente. Sabe, penso nisso sempre. A minha família teve um grande mestre que foi o senhor Ali Bakri, uma pessoa incrível. Eu perdi o meu pai muito cedo, aos cinco anos e o seu Ali sempre falava que União da Vitória seria a nossa terra prometida. Eu nasci em União da Vitória, mas meus irmãos vieram pequenos para cá. O meu pai veio cinco anos antes e de navio. Eu quero deixar um legado à comunidade, pensando em retribuir o que União da Vitória deu para nós.

JOC: Mudando de assunto. De zero a dez, qual é a sua avaliação da atuação do Presidente?

PBA: Eu não vou dar nota para ele e demais políticos, porque eu também sou e serei muito avaliado (risos). Bom, o Presidente não tem hoje nenhum grande escândalo de corrupção, é um mérito dele. Mas sinto pelas inúmeras frases polêmicas dele. Bolsonaro conseguiu dizimar a corrupção. Por outro lado, seu grande pecado foi atuação perante a pandemia, politizando o assunto.

JOC: O senhor conhece o Presidente pessoalmente?

PBA: Ainda não. Porém, o Líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP), irá agendar uma reunião em Brasília, que deve acontecer em março para uma conversa entre os prefeitos do PP e também com o Presidente. É em março que abrem os orçamentos.

JOC: Citaria um principal ministério?

PBA: Sim, o da economia. Eu citaria também o da Justiça, mas creio que o Moro (que comandava a pasta) cometeu uma falha imperdoável. Na minha opinião, ele nunca deveria ter ido para o governo federal, foi um passo errado.

JOC: O senhor se considera o oposto do Presidente?

PBA: Sim, eu tenho outro estilo. Ele é falante e muitas vezes, fala desnecessariamente. Ele tem estilo de confronto e eu de conciliação. O Brasil precisa de um presidente de conciliação.

JOC: Sugere um nome para o posto?

PBA: Sim, o do governador do Paraná Ratinho Júnior.

JOC: Qual é a sua avaliação da atuação do Governador do Paraná?

PBA: Do contrário de Bolsonaro, o Ratinho Junior deu um exemplo de como deve ser tratada a pandemia. Ele é muito acessível, e com muitas obras sendo feitas no estado.

JOC: Citaria uma principal secretaria?

PBA: Sim, da Saúde. O secretário Beto Preto é um ótimo gestor, sem estrelismo e coerente.

JOC: Qual é a sua avaliação do prefeito no mandato anterior?

PBA: O Santin mostrou uma administração moderna e projetando a cidade para daqui dez ou quinze anos. Tudo foi feito com a ajuda de muita gente. Se os prefeitos pensassem em deixar infraestrutura em asfalto, as cidades do estado estariam todas pavimentadas, o que é uma demanda da população.

JOC: Em alguns lugares no Brasil há denúncias sobre fura-filas da vacina e vacinação de pessoas fora dos grupos indicados. Ha risco de isso acontecer em União?

PBA: Tivemos uma denúncia de fura-fila aqui na cidade e que está sendo investigada. A Vigilância Epidemiológica é muito atenta e zela pelo grupo prioritário. É feito todo um controle, se acontecer algo nesse sentido com certeza irão constar. Existe um controle muito rígido. Ainda, a fiscalização de modo geral em União da Vitória acontece desde o início da pandemia. O toque de recolher está mantido, das 23h às 5h, assim como o Paraná. Contamos com mais de 20 pessoas envolvidas na fiscalização liderada pela Angela Horbatiuk. Em todos os fins de semana a equipe percorre a cidade para verificar eventuais irregularidades. Para quem transgredir as regras serão multados e até cassado o alvará do estabelecimento.

Não participou

Convidado por duas vezes, o prefeito de Porto União, Eliseu Mibach (PSDB), não participou da série de entrevistas realizada pela CBN Vale do Iguaçu. Justificou compromissos previamente agendados e que aconteceriam fora da cidade.