Pais de alunos reinventam gestão da Apae

Nova direção é composta essencialmente por quem tem filhos na instituição. Desde janeiro, grupo coloca “casa em ordem”

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Atualizado há 10 anos

Na estufa, alunos exploram os aromas do campo e satisfação da colheita
Na estufa, alunos exploram os aromas do campo e satisfação da colheita

Eleita no final de 2013, a nova direção da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de União da Vitória aposta na gestão compartilhada. Desde janeiro, a diretoria organiza a “casa” e foca em planos maiores. “Nosso sonho é construir uma unidade de saúde, um prédio com todos os serviços aqui mesmo”, revela a presidente da entidade, Rosangela Mari Jukowski Stelmach. Desde o dia 2 de janeiro, é dela a responsabilidade pelos quase 200 alunos – de três meses à 75 anos – e mais de 70 funcionários. É um desafio mas, conforme Rosangela, vencido todos os dias, a partir de uma iniciativa pioneira. “Todos os 30 membros da diretoria são pais de alunos”, sorri a presidente.

De acordo com a diretora, Roseli Maria Brixi, a composição neste modelo é pioneira. Antes, o grupo era formado por membros da comunidade, voluntários, professores. Padrão, o sistema durou pelo menos 20 anos e em duas décadas, manteve a mesma diretoria. “Eram os mesmos que todos os anos trocavam de função apenas. Era um rodízio”, explica Roseli. A atual direção pensa diferente: até 2016, quando expira o mandato, a meta é investir em estrutura e educação. “Nosso objetivo é o bem de nossos filhos”, sorri a presidente, mãe de uma jovem de 23, aluna há pelo menos dez anos da Apae.

Apae - 03Até lá, a instituição dá seqüência aos projetos já iniciados na anterior gestão. Mantém, inclusive, o sistema de arrecadação de doações, principal fonte de renda para manutenção da estrutura. “Recebemos recursos das três esferas do governo mas o que nos ajuda mesmo é a doação”, observa Rosangela. Há alguns anos, o recrutamento por telefone tem funcionado. Hoje, cerca de dois mil doadores mantém suas contribuições regulares. Apenas na gestão do callcenter, sete funcionários estão envolvidos. Eles ligam nas residências e estabelecimentos comerciais sugerindo a opção. As doações começam em R$ 5. “Neste mês queremos usar especialmente os recursos para a saúde”, lembra a presidente.

Até lá, a intervenção sustenta atividades pedagógicas, mas essenciais para o tratamento dos alunos. É o caso, por exemplo, da horta. Por lá, o plantio de flores e de verduras, bem como o contato com a terra, garantem o bem-estar e os sorrisos, sempre fáceis, dos alunos. Há ainda os bazares e oficinas de música. “Foi uma grande mudança mas a diretoria nova, só de pais, aumenta a responsabilidade. O pensamento é maior mas preza pela qualidade dos alunos”, sorri Rosangela.

 Rosangela e Roseli dividem o comando da Apae ao lado de membros que também são pais de alunos da instituição

Roseli e Rosangela dividem o comando da Apae ao lado de membros que também são pais de alunos da instituição

Quem é a presidente

Rosangela é contabilista e já atuou de maneira indireta no setor administrativo da Apae de Porto União. De lá, garante, trouxe experiência considerável, fundamental para o entendimento do funcionamento da entidade e imperativo nas decisões.

Mudas de flores já à venda

O projeto na estufa está dando frutos. Já estão disponíveis à comunidade, mudas de várias espécies de flores de época. A produção é dos alunos e a venda, revertida em ações internas.