FÉ: Orações guiadas para a cura

Adelino Fediuk é médium e há nove anos, abriu as portas de casa para receber quem busca ajuda

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Atualizado há 5 anos

Espaço fica no início da SC-135, sentido Porto União à São Miguel da Serra (Fotos: Mariana Honesko).
Espaço fica no início da SC-135, sentido Porto União à São Miguel da Serra (Fotos: Mariana Honesko).

carimbo-especial-feUm lugar de fé e simplicidade. É assim que se pode definir o Recanto Espiritual do médium, Adelino Fediuk. É ali que centenas de pessoas, semanalmente, chegam em busca da cura para suas doenças. Para saber onde fica esse espaço, é fácil: no trevo que leva para a vizinha cidade de Matos Costa (SC), saindo de Porto União, bem na entrada da SC 135. Quem passa por lá e não conhece a história do local fica curioso para entender o que acontece nesse espaço que reúne uma quantidade grande de carros, barracas e pessoas. São anônimos, de cidades, crenças e idades diferentes. Todos unidos pela fé.

Mas quem é Adelino Fediuk? Ele é de Porto União e há nove anos coloca em prática o dom que, segundo ele, foi dado pelo Espírito Santo: o dom de curar as pessoas. E não são poucas. Cerca de mil atendimentos por mês são realizados. Adelino conta sua história com simplicidade e naturalidade. “Sou médium espírita. Nasci com isso. Como religião, sou católico. Não tenho nenhum símbolo aqui do espiritismo, mas se não fosse eles (os espíritos) não conseguem fazer nada”, conta.

Muitas pessoas confiam no dom que seu Adelino tem. Mas de onde ele vem? “Morei anos em cima da serra, no quilometro 13. Éramos agricultores e depois, quando eu tinha dez anos, fui estudar para padre. Me veio essa ideia na época. Mas não era isso o que Deus queria. Voltei para casa, a trabalhar na agricultura. Fui para o Exército, me casei e vim para a cidade. Morei 30 anos no bairro São Pedro, mas sempre com vontade de ajudar as pessoas. Me aposentei como vigilante de banco. Passou o tempo e me veio a vontade de rezar. Era uma vontade grande e começou a aparecer coisas, as visões, até mesmo acordado”, conta.

Imagens sacras decoram os imóveis do Recanto
Imagens sacras decoram os imóveis do Recanto

Um curandeiro? Um homem de fé? Um médium? É difícil explicar exatamente quem é esse senhor alto, cabelos brancos e fala serena. Em sua descrição, ele conta que buscou sempre entender o que o levou a esse dom da cura. “Comecei a fazer orações pelas pessoas. Via espírito. Via Jesus, sempre caminhando num campo aberto, como se me dissesse para seguir ele. Isso tudo foi me dando ânimo, me dando fé. Comecei a fazer orações e as pessoas começaram a melhorar. Ninguém me ensinou. Quem me ensinou, foi o Espírito Santo”, diz.

Adelino garante que não está sozinho e que suas ações são guiadas por guias espirituais. Para ele, não é cura, mas Deus, por meio de seu dom, agindo através dele. “Não curo. É Deus. Por isso tem pessoas que chegam aqui e eu explico que não sou que curo para garantir a cura dela. É Deus e Nossa Senhora. Se a pessoa tem fé e é merecedora, ela recebe a cura”.

E nem sempre a trajetória foi bela. Ao longo de sua história, Adelino passou por algumas provações. Primeiro, a falta de entendimento de sua família sobre seu trabalho. Também, as críticas negativas. Ainda, as fofocas sobre uma exploração financeira que existiria no Recanto. “Jamais cobrei cinquenta centavos de alguém. As pessoas contribuem se querem e se podem”, explica. E a mensagem do médium é especial. “Sejam honestos, façam coisas boas. Não façam mal para ninguém. Se apeguem à Deus”, ensina.

Orações

Muitas orações diárias são feitas, energizando o local e atraindo coisa boas. Os relatos sobre as curas de Adelino são inúmeros. Todas as pessoas que passam por ele têm histórias para contar, depoimentos de como a vida foi tocada pela fé e a intermediação espiritual. Nas paredes da casa onde é feito o atendimento, dezenas de depoimentos sobre os milagres que acontecem dentro do Recanto.

Dinâmica

Com o tempo, o espaço veio se organizando – hoje, a estrutura conta com a ajuda de voluntários que todos os dias fazem pequenas ações para receber cada vez mais pessoas. O atendimento é feito por meio de senhas que são limitadas por dia. Por isso, sim, tem gente na fila de espera.

Aquele espaço que no início mal tinha lugar para as barracas, conta atualmente com um barracão onde as pessoas podem pernoitar, tem espaço para banho, além da capela em homenagem a São João Paulo II, inaugurada dia 13 de abril deste ano. Todos estes ambientes foram feitos a várias mãos, todas unidas por uma causa, pela mesma fé.