Para ir, vir e estacionar a bike: cidades do Vale do Iguaçu ajustam mobilidade

Com o crescimento das cidades, prefeituras mapeiam pontos críticos e projetam melhorias

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Atualizado há 4 anos

(Foto: Reprodução\ Mariana Honesko)
(Foto: Reprodução\ Mariana Honesko)

Quem usa bicicleta para vir de casa até o centro de União da Vitória ou de Porto União, pode encontrar problemas. O mais simples é nítido inclusive para quem apenas observa o comportamento das cidades com mais atenção: cadê o bicicletário? Ou, porque eles estão cheios de bikes?

A falta de vagas nos espaços para as “magrelas” mostra duas situações: o número de bicicletas aumentou e sim, faltam espaços – pelo menos nos horários de pico – para deixá-las estacionadas, enquanto se vai ali pagar uma conta, usar a farmácia ou ir à uma consulta médica. As cidades do Vale do Iguaçu, como tantas outras, crescem e com elas, suas necessidades também.

Pensando na mobilidade, de quem está de bike, a pé ou de carro, as prefeituras trabalham com a construção de projetos específicos. Porto União, por exemplo, prevê o encerramento do Plano de Mobilidade ainda para o primeiro semestre.

“A elaboração do documento foi iniciada em 2019 com base na metodologia do Programa de Apoio à Elaboração de Planos de Mobilidade Urbana, da Secretaria Nacional de Mobilidade Urbana do Ministério das Cidades, em parceria com a Amplanorte (Associação dos Municípios do Planalto Norte Catarinense)”, explica o secretário de Planejamento da cidade, Cláudio Tilgner.

O Plano já levantou dados (veja alguns no quadro) e com base neles, traça um novo caminho. Sobre as bicicletas, um capitulo a parte. “O número de ciclistas aumentou consideravelmente, mas não temos um número exato, nem um cadastro. Não existem espaços próprios apenas os bicicletários normais dispostos em pontos estratégicos. Com a pavimentação de novas vias com certeza novos bicicletários serão necessários. Estão instalados principalmente no centro”, pontua Tilgner. Na cidade, estão prontos e são bastante utilizados, quatro trechos de ciclovias e já está em fase de execução, a ligação entre o Hospital São Braz e Apadaf. Ali, será um quilometro de pista para o ciclista.

União da Vitoria, que também não dispõe de dados sobre a quantidade de bicicletas, se adapta às necessidades. Quem vai sobre duas rodas, encontra na cidade 11 quilômetros de ciclovia. “O que sabemos, mais ou menos, é que cada casa, tem uma média de duas bicicletas. Quando fizemos o estudo de trafego da ponte (a José Richa), contamos 3.500 bicicletas do horário das 6 horas da manhã ao meio-dia”, explica o secretário de Planejamento, Clodoaldo Goetz.

“Nossa idéia é investir em mobilidade”. Para ele, a quantidade e a disposição de bicicletários, neste momento, é adequado à realidade. “Fizemos uma nova licitação, compramos mais alguns bicicletários, para o centro e em São Cristóvão, onde as pessoas usam bastante a bicicleta”, antecipa o secretário.

Bicicleta nossa de cada dia

Algumas empresas no Vale do Iguaçu, entendendo a necessidade de seus colaboradores, dispõe de estacionamentos apropriados para as bicicletas. A Pormade é uma delas. Ela tem dois espaços para o estacionamento de bicicletas. Um, na unidade localizada no centro e outro, na fábrica, na BR 153. Em ambos existe uma estrutura para que as bicicletas fiquem guardadas em segurança. São ao todo 210 vagas – e todas estão sendo utilizadas atualmente, o que corresponde a um percentual de 30% do número total de colaboradores.

Na Pormade, bicicletas tem atenção especial: convenio com bicicletarias e projeção de ampliação de espaço
Na Pormade, bicicletas tem atenção especial: convenio com bicicletarias e projeção de ampliação de espaço

A mobilidade com bicicletas é favorecida em nossa cidade, pois temos uma boa estrutura de ciclovias e também um relevo que favorece o pedal. A Pormade incentiva o uso desse meio de transporte. Inclusive, anualmente, realizamos um evento chamado de ‘Passeio Ciclístico Pormade’ que já está em sua 4ª edição e é um sucesso. O evento tem o objetivo de incentivar a prática esportiva, em especial o ciclismo”, explica a assessoria de comunicação da empresa. A empresa ainda dispõe de convênios com bicicletarias. “Ligamos para elas, que vêm buscar a bicicleta, arrumam e devolvem até o final do dia. Com isso, o colaborador não precisa ir até uma oficina para realizar o conserto, cuidamos disso pra ele”. A Pormade estuda a ampliação do espaço destinado às bikes, já que o numero de colaboradores vem crescendo.

CADA UM NA SUA

As bicicletas são silenciosas, não poluem, incentivam a prática de uma vida saudável. Mas, pedalar na calçada, lugar dos pedestres, não é algo nada positivo. O ciclista, além de precisar cuidar de sua segurança, deve cuidar do próximo. Por isso, como já diz um certo bordão, ‘a regra é clara’. Lugar de ciclista é na rua. “Bicicleta deve circular em ciclovias ou ciclofaixa, onde não houver devem circular pela via obedecendo as leis de trânsito”, orienta o secretário de Planejamento em Porto União. Obviamente que o bom senso também prevalece. Alguns artigos sobre o assunto pontuam que desde que o ciclista esteja consciente de que a prioridade é total do pedestre e tenha um comportamento defensivo, tudo bem. Isso vale para crianças e adolescentes “nota dez” no quesito respeito ao pedestre. Afinal, nem sempre quem vai para a calçada faz com a intenção de causar danos. Na verdade, recorrer à calçada muitas vezes é uma saída para que o ciclista não corra riscos em ruas de trânsito violento e sem espaço para eles.

O QUE O PLANO DE MOBILIDADE DE PORTO UNIÃO JÁ SABE

Porto União é atravessado pela BR 280, que interfere na circulação viária do município

A cidade conta com 38 táxis licenciados e 45 pontos de táxi cadastrados

O transporte escolar não é efetuado pela Prefeitura; existem 11 vans cadastradas para transporte de alunos

O Sistema Rotativo de Estacionamento Rotativo de Porto União é constituído de 600 vagas no Centro. Foi licitado em 2019 e se inicia na metade do mês de novembro de 2019. A concessão do serviço é de cinco anos