Morre a mulher mais velha de União da Vitória aos 107 anos

Rosto de Adalgisa de Lara Bueno Furquim ficou conhecido pela região; ela foi a primeira moradora da cidade a receber a vacina contra a Covid-19

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Atualizado há 3 anos

“Se for para descrever Adalgisa, que tal a ‘Dama da noite’?

É uma das flores da noite, a mais bela!

É de perfume sem igual e vistosa: a ela se iguale na natureza!

O teu aroma de dama invade…”

Abrem-se as flores…

Adalgisa de Lara Bueno Furquim, será sempre lembrada com carinho. Uma ótima cozinheira, benzedeira e contadora de histórias. É assim que a família a define. A idosa mais velha de União da Vitória, faleceu na madrugada de sexta-feira, 4, aos 107 anos, de morte natural.

(Foto: Assessoria Prefeitura de União da Vitória).

Sua história…

De estatura miúda, cabelos grisalhos, olhos curiosos e uma memória que a permitia contar para os conhecidos histórias como a do boi tatá, lobisomem e fatos do tempo em que o barco a vapor passava por Paula Freitas, sua cidade natal. Com o auxílio dos familiares registramos parte da história de dona Adalgisa.

(Foto: Acervo da família).

Nascida em 30 de janeiro de 1914 – época que Paula Freitas ainda era Distrito de União da Vitória – Adalgisa era filha de Maria Joana Bueno de Camargo e Narciso Linhares de Lara. Ficou órfã de mãe ainda pequena e foi criada pela avó e pelo pai. Após a morte da avó, com 13 anos se mudou para a casa de parentes em Porto União, mas logo voltou para sua cidade de origem. Casou-se com João Fernandes Furquim, com quem teve uma única filha, Laíde Furquim Tusset.

Adalgisa e João viveram por 63 anos – como madeireiros – em Paula Freitas, na localidade de Poço Preto. Após ficar viúva, em 1977, ela se mudou para União da Vitória, com o propósito de ficar mais perto da família.

Longevidade

Dona Adalgisa – que morava com sua fiha – é a prova que os idosos estão vivendo mais tempo. A justificativa para sua longevidade foi motivo de especulações até para os seus familiares. Sempre se alimentou bem, com verduras e legumes fazendo parte da sua dieta constantemente.

Aos 13 anos, teve um derrame que a deixou com um lado do rosto paralisado. Até os 105 anos realizou umas de suas atividades preferidas, fazer crochê. A família é grande e coleciona a lembrança de boas histórias contadas por Adalgisa. São quatro netos, dez bisnetos e seis tataranetos.

Vacinada

Adalgisa virou notícia recentemente quando foi a primeira idosa, em União da Vitória, a receber a vacina da Covid-19. Para quem já vivenciou inúmeros acontecimentos históricos – entre eles, guerras mundiais, a chegada do homem à lua, o fim da gripe espanhola – no dia 11 de fevereiro de 2021, ela pôde ver chegar à porta de sua casa, no Bairro Rocio, a vacina que se tornou símbolo da esperança para toda a população.

Morte

Seu falecimento foi em casa, de causa natural. Seu corpo foi velado na Capela Municipal de Porto União. O sepultamento aconteceu no início da tarde do dia 4, no Cemitério de Porto União.