Todos pelo azul

O dia 2 de abril é considerado o dia mundial da conscientização do autismo

·
Atualizado há 12 anos

apae união da vitória
Bruna Kobus

O dia mundial da conscientização do autismo foi criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) no diz 18 de dezembro de 2007. Após essa data ficou marcado no calendário que todos os anos o mês de abril seria dedicado para os autistas. O primeiro evento foi realizado no dia 8 de abril de 2008 e teve o apoio do Secretário-geral da ONU Ban Ki-moon e alguns países que participaram da campanha no ano.

De acordo com dados da ONU estima-se que a doença atinja cerca de 70 milhões de pessoas em todo o mundo sendo que 2 milhões são brasileiros. A síndrome afeta a maneira como as pessoas se comunicam e interagem entre si. O autismo é mais comum em pessoas do sexo masculino e crianças.

Realidade regional

Em União da Vitória e Porto União quem realiza o trabalho de aprendizado e necessidades dos autistas é a Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), que é a maior rede de atendimento integral a pessoas com deficiência intelectual no Brasil.

De acordo com a Coordenadora Pedagógica da APAE de União da Vitória, Andréia Cristina Santos, os autistas não sabem lidar com o imprevisto. “Tudo para eles deve ser seguido em certo cronograma, eles vivem o aqui e agora, não sabem o que vão fazer no mês que vem, por exemplo”, diz.

A APAE-UVA não tem professores de apoio em salas de aulas para autistas. “Nós não temos professores de apoio então a necessidade de uma sala de aula deve ser de no máximo 5 alunos. Até porque os professores tem que conseguir manter o controle para as atividades fluírem de acordo com o planejado”, enfatiza Andréia.

Os autistas não sabem lidar com o imprevisto, tudo para eles deve seguir em uma espécie de cronograma, até as atividades diárias de ir ao banheiro ou comer. Além de serem muito visuais, ou seja, para manter um diálogo prolongado com uma pessoa autista é preciso ter algumas técnicas visuais de atenção e estímulo.

Diagnóstico

O diagnóstico mais eficaz é a observação, pois ninguém sabe com certeza o que causa o aparecimento e o desenvolvimento do autismo. Atualmente não há um teste médico que diagnostique definitivamente o autismo, o diagnóstico é feito com base na observação das características do indivíduo. O processo de observação é muito importante para diagnosticar o início da síndrome. “Os pais devem ficar atentos e levar primeiro em um psicólogo, depois à criança vai passar por um neurologista e como não há um método específico para diagnosticar com exatidão a doença. As consultas e tratamentos podem durar um ano até chegar um parecer final”, comenta Andréia.

Os comportamentos mais característicos de um autista podem ser observados já no início da vida, quando o bebê não imita outros, não procura o colo dos pais ou não olha nos olhos da mãe durante a amamentação.

Os movimentos repetitivos como o ‘balançar do corpo’ ou movimentação dos dedos das mãos, a isolamento, a dificuldade de relacionamento e a falta de atenção também podem ser considerados sintomas da síndrome.