Só neste ano, IAP produziu 491,8 mil mudas de espécies nativas

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Atualizado há 9 anos

O Instituto Ambiental do Paraná (IAP) forneceu, só neste ano, 491.867 mudas de espécies nativas para recomposição florestal. Foram atendidos 524 produtores paranaenses. São mudas de araucária, peroba, aroeira-pimenteira, bracatingas, embaubas, quaresmeira, pau-d’alho, cedro rosa, guapuruvu, erva-mate, peroba-rosa, pitanga, palmito, imbuia, guabiroba, espinheira santa, ipês, só para citar alguns exemplos entre as mais de 100 espécies produzidas e fornecidas grauitamente aos produtores.

Os viveiros do IAP são os únicos do País que fornecem mudas de espécies nativas de graça. De 2011 a 2014 foram produzidas 11,4 milhões de mudas. A produção atendeu, neste período, 22,2 mil produtores rurais e foi usada para reflorestar mais de 10 mil hectares de áreas degradadas.

O IAP mantém 20 viveiros e dois laboratórios de sementes em Engenheiro Beltrão e São José dos Pinhais. Cultivadas com dedicação, cuidado e muita técnica, as mudas são fornecidas em um mix completo de espécies florestais nativas adequadas às diferentes regiões do Estado e ao tipo de área.

COLETORES – O ciclo de produção começa de modo bem artesanal, com a colheita das sementes. A tarefa é feita pelas equipes de coletores que, no meio da mata, escalam árvores-mães (matrizes) para recolher os frutos das próximas gerações de espécies florestais nativas.

Os coletores sempre deixam, no mínimo, 30% de sementes na árvore matriz, seja para alimentar a fauna ou para garantir a reprodução da planta. “Temos sempre o cuidado de deixar alimento para os animais”, diz o coletor José Vieira de Deus.

As áreas de coleta precisam ser conservadas em propriedades públicas ou particulares. Como o objetivo não é comercial, as plantas matrizes não precisam ser esteticamente perfeitas, mas saudáveis – um dos principais critérios. “Cada espécie tem época e ponto certo de coleta. Em algumas árvores, os coletores precisam subir cerca de 30 metros para alcançar as sementes”, explica a bióloga Cecília de Oliveira Bastos, responsável pela produção florestal do IAP.

Depois de limpas e selecionadas, os técnicos analisam o grau de pureza e de germinação das sementes, que seguem para armazenamento em câmara fria, com temperatura controlada. As sementes são separadas por regiões bioclimáticas, ou seja, cada um dos 20 viveiros recebe as sementes de espécies naturais de suas áreas de abrangência.

DISTRIBUIÇÃO – A produção e entrega das mudas de espécies nativas para a restauração são feitas de acordo com as regiões bioclimáticas do Estado, ou seja, pelas características de solo e clima. As espécies recomendadas para a região Noroeste nem sempre serão as mesmas da região Sudoeste. Porém, existem espécies que habitam o Estado todo, como aroeira- pimenteira.

“Este cuidado na produção e destinação das mudas é justamente para não causar a descaracterização das florestas de cada ponto do Paraná e também para garantir que as mudas sobrevivam e se desenvolvam no campo”, explica Cecilia Bastos.

Na etapa do plantio, cada semente é colocada num tubete para germinar e crescer. O tempo para germinação até que fique pronta para o plantio depende da espécie. A imbuia e a peroba podem levar até um ano e meio para que isso ocorra. Outras são mais rápidas e ficam prontas em seis meses.

LEGISLAÇÃO – Com a distribuição gratuita das mudas nativas, o Governo do Paraná sai na frente no atendimento e apoio aos produtores rurais que necessitam restaurar suas áreas de preservação permanente e de reserva legal.

“Com a regularização ambiental das propriedades rurais previstas no Cadastro Ambiental Rural (CAR), a produção poderá crescer para atender a demanda dos produtores que precisarem recuperar suas áreas no Programa de Regularização Ambiental” disse a diretora de Desenvolvimento Florestal do IAP, Mariese Cargnin Muchailh.

Além disso, o projeto busca fortalecer a formação dos corredores ecológicos do Paraná para a conservação da biodiversidade, incentivar o adensamento de áreas naturais e reflorestamento com espécies florestais nativas para exploração comercial e sustentável, incentivar a implantação de sistemas agrosilvopastoril, projetos de fixação de carbono e ampliação das áreas verdes urbanas.

COMO ADQUIRIR AS MUDAS – O requerimento de mudas no Paraná também é feito de forma pioneira no País. Para isso, basta entrar no site do IAP (www.iap.pr.gov.br), clicar no ícone “Requerimento de Mudas Nativas” e fazer o cadastramento.

Após preencher e enviar os dados, os requerimentos passam pela análise do IAP. Quando o pedido é aprovado, o requerente recebe um e-mail informando o viveiro que irá atendê-lo. O solicitante deve imprimir duas guias do requerimento e levar até o viveiro para retirar as mudas.