SUS: Atendimento nesta semana é centralizado

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Atualizado há 9 anos

Médicos saíram de férias e dois postos de saúde estão sem atendimento clínico. Secretaria informa que consultas voltam ao normal nos próximos dias, até lá, médico só no Pronto Atendimento central

(Foto: Bruna Kobus)
(Foto: Bruna Kobus)

Em pé, em baixo de sol forte, Cynthia Martins começa mais um dia atrás de médico na Rede Pública de Saúde de União da Vitória. Cynthia está há meses em tratamento de coluna, ela tem artrite e escoliose e, agora, precisa da assinatura de algum médico para que consiga seguir com os exames. Segundo Cynthia ela já teve de pagar consulta particular neste mês para conseguir atendimento, caso contrário suas dores poderiam piorar. “Uso colete, meu pescoço já está instável, minhas pernas estão começando a falhar por complicação com a coluna, dependo desses exames para ver como está a coluna, se posso operar, ou ficarei sem andar”, conta.

A paciente tentou atendimento na segunda-feira em dois postos de saúde do Distrito de São Cristóvão. No primeiro, no Nossa Senhora da Salete, ela ficou quase uma hora na fila para conseguir uma ficha. Já no balcão a enfermeira informou que não haviam médicos realizando atendimento no local, mas que se Cynthia fosse ao posto do Bairro São Braz, lá poderia ter alguém. Cynthia foi até o Posto indicado, mas também recebeu a mesma resposta: sem médicos. Lá a equipe de enfermeiros informou à paciente de que os médicos estariam em férias e que o atendimento só seria possível no Pronto Atendimento (PA) da área central.

A redação de O Comércio tentou contato com a Secretaria de Saúde de União da Vitória ainda na segunda-feira, mas, não teve resposta. Ontem a Assessoria de Comunicação da Administração retornou as ligações e confirmou a falta de médicos nos dois postos de saúde, mas informou que o atendimento voltará ao normal neta sexta-feira. A Secretaria de Saúde também contou que apenas três médicos estão ausentes, um está em férias e outros dois estão em especialização. “Quem está em férias é o Médico da Família e é apenas por dez dias”, explica a Assessoria. Eles ainda falam que o esquema não é recorrente e que esse caso está sendo sustentado por pouco tempo. “Não temos recesso na Saúde, só aconteceu dos médicos saírem por um curto período. Não são todos os postos de saúde que estão sem médicos, apenas dois, e nós temos 26 pontos de saúde na área urbana e rural incluindo os postos”, lembra.

Já conforme a Assessoria da Administração foi informado a população que nos postos de saúde não haveriam médicos para atender durante esse período e, que alguns, poderiam sair de férias.

Por outro lado, Cynthia contou que nenhum bilhete ou cartaz estava fixado nos postos de saúde em que ela passou avisando sobre o desfalque de final de ano. Um funcionário da Prefeitura, que não quis se identificar, falou da falta de bom senso de ambas as partes, tanto de enfermeiros quanto da paciente. Para ele, se Cynthia estava visivelmente impossibilitada de caminhar e já esperava na fila há muito tempo, algum enfermeiro poderia informar antecipadamente sobre a falta de médico e providenciar um carro da própria Secretaria Saúde para deslocar a paciente para outro posto. Mas antes, ele lembra, Cynthia e enfermeiros poderiam ter ligado para o outro posto e perguntado se lá tinha médicos. “Facilitaria, pouparia tempo e não causaria mais dores na paciente.”

Cynthia voltou para casa na segunda-feira sem atendimento. “Amanhã (ontem) quando recuperar minhas forças vou tentar no centro e torcer que consiga ser atendida”, desabafou.