Foram dois dias intensos na política do Vale do Iguaçu. Na quarta, 14, e quinta-feira, 16, os candidatos às prefeituras de União da Vitória e Porto União se enfrentaram no palco do Cine Ópera, em Porto União. Os primeiros a travarem uma disputa – um tanto morna – foram os candidatos Santin Roveda do PR e Thyago Pigatto Caus do PSC.
Os dois levaram para o palco um assessor jurídico e outros dois pessoais, contudo nenhum precisou ser acionado, nem mesmo o mediador Eduardo Molla, professor da Universidade do Contestado (UnC) de Concórdia que foi convidado a participar dos dois debates.
Os planos de governo de ambos os candidatos foram apresentados de uma forma bem clara e direta. Para as farpas não teve muito espaço, tanto Santin quanto Thyago utilizaram bem seus limites de tempo, respeitando e respondendo a todos os questionamentos.
Para quem assistiu o confronto foi bem pacífico. Apesar de o formato escolhido pela Instituição ter engessado, de certa forma, um embate mais firme. Contudo, no que foi proposto, correu tudo muito bem. Aliás, a falta de uma tréplica deixou algumas respostas incompletas e até questões não esclarecidas para o público. Contudo, o mesmo formato de pergunta, resposta e réplica de um minuto foi adotado nos dois dias de debate.
No primeiro dia os blocos mais esperados foram os três últimos. Neles os candidatos responderam as questões da plateia, tiveram um embate mais pessoal e fizeram suas considerações finais. Nos modelos de discurso, nada muito distante daquilo proposto já no horário eleitoral. Enxugamento de cargos comissionados, prioridades para a Saúde e Educação, e uma gestão voltada para a Geração de Emprego e Renda. Nessa os candidatos focaram na criação de empregos para “segurar” quem é daqui, se forma na cidade e acaba saindo para procurar emprego em outros centros.
O público, aliás, deu show à parte. As regras eram bem claras, estava proibida qualquer manifestação a favor ou contra aos candidatos. E quem fosse pego entregando material de campanha, usando camisetas, bótons ou vaiando, seria retirado do Cine Ópera, o que não aconteceu. Contudo, no final do quinto bloco, o que estava preso na garganta da plateia foi, finalmente, extravasado. Os candidatos Santin e Thyago apertaram as mãos e se abraçaram ao som dos seus nomes, que eram ovacionados pelo público.
Nada diferente no final do debate de Porto União, realizado na noite de quinta-feira, 15. Os três candidatos Eliseu Mibach (PSDB), Gilberto Knapik (PT) e Renato Stasiak (PMDB) também tiveram apoio do seu eleitorado. Apesar de o debate ter sido realizado com a intenção de apresentação de plataforma de trabalho e esclarecer o voto do eleitorado que ainda estava indeciso, parece que nos dois dias a plateia já tinha seu voto firmado.
Para quem acompanhou o debate de Porto União foi muito mais firme do que o do dia anterior. Mibach e Stasiak, com carreiras longas na vida política, se enfrentaram e colocaram em cheque seus projetos de gestões anteriores. Já Knapik, logo ao final, brincou e pediu para que ambos parassem com os apontamentos tão fervorosos. O candidato do Partido dos Trabalhadores assumiu o papel de coadjuvante durante os quatro blocos de debate. Também foi durante o debate de quinta-feira que os aparatos jurídicos foram acionados pela primeira vez. Na ocasião Renato pediu direito de resposta à uma colocação de Mibach, sobre a compra de um terreno, onde hoje está localizado o Complexo Turístico de Porto União. Na resposta Renato explicou que a construção foi o maior repasse de verba do Estado para a pasta de Turismo da cidade. Mibach, no entanto, teve dois pedidos de resposta negados. Um deles por não citar nominalmente a pessoa que havia comprado o terreno.
Somente na quinta-feira é que o debate foi enxugado. O bloco com as questões em tema livre entre os candidatos, que abriria uma discussão mais pessoal, foi cortado, a pedido.
Contudo, para a organização, que ficou por conta da UnC de Porto União, a movimentação valeu muito a pena e atendeu ao que estava proposto. “O objetivo da Universidade era trazer para o público a plataforma de governo dos candidatos”, reforça Izabel Calliari, coordenadora do setor de extensão da UnC.
Marcos Tadeu Grzelczak, diretor da Instituição, também acompanhou Izabel e afirmou que o Cine Ópera se tornou uma extensão da sala de aula. “Nós queríamos trazer para o público um debate politizado, essa era a intenção da Universidade já que o evento é acadêmico.”
Transmissão ao vivo
O Portal Vvale também estreou nessas eleições com a plataforma ao vivo. Os dois debates foram transmitidos simultaneamente para centenas de pontos. Conforme os dados, foram mais de 400 na quarta e outros 250 pontos na quinta-feira. Isso representa mais de 2 mil pessoas acompanhando ao vivo a transmissão. E o público não ficou somente no Vale ou região. Inglaterra, Canadá, Estados Unidos e Espanha também foram alguns dos países que apareceram na contagem do Portal.
Os vídeos completos dos debates foram salvos logo em seguida no canal do Youtube do Portal. No debate de União já são mais de 4 mil visualizações e no de Porto União outros 1.5 mil.
O sucesso das transmissões foi tamanho que a direção do Grupo Verde Vale de Comunicação já pensa em utilizar o mesmo modelo no dia 2 de outubro, dia das eleições deste ano.
Confira o debate de Porto União
Confira o debate de União da Vitória