Quem vê a animada professora no palco, comandando um grupo de zumba, nem imagina o que acontece nos bastidores. E olha, haja disposição e flexibilidade para disfarçar os pesadelos de um problema dolorido. Ana Carla Skibinski Ferreira tem 29 anos. É natural de Porto União, bacharel em Educação Física e educadora do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf) de União da Vitória. Desde os 20 anos, Ana enfrenta o Reumatismo, uma doença séria, que compromete as articulações. “Comecei a sentir dores nas articulações do corpo todo, sempre fazendo consultas com os ortopedistas, mas nada era esclarecido. Demorou para eu chegar ao tratamento correto, que me ajudasse nas dores”, conta.
O saldo não é positivo. A professora ficou com sequelas dos “picos” da doença, de quando elas eram mais agressivas. Ao corpo, sobraram limitações, entre elas – e principalmente elas – a dificuldade de abertura de boca e respiração comprometida. Sobrou, também, revolta. “Porque usei aparelho ortodôntico por anos, frequentei um certo consultório daqui da cidade por sete, oito anos, sofri horrores naquelas cadeiras por conta dessas limitações bem visíveis. Não conseguia respirar, abrir a boca, chegava a ter ânsia de tanta dor que sentia de forçar as articulações”, lembra.
Até encontrar outro tratamento, demorou. Ana abandonou o consultório e em outro, encontrou a solução para o seu problema. Na verdade, foi a partir desta troca que entendeu que realmente tinha algo errado, muito além da necessidade de correções ortodônticas. “O pessoal me indicou um especialista e eu fui para um profissional que eu nem sabia que existia: um bucomaxilo. Ele pediu exames de ressonância magnética no qual apareceu que minhas articulações da mandíbula estão totalmente desgastadas”, explica Ana.
Na prática, o queixo da professora está encolhendo, recuando. O efeito faz com que a respiração feche. Só para se ter ideia: uma pessoa em condições normais tem em média 13mm de espaço para a passagem do ar. Ana, apenas 2mm. “Por isso, meu organismo não descansa, pois faço muito esforço para respirar, durmo mal, sofro com apneia”, detalha.
Solução e ajuda da comunidade
Felizmente, o caso da educadora tem solução. Mas custa caro. Para manter a respiração e o movimento da mandíbula, Ana vai precisar usar próteses de articulações. As peças são importadas (vem dos Estados Unidos) e já foram customizadas, especialmente para ela. “Elas já estão prontas e devem estar chegando nos próximos dias, quando uma cirurgia para colocá-las será marcada”, conta.
É aí que mora o problema. A intervenção custa muito e apenas as aulas de zumba, embora com bons resultados (a campanha “Zumbathon” garantiu um caixinha) não garantem o pagamento dela.
Assim, Ana, sua família e amigos mobilizam a realização de um bingo beneficente. Ele ocorre amanhã, 8, no Salão da Igreja Ucraniana de São Cristóvão, às 15 horas.
Próteses para Ana vem dos Estados Unidos: ação beneficente do domingo deve ajudar no pagamento da cirurgia para colocação delas
Ação beneficente
Será neste domingo, 8, a partir das 15 horas, no Salão da Igreja Ucraniana de São Cristóvão. Conforme Ana, haverá vendas de cartelas, a R$ 10. O primeiro prêmio é de R$ 1 mil e o segundo, R$ 500.