Sentença que interferia na aplicação do Código Florestal catarinense é suspensa

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Atualizado há 3 anos

O deputado Valdir Cobalchini, na sessão de terça-feira, 22, comemorou a decisão do presidente do Tribunal Federal da Quarta Região (TRF-4), que concedeu liminar suspendendo decisão da Vara Federal de Florianópolis que restabeleceu dispositivos da Lei da Mata Atlântica de 2006 contra alterações trazidas pelo Código Florestal Brasileiro, de 2013.

Rodolfo Espínola / AgênciaAL

O parlamentar lembrou que a interdição afetaria milhares de imóveis rurais, dos quais mais de 90%, são da agricultura familiar. E que caso todos esses pequenos agricultores, tenham que iniciar a transformação de suas terras, retrocedendo, como determina a sentença, será um grande desastre econômico e social. Lembrou também, que nas agroindústrias catarinenses a decisão afetaria 60 mil empregos diretos e aproximadamente 480 mil postos de trabalho indiretos.

A decisão, publicada na sexta-feira passada, 18, atende aos anseios dos principais representantes das entidades do agronegócio e agricultura familiar barriga-verde, como José Zeferino Pedrozo da FAESC e José Walter Dresch da FETAESC, além de Luiz Vicente Suzin da OCESC e Arno Pandolfo da FECOAGRO.

Divulgação

Para Cobalchini, que acompanhou a situação desde o início da semana passada, 14, e que esteve reunido com Alisson de Bom, Procurador Geral do Estado para tratar do tema, advertiu que uma decisão judicial como essa, não pode ser tomada de canetada e sem pensar em seu impacto para a sociedade, pois afeta diretamente milhares de famílias do campo.

“Não podemos continuar com esta dinâmica em que decisões de gabinete, desconectadas da vida real, geram tantos transtornos e problemas para o povo catarinense. Precisamos de sensibilidade. Precisamos de respeito. Precisamos de diálogo”, diz, em tom de perplexidade.

Por fim, avalia que o episódio foi uma vitória para a agricultura catarinense. Mas ainda é uma vitória precária, já que se trata de uma liminar. Precisamos seguir vigilantes, atentos e cobrando que o Judiciário não tome suas decisões sem conhecer os efeitos econômicos e sociais que geram na vida das pessoas.

“Nosso estado é modelo justamente por conciliar desenvolvimento econômico, sustentabilidade ambiental e equilíbrio social”, finaliza.