Sanepar usa tecnologia para evitar estragos nas ruas

Rede condutora de água está sendo trocada sem precisar quebrar passeios em União da Vitória

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Atualizado há 6 anos

Tecnologia e problemas no TCE marcam momento delicado da Sanepar em União da Vitória
Tecnologia e problemas no TCE marcam momento delicado da Sanepar em União da Vitória

A Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) está trocando a rede condutora de água potável em União da Vitória. Para tanto, está lançando mão de tecnologia para não quebrar os passeios e evitar prejuízos desnecessários. A rede antiga, com canos de ferros, em alguns locais com mais de 40 anos, está sendo desativada. Para que o uso da tecnologia faça sentido, a rede antiga não será retirada, mas somente abandonada. A nova rede está sendo implantada ao lado da já existente.

Para isso, um moderno equipamento está em operação. A máquina perfura e passa um cabo que emite ondas de rádio. Um segundo aparelho remoto, identifica a passagem da nova rede, desviando de quaisquer obstáculos. Dois pequenos buracos são abertos em cada esquina para encontrar as pontas da nova rede condutora de água tratada que é distribuída pela Sanepar.

A reportagem do Portal foi até a esquina das Ruas Carlos Cavalcante e Benjamin Constant, onde a máquina está operando. Um pequeno orifício foi aberto na esquina das ruas Professor Cleto com a Benjamin Constant. Um técnico fazia a sondagem por meio do aparelho que capta as ondas de rádio, por onde vai passar a rede nova.

Qualidade renovada

Para o Gerente Regional Operacional da Sanepar em União da Vitória, Bolívar Menoncin Júnior, com a nova rede condutora de água tratada, a Sanepar renova a qualidade da água que chega às torneiras dos consumidores. “Essa tecnologia usada em União da Vitória minimiza os traumas de arrebentar calçadas e ruas para passagem de tubulação. O resultado, além da qualidade da água com a rede nova, será a manutenção dos passeios nas mesmas condições por onde o serviço passar”, explicou.

A primeira etapa do processo vai abranger todo o centro da cidade. Mesmo com a máquina em operação, o trânsito não chega a ser interrompido. “Os serviços se tornaram mais ágeis e até o canteiro fica limpo durante o trabalho dos homens”, disse o gerente regional. Outra vantagem é que o serviço não é tão ruidoso e ocupa menos mão de obra braçal, que antes precisava quebrar as calçadas na base da picareta. Os serviços não têm data para encerrarem no município.

Investimentos prosseguem bloqueados

Para que a população possa usufruir com excelência dos serviços da Sanepar, além da rede condutora, é preciso que a rede de esgoto esteja em dia. Porém, em União da Vitória, as obras de construção da rede de esgoto sanitário estão paradas. A questão é burocrática, segundo o escritório regional da Sanepar, no município. Há quatro frentes de trabalho em União da Vitória, duas de construção de estações de tratamento e duas frentes de construção de rede coletora de esgoto. Bolívar explicou que as obras estão paradas por determinação do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR).

O deputado Estadual Hussein Bakri fez um discurso duro na tribuna da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) acusando o conselheiro Nestor Baptista, do Tribunal de Contas, de paralisar as obras de construção de uma Estação de Tratamento de Esgoto em União da Vitória. Entre outras coisas, o parlamentar afirmou que havia na ação “propósitos não republicanos”. Conforme Menoncin Júnior, após o pronunciamento de Bakri, o Tribunal de Contas fez as citações dos interessados. “Nesse momento nós [a Sanepar] estamos concluindo nossa defesa técnica, e já foi apresentada a outra parte da defesa no TCE-PR. O resultado disso é a cobrança que o deputado [Bakri] fez: se cancelam as licitações, partido para novos certames, ou se autoriza a continuar as obras e se apuram as responsabilidades que o Tribunal entende”, disse.

O gerente regional disse que as obras estão paralisadas porque não se pode dar continuidade. “Se pudéssemos já estariam concluídas. As projeções são de que elas estariam prontas dez meses após a retomada. Isso sim é um prejuízo para a população, porque não pode contar com os serviços de tratamento do esgotamento sanitário”, desabafa.

“As redes coletoras de esgotamento sanitário que estão prontas e outras em fase final, não podem ser ligadas ao sistema, por falta de estação de tratamento do esgoto. E a população tem sim razão de ficar indignada”, diz Menoncin, que diz esperar que uma vez tramitando no TCE, o situação termine com final feliz para a Sanepar e para a população que aguarda o resultado dos pesados investimentos anunciados pela companhia.