Quase tudo pronto para receber uma grande família

Casa Lar e Casa Abrigo inauguraram seus novos endereços nas próximas semanas

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Atualizado há 11 anos

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Trabalho de limpeza e organização do novo endereço da Casa Abrigo já começou. (Foto: Mariana Honesko).

Nas calçadas, a água e o sabão garantem o cheiro de limpeza. Dentro de casa, cozinha, quartos e salas já estão funcionando. Para a equipe da secretaria de Assistência Social, é grande a expectativa para colocar os pés nos novos endereços. A data de inauguração ainda não foi confirmada, mas, garante o órgão, as crianças e adolescentes abrigados vão dormir em novo endereço já na próxima semana.

Mais do que uma mudança de residência, a prefeitura, que hoje divide a responsabilidade do serviço com a Organização Não Governamental (ONG), Associação da Criança e do Adolescente de União da Vitória (Acauva), quer trazer para si o compromisso de trabalho e ensino. “O plano é municipalizar o serviço e, com isso, faremos concurso para educadores sociais”, antecipa a secretária Mônica Andrea Barcelos do Amaral.

A nomenclatura que muda deve dar ainda mais sentido ao trabalho que as dez mães sociais já desenvolvem. São elas as responsáveis pelo funcionamento dos abrigos como uma casa normal, porém, com um número bastante expressivo de membros. “Os abrigos funcionam como casas. Eles vão para a escola, tem sua rotina, alimentação”, explica Mônica.

Estrutura

União da Vitória mantém duas entidades em funcionamento. A Casa Abrigo atende desde bebês à pré-adolescentes, de 12 anos, de ambos os sexos. Ela também recolhe meninas com até 18 anos. Já na Casa Lar moram apenas os meninos, de 12 a 18 anos. Hoje, 17 menores estão abrigados nestes dois endereços. “O acolhimento é uma medida excepcional, aplicada apenas nas situações de grave risco à integridade física e psíquica da criança”, ressalta a secretária.

Antes do abrigamento, a rede de assistência social esgota todas as outras possibilidades de colocação na família. Além dos pais, tios, avós e primos também são contatados. Caso não haja possibilidade de montar, em casa, uma nova família, os menores vão para os abrigos onde ficam temporariamente. Sua saída depende da recuperação da família ou da adoção. “Nós usamos toda a rede que o município tem para trabalhar com a família, para fortalecer, para incluir ela socialmente e para que o lar se torne seguro para a convivência”, explica Mônica.

A volta para casa depende exclusivamente da autorização do juiz da Vara da Infância e Juventude. É ele quem determina, depois de uma análise de relatórios, se o menor pode ser “desacolhido”. Quem volta, não fica sem amparo. “A rede ainda acompanha a família nos primeiros seis meses”, lembra. Quando o retorno se torna inviável, os menores ficam disponíveis para a adoção. Neste ano, um caso já foi registrado. “Um grupo de irmãos foi adotado”, sorri a secretária.

Município amplia modalidade de ajuda

O mecanismo é novo, tem apenas um cadastro, mas já funciona bem. Criado em junho, o programa Família Acolhedora propõe o abrigamento temporário fora do abrigo. É simples: os interessados devem preencher um cadastro na secretaria de Ação Social. A situação da família será avaliada e, tão logo a inscrição seja aprovada, a casa da candidata pode receber um novo membro. A família também não precisa ser, necessariamente, tradicional. Solteiros, viúvos e vovôs também podem participar do projeto.

Mudança de endereço

A Casa Lar, que estava localizada no Distrito de São Cristóvão, ficará onde até a próxima semana está a Casa Abrigo, em frente à Associação de Proteção à Maternidade e à Infância (APMI). A Casa Abrigo vai se mudar para o imóvel que abrigava a Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar). Os dois imóveis ficam na Rua Dr. Cruz Machado, no centro de União da Vitória. “A casa que recebe as crianças é grande, tem espaço para que elas corram, tem parquinho, grama. É muito bom”, sorri Mônica.