Geovania de Sá: “Não defendo Bolsorano, nem Dória; defendo o meu País”

Em exclusiva, Geovania de Sá, Deputada Federal pelo PSDB, comentou o cenário político brasileiro

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Atualizado há 3 anos

Em entrevista no dia 21, na CBN Vale do Iguaçu, a Deputada Federal pelo PSDB, Geovania de Sá, que tem base e histórico eleitoral em Criciúma (SC), falou sobre o trabalho que vem desempenhando e disse que se considera um elo entre os municípios e o Governo Federal. Na ocasião, visitou os municípios do Planalto Norte, entre eles Ireneópolis, Caçador, Lebon Régis e Rio do Canto, Timbó Grande e Porto União. Acompanhada do prefeito Eliseu Mibach (PSDB) conversou sobre os recursos destinados à região, auxílio às lideranças e apoio oferecido aos municípios em época de pandemia.

Geovania é administradora de empresas e atuou na iniciativa privada durante 20 anos. Em 2012, aceitou o desafio de ser candidata a vereadora e foi eleita com a maior votação já vista para a Câmara Municipal da cidade. Em 2013, foi convidada a assumir a Secretaria de Saúde de Criciúma. Em 2014, disputou as eleições para deputada federal e ela foi eleita mais uma vez. Em 2018, garantiu o segundo mandato em Brasília. Em 2019, no mesmo dia que reassumiu a cadeira, garantiu um lugar para Santa Catarina na Mesa Diretora da Câmara Federal. Ela é um dos 11 deputados (dos 513) que estão à frente dos trabalhos da casa. É a primeira mulher a presidir o PSDB em Santa Catarina.

Confira:

CBN: Agradecemos a gentileza da entrevista, seja bem-vinda.

Geovania de Sá (GS): Estou muito feliz em estar aqui, na rádio CBN, que é respeitadíssima no País todo. Já participei hoje de reuniões com os nossos vereadores e secretários municipais de Porto União. Falar sobre o cenário político é um privilégio.

CBN: Deputada, qual mulher tem espaço na política hoje?

GS: Qualquer mulher que queira se envolver, independente da raça, do sexo e da cor e, de onde ela vem. Precisamos de mais mulheres na política e na administração pública. Somos em mais de 50 % da população, mas ainda é uma minoria no cenário político. Não queremos estar a frente dos homens, mas sim ao lado e discutir com igualdade.

CBN: Quais são as bandeiras reais da mulher?

GS: Por mais que a gente tenha avançado, como é o caso da Lei Maria da Penha, nós precisamos principalmente, defender e buscar minimizar e neutralizar a violência né. Na pandemia vimos esse crescimento sobre tratar as políticas públicas para reduzir esses indicadores. Há necessidade de proteção das mulheres e minimizar a violência.

CBN: A senhora pertence à Igreja Evangélica Assembleia de Deus e tem participação na Frente Parlamentar Evangélica no Congresso Nacional. O que dizer sobre o Caso Flordelis?

GS: Está é uma situação delicada. Eu a encontro muito no Congresso Nacional. E não cabe a nós, nesse caso, estar analisando. Cabe a justiça averiguar a situação e que a justiça seja feita.

CBN: 21 e janeiro é o Dia Nacional de Combate a Intolerância Religiosa. Como promover essa transformação nos dias atuais?

GS: A religião faz parte da vida das pessoas. Eu mesma sempre tive muito respeito a opção do ser humano. Eu nasci em uma igreja evangélica, e sempre toquei na orquestra, porque minha família é de músicos em Criciúma e, isso me faz muito bem. Eu construí valores que eu acredito. Lá na Câmara Federal tem momentos e pautas que mexem com os nossos valores, mas independentemente todos precisam ser tratados com muito respeito.

CBN: É possível combinar política e religião?

GS: Com certeza, todos precisamos acessar as políticas públicas. Quando eu vou louvar é para Deus e no púlpito ou dentro da igreja eu não toco em política. Eu separo as coisas; política é uma coisa e religião é outra.

CBN: Como valia o combate à Covid-19?

GS: O ano de 2020 foi de grande aprendizado e que já atingiu a humanidade. Todos devemos estar unidos e que ninguém seja forçado a nada, como é o caso da vacinação. Não importa se a vacina é ‘x’ ou ‘y’ e de onde ela vem; o que queremos é uma vacina testada e respeitando a ciência.

CBN: Na sua opinião, a posição até agora, da autoridade máxima do País sobre a Covid compromete o andamento da pandemia?

GS: É um assunto bem deliciado. Eu sendo deputada voto com as pautas que são importantes para o País, sempre visando o melhor. O Presidente negou o vírus. E olha, é um vírus que está matando, qual comprovação maior do que essa? Saúde sempre em primeiro lugar. Não defendo Bolsorano, nem Dória; defendo o meu País.

CBN: Rodrigo Maia, presidente da Câmara (DEM), deixa o cargo em 31 de janeiro. Como avalia a gestão?

GS: Tenho muito contato com ele, porque dos 513 deputados da câmara, 11 são da mesa diretoria. Então todas as reuniões é ele quem toca. Em 2019, eu fui a mulher da história da câmara que mais presidiu as sessões, e isso devo a ele. A previdência saiu do papel porque o Rodrigo defendeu e botou debaixo do braço; assim como a Reforma Tributária. Não estou defendendo-o, até porque ele não é do meu partido, mas como Presidente desempenhou um bom papel com espaço às mulheres.

CBN: Artur Lira ou Baleia Rossi? Quem deve assumir a Câmara?

GS: Os dois são meus colegas de plenário. Na semana próxima semana, o PSDB vai se reunir e vamos tomar uma decisão.

CBN: Com 513 cabeças diferentes, como encontrar um rumo na Câmara?

GS: É a defesa de todas as áreas, e também divergimos em muitas votações, eu por exemplo, represento Santa Catarina. Temos bandeiras diferentes, mas cada um tenta expressar a vontade do seu eleitor.

CBN: Quais as principais demandas de Porto União à senhora?

GS: São muitas demandas. Aqui, em Porto União, já sentamos com os vereadores e secretários e vamos avaliar os pedidos. O que eu reparei é que aqui na cidade, a população é bem servida de infraestrutura. Eu vi que vocês têm avenidas bem pavimentadas e dá orgulho de ter um prefeito como Eliseu. Infraestrutura é importante.