“União da Vitória mais do que nunca precisa de um bom gestor; doa a quem doer”

Valdir Rossoni foi o terceiro entrevistado do especial Eleições 2020

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Atualizado há 4 anos

Valdir Rossoni. (Foto: Reprodução).
Valdir Rossoni. (Foto: Reprodução).

O ex prefeito de Bituruna, Deputado Estadual e Federal, Valdir Rossoni (PSDB), é o terceiro convidado do projeto ‘Eleições 2020’, iniciado pelo do Grupo Verde Vale de Comunicação. O convidado também foi presidente da Assembleia Legislativa do Paraná e Chefe da Casa Civil no Governo Beto Richa.

Os entrevistados que fazem parte do projeto respondem a perguntas elaboradas pelos jornalistas integrantes de nossa equipe.

Perfil

Valdir Luiz Rossoni nasceu em 23 de novembro de 1952, em Empoçado, distrito de Palmas, no Centro-Sul do Paraná. Filho de Cândido e Olga Rossoni, é casado com Susana Rossoni, tem um casal de filhos, Mariana e Rodrigo, e dois netos – João Augusto e Rodrigo.

Em 1983 foi eleito prefeito de Bituruna pelo PDS, em 1991 no PRN foi eleito para o primeiro mandato de deputado estadual (17.601 votos). Rossoni foi reeleito para outros cinco mandatos para a Assembleia Legislativa do Paraná. Os três últimos já integrando seu atual partido, o PSDB.

No ano de 2014, Valdir Rossoni foi eleito deputado Federal com 177.324 votos. Em 2018 não conseguiu a releição para a Câmara Federal, e com 72.096 ficou como suplente.


ENTREVISTA

WANNESSA STENZEL – O senhor usa bastante as mídias sociais. Na sua opinião, o discurso de ódio tende a ganhar força na internet para as eleições de 2020?

VALDIR ROSSONI – O discurso do ódio não cabe nas mídias, nem nas rádios e não cabe em lugar nenhum. Ninguém vai fazer sucesso com discurso de ódio. O que vai fazer com que o candidato chegue na casa do eleitor são as boas propostas. União da Vitória mais do que nunca precisa de um bom gestor; uma pessoa que tenha coragem, determinação e vontade política de tomar atitudes, doa a quem doer. A cidade de União da Vitória tem um grave problema chamado de fundo previdenciário e, por isso, a prefeitura vai ter dificuldade em uns dois / três anos para pagar os seus aposentados. É por isso que nós temos que eleger um prefeito com coragem, determinação e boa gestão para corrigir esse problema da previdência. A prefeitura não pode arrecadar só para pagar funcionários e não ter dinheiro para asfaltar ruas e atender o posto de saúde com remédios e médicos. É preciso enxugar a prefeitura de União da Vitória com o corte de 80% dos cargos comissionados. Vocês sabiam que boa parte destes comissionados não possuem condições técnicas porque são indicados por vereadores? Quando apoiei o candidato de União da Vitória a proposta era outra e não foi cumprida. É preciso ir buscar dentro do quadro de funcionários concursados para ocuparem esses cargos. É preciso enxugar supérfluos como carros alugados e excessos de viagens. O prefeito deve fixar moradia em União da Vitória, deve estar dentro da prefeitura por pelo menos 18 horas por dia e, colocar a casa em ordem. A questão é que quando uma empresa quiser se instalar na cidade se tenha recursos para dar a sua contrapartida. Hoje a prefeitura de União da Vitória não tem uma obra de médio porte executada com orçamento próprio. Eu tenho vasta experiência na gestão pública. Fui presidente da Assembleia Legislativa do Paraná e em quatro anos adotei a austeridade e economizei 600 milhões de reais. Também arrumei muitos inimigos, pois muitas pessoas perderam os empregos. Hoje a Assembleia Legislativa do Paraná é considerada uma das melhores do Brasil. Quero que o prefeito de União da Vitória tome as medidas que eu falei para concertar União da Vitória e dar avanço na administração da cidade.

JAQUELINE CASTALDON – Valdir, o seu nome foi citado e relacionado em escândalos políticos e corrupção como a operação quadro negro. Como isso afetou suas intenções eleitorais?

VALDIR ROSSONI – Primeiro agradecer a pergunta da Jaqueline, pois é uma oportunidade única para defender a minha honra. Jaqueline, eu não tenho nenhuma preocupação quanto à questão ‘quadro negro’. Eu fui denunciado por corrupção e ‘quadro negro’ significa a construção de escolas que não foram construídas. Aqui tem duas questões: duas escolas construídas em Bituruna e a questão ‘quadro negro’ que eu não tenho nada com isso, alguém roubou o dinheiro e não construíram as escolas. As escolas de Bituruna foram construídas há mais de cinco anos e se você fizer uma visita nessas escolas verá que elas ainda estão novas porque foram muito bem-feitas e muito bem fiscalizadas. O que ocorreu foi que a construtora que trabalhou nas escolas de Bituruna depois fez falcatruas na Fundemar, em Curitiba, e foi essa empresa que envolveu Bituruna nas investigações; nós não temos nenhuma dificuldade em explicar a aplicação dos recursos em Bituruna. Até faço um desafio aos senhores da rádio para que vocês façam uma reportagem de cinco e seis anos atrás para vocês comprovarem a qualidade dos trabalhos nas escolas de Bituruna. Paguei um preço muito caro, eu era um dos deputados mais votados do Paraná e pelo jeito a RPC (afiliada à Rede Globo) não queria que eu me elegesse, ela me envolveu no que eu até hoje, não fui nem imitado. Para você ter uma ideia já faz mais de um ano que essa notícia aconteceu e se ela fosse tão grave quanto afirmou a RPC certamente eu seria intimado para dar depoimento e esclarecimento. Espero ser intimado para esclarecer. A melhor forma de demonstrar que houve seriedade na aplicação dos recursos nas escolas de Bituruna é vir visitar as escolas, tenho certeza de que as construções se tornaram uma das melhores do Paraná. Mas o homem público está sujeito a essas suspeitas. Estou ansioso para falar a verdade de frente ao juiz e se eu disputar as eleições de União da Vitória, se for apoiado pelo meu partido, pretendo mostrar o trabalho que nós fizemos também nas escolas de União da Vitória. Pela primeira vez na história as escolas mereceram atenção, pois eu dei prioridade enquanto Chefe da Casa Civil, também na construção da ponte, ações na barranca do Rio Iguaçu, casas a custo zero. Todos sabem que eu sou um trabalhador honesto.

Valdir Rossoni. (Foto: Arquivo).
Valdir Rossoni. (Foto: Arquivo).

MARIANA HONESKO – Rossoni, sua participação como chefe da casa civil no governo de Beto Richa, político que chegou a ser preso, pode comprometer uma eventual candidatura?

VALDIR ROSSONI – Olha, quanto a minha participação enquanto Chefe da Casa Civil do Governo Beto Richa é importante salientar que eu participei neste governo e, dos oito anos eu participei apenas dois – sendo os dois últimos anos, e diga-se de passagem eu fui convidado para vir para o Governo do Estado para fazer com que o governo andasse rápido, investisse, cuidasse das obras que precisavam ser construídas no Paraná. Portanto eu não tenho nenhuma preocupação porque eu não estou envolvido em nenhum caso da questão do ex-governador. Eu sinceramente sou amigo do Governador Beto Richa. União tem uma dívida muito grande com o ex-governador pelas obras que ele realizou e ainda estão sendo realizadas em União da Vitória; tenho certeza e tenho esperança de que o Beto Richa prove a sua inocência. Agora União da Vitória tem que agradecer por eu estar na Casa Civil no Governo anterior, porque o que nos fizemos em dois anos na cidade, nunca foi feito e nunca mais será feito. O governador deu uma ordem: eu quero prioridade para União da Vitória. Eu cansei de chamar o prefeito de União da Vitória e oferecer recursos à cidade. Por exemplo a praça Coronel Amazonas pelo jeito esta enrolada para terminarem. Chamei o prefeito e disse: “olha a praça é o coração de União, façam o projeto”, demoraram e fizeram o projeto; espero que terminem. A construção da nova ponte não é só uma ponte é a modernização para São Cristóvão, ligando a avenida até o bairro, vai ficar tão ou mais bonita que o centro de União. É uma obra que vai ficar na história; a obra aconteceu porque eu estava na Casa Civil. Decidi onde investir os recursos do Estado e olhei com carinho para União da Vitória. Prova disso são as inúmeras obras realizadas nos dois últimos anos quando eu estava na Casa Civil.

JAQUELINE CASTALDON – O senhor colocou o seu nome à disposição para o pleito de 2020 como prefeito de união da vitória. A intenção de disputar a cadeira é real neste momento?

VALDIR ROSSONI – Eu quero responder essa pergunta porque eu tenho sido questionado por muitos: Porque ser candidato a prefeito de União da Vitória e não de Bituruna? Eu devo isso para União da Vitória, eu sempre fui muito bem votado como Deputado Estadual e Federal. Eu quero ser candidato de União da Vitória porque acredito e tenho certeza que eu tenho garra, determinação, coragem e experiência para fazer as mudanças que são necessárias à cidade. Eu dúvido que qualquer candidato assuma o compromisso público de diminuir 80% dos cargos comissionados; Eu dúvido que qualquer candidato assuma o compromisso de diminuir o salário dos vareadores em pelo menos 70%, só aí nós já faríamos uma grande economia. Mas não é só isso, pois temos que cortar os carros alugados, temos que cortar as viagens supérfluas que são feitas, porque a prefeitura não é uma companhia de turismo, a prefeitura é para cuidar das ruas, da saúde, cuidar da educação e cuidar de União da Vitória. Precisa de um novo gestor. Não precisa de um homem bonzinho. A melhor maneira de mostrar a bondade do administrador público em União da Vitória é fazer as mudanças necessárias para que a prefeitura seja o carro chefe do desenvolvimento da cidade, e que não seja como é hoje, um atraso. Não tem nenhuma obra de médio e grande porte executada hoje com recursos próprios, pois todas as obras executadas – apesar que não reconhecidas por muitos líderes, foram realizadas porque nós estávamos a frente da Casa Civil junto com o deputado Hussein Bakri, Alexandre Khury, em uma cruzada em favor de União da Vitória. Tudo que foi feito nesses últimos dois anos foi um esforço fora do comum que nos fizemos e, por isso, eu me acho em condições de ser um grande gestor dessa cidade e que vai fazer a diferença. Vai ser um marco antes do Rossoni e depois do Rossoni. Vou entregar uma prefeitura com os problemas resolvidos. Eu sou um homem de resolver grandes problemas.

MARCELO MALTAURO – Qual seu grande projeto para União da Vitória?

VALDIR ROSSONI – Marcelo, o meu grande projeto para União da Vitória primeiro é colocar a prefeitura em dia, em ordem. Uma prefeitura que tenha capacidade de investimentos. Porque a prefeitura tem que ser o indutor do desenvolvimento. Eu vejo muitos em União da Vitória reclamando que não tem emprego. Como é que vai ter emprego se a prefeitura de União da Vitória só consegue pagar a folha de pagamento? Não consegue pagar o fundo da previdência, e vai ter dificuldade em 2/3 anos para pagar seus aposentados. Nós temos que acabar com o cabide de emprego e primeiro colocar a prefeitura nos eixos. Fazer de prefeitura de União da Vitória uma admiração exemplar. Cortar os gastos supérfluos – como já citei no decorrer dessa entrevista, colocar em condições de ser o carro chefe do indutor do desenvolvimento. Quando uma empresa quiser vir a União a primeira que tem que dar a reposta é a prefeitura, dando o terreno, asfaltando, oferecendo condições para que esta empresa gere empregos, também buscar nos próprios empresário de União para que aumentem o número de emprego nas suas empresas, mas com a prefeitura dando recursos para que eles possam induzir para que esses empresário tenham essa capacidade. Olha, eu fui prefeito de Bituruna em 1982 e eu pergunto para vocês [que estão me ouvindo]: qual o município da região de pequeno porte mais industrializado que nós temos? É Bituruna. Quando eu fui prefeito, junto com meus companheiros, vereadores, vice-prefeito, nos todos trabalhamos para atrair indústrias e investir em geração de emprego. Mas sabe quem dava a primeira resposta? A prefeitura de Bituruna dava a primeira resposta. Hoje a prefeitura de União da Vitória é administrada apenas para pagar a máquina e a folha de pagamento. Uma prefeitura do porte de União não pode ficar tão distante do povo. Primeiro tem que tirar aquela prefeitura daquele prédio. Tem que colocar numa casa que fique no mesmo nível do cidadão com facilidade para falar com prefeito. Outra questão, o prefeito de União da Vitória tem que trabalhar 18 horas por dia. Estar na prefeitura ouvindo a população. A prefeitura não é uma agência de turismo e de cabide de emprego, é um indutor do desenvolvimento de União da Vitória. Gostaria muito de ser prefeito de União da Vitória, tenho experiência, determinação e coragem. Na Casa Civil quando cheguei no governo eu fiz a diferença e coloquei o governo para andar muito mais rápido. Foram obras em União da Vitória, Paula Freitas, Paulo Frontin, Bituruna, … e coloquei a máquina roda e rodar rápido. Quero colocar União da Vitória nos eixos e indutor do desenvolvimento.

RICARDO SILVEIRA – Em suas falas, o senhor enfatiza grandes feitos para União da Vitória enquanto deputado. Reformas em escolas, ginásio de esportes, e a obra da nova Ponte. Acredita que podem ser determinantes para vencer a disputa pela Prefeitura?

VALDIR ROSSONI – Não acredite que só as obras que nós conseguimos trazer para União da Vitória vai dar a vitória a qualquer candidato; nem a mim, nem a outro candidato. Eu acredito que quem vai vencer a eleição é quem tiver as propostas mais claras e objetivas, aquelas que levem respostas a população de União da Vitória. Aquele que precisa de emprego, saúde, educação, aquele que precisa que sua rua seja asfaltada, estes estão em busca de respostas. União da Vitória não precisa de um prefeito bonzinho, o prefeito vai mostrar se é bonzinho, mostrando sua capacidade de gestão, ser um bom gestor. Além de ser um bom gestor, ter muita coragem e determinação. Porque a prefeitura precisa disso. Se União da Vitória não passar por uma transformação ela sempre vai ficar no mesmo lugar, com o pires na mão buscando recursos do Governo do Estado e Governo Federal, e não vai ser um indutor do desenvolvimento. Então, eu quero dizer que a prefeitura precisa passar por um ajuste muito sério para ser um indutor do desenvolvimento.

WANNESSA STENZEL – Quem é Valdir Rossoni, um político que há 30 anos está de alguma forma no poder?

VALDIR ROSSONI – Olha a sua resposta pode ser dada em duas palavras, mas eu vou procurar aqui explicar. Um homem que está há 30 anos no poder não é verdade. Eu já fui governo, já fui oposição, já fui presidente da Assembleia Legislativa, já fui deputado federal, e já fui chefe da casa civil, e eu acredito que nós não podemos jogar fora toda essa experiência que eu adquiri nos cargos que eu passei, para que eu use essa experiência, essa coragem, essa determinação para tirar União da Vitória, principalmente a prefeitura que se encontra em uma situação caótica, desastrosa. Quem tiver coragem de colocar a prefeitura de União da Vitória nos trilhos vai marcar época na cidade. Eu não tenho nenhuma preocupação e nem vergonha do tempo que estou na política, 30 anos, porque eu adquiri muita experiência, e vocês sabem que isso conta muito quando você enfrenta um grande problema. E hoje, administrar a prefeitura de União da Vitória é administrar um grande problema. Você terá que tomar atitudes duras, ser um bom gestor, ter capacidade de ver o que é necessário, e não ter medo de tomar atitude. Eu estou determinado em colocar o meu nome a disposição do partido, para dar a minha contribuição no encerramento da minha carreira política para o município. Tenho certeza de que esta experiência terá validade muito grande na solução dos problemas. Hoje, não é qualquer político amador que vai resolver os problemas, é um político experiente, um grande gestor; para chegar e sentar e no primeiro dia já tomar medidas que União da Vitória nunca viu, mas vai ter que ver na próxima administração se quiser ter uma prefeitura que seja a indutora do desenvolvimento e da geração de empregos para nossa querida União da Vitória.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

VALDIR ROSSONI – Eu agradeço a oportunidade em falar com a população. E que me desculpem aqueles que se ofenderam com minha fala. Está na hora de falar a verdade, União da Vitória não pode continuar do jeito que está, principalmente a prefeitura. Porque a população clama por emprego, saúde, por investimentos em educação, boa gestão, clama para que a prefeitura não seja um cabide de emprego, clama para que a prefeitura não pague só a máquina, que tenha capacidade de investimentos. Então eu tive a oportunidade de falar e cumprimentar a população, mas antes de encerrar, quero dizer que ainda pode acontecer de eu me tornar deputado federal, o meu caso está para ser julgado em Brasília, só não aconteceu devido ao coronavirus, mais em uma eventualidade se eu virar deputado federal novamente, que será a sorte da nossa região, pois a região ficou sem deputado federal, nós temos um outro nome do partido que também pode ser nosso candidato a prefeito, que é o Doutor Ary Carneiro Junior, já foi prefeito de Porto União, hoje é filiado ao nosso partido, é eleitor de União da Vitória, e pode ser o prefeito que encampe essa proposta de mudança total e de melhoria na gestão da prefeitura de União da Vitória. Meu muito obrigado, obrigado pela oportunidade. Eu acho que minha presença na eleição vai servir para enriquecer muito o nosso debate, o debate vai ser caloroso e respeitoso, mas com a verdade, eu não vou passar a mão na cabeça de ninguém, mas vou apontar os erros cometidos por políticos da cidade, eu também sou político de União da Vitória, fui deputado estadual, federal pelo município, mas eu cansei de ouvir promessas e elas não serem cumpridas, agora eu vou apontar quem errou, e vou dizer que não pode continuar esta situação. Muito obrigada.