Porto União e União da Vitória não se incluem como “Cidades dos Indigentes”

Uma pesquisa divulgada em 2010 revela que somando as médias, existem 16,5% atualmente no Brasil de pobres e indigentes

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Atualizado há 12 anos

O Instituto Médico Legal (IML) de União da Vitória, de 2009 até 2012, registrou a entrada de um corpo que foi enterrado como indigente.

De acordo com o administrador do IML, Gilson dos Anjos, o homem era morador de rua e não dispunha de documentos pessoais. “As pessoas muitas vezes confundem alcoólatras vagando pelas ruas como indigente. A maioria deles tem famílias. Os mesmos também possuem documentos”.

Do lado catarinense, segundo o auxiliar de médico legal, Felipe Krawczyk, de 2011 até 2012 não houve nenhum registro de indigente.

Cadáveres sem liberação
A realidade das Cidades Irmãs não é a mesma de outras cidades espalhadas pelo Brasil. Corpos não identificados ficam em conservação na geladeira dos IMLs. Os cadáveres aguardam que algum familiar compareça ao órgão para providenciar a liberação.

Caso contrário, são sepultados como indigentes ou desconhecidos. Uma pesquisa de um grupo de estudos de São Paulo – Pó das Estradas, divulgada em 2010, revela que somando as médias, existem 16,5% atualmente no Brasil de pobres e indigentes.

Indigente
Pessoa sem recursos suficientes e suscetível de receber auxílios ou beneficiar-se de reduções fiscais.

Mais números:
Em milhões % Região
Indigentes 1,4 milhão 9,1 Norte
Pobres 2,3 milhões 15,4 Norte
Indigentes 7,2 milhões 13,5 Nordeste
Pobres 9,4 milhões 17,6 Nordeste
Indigentes 2,5 milhões 3,2 Sudeste
Pobres 4,3 milhões 5,6 Sudeste
Indigentes 775mil 2,8 Sul
Pobres 1,3 milhão 4,7 Sul
Indigentes 547 mil 4,0 Centro-oeste
Pobres 887 mil 6,5 Centro-oeste
Indigentes 12,4 milhões 6,7 Média
Pobres 18,5 milhões 9,8 Média
Fonte: Pesquisa 2010 / Pó das Estradas

The Flash
Sebastião Linhares da Silva, 50 anos, mais conhecido como “The Flash”, nas Cidades Irmãs, faleceu há um mês por asfixia. “The Flash” vendia bilhetes de loteria em frente ao Banco do Brasil (BB) de União da Vitória. Até então se ouviam rumores de que o homem não havia sido reconhecido no IML por parentes.

Segundo Gilson, após a morte de Sebastião, os funcionários do Instituto entraram em contato com possíveis familiares. Da tentativa resultou na aparição da irmã de Sebastião para reconhecimento do corpo e posteriores medidas legais.