Governo do PR extrapola gastos com funcionalismo

Só ano passado, os gastos do governo tucano foram de R$10,2 bilhões ultrapassando o limite da LRF

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Atualizado há 11 anos

Por Agência Notícias PR

Foto: Sandro Nascimento ALEP
Foto: Sandro Nascimento ALEP

As finanças públicas do Paraná não vão nada bem. Entre 2003 a 2012, a gestão do governador Beto Richa (PSDB) teve um dos maiores gastos com funcionalismo público. De acordo com levantamento feito pelo jornal Gazeta do Povo, apenas em 2012, o governo tucano gastou mais de R$ 10,2 bilhões com pagamentos de salários e aposentadorias. Nos últimos 10 anos cujo total gasto com pessoal foi de R$ 63 bilhões.

 

A reportagem do jornal aponta que, só ano passado, a folha de pessoal chegou ao número inédito de 3,96% do Produto Interno Bruto (PIB) paranaense, proporção que jamais havia sido atingida na última década. O gasto também equivale a 46,67% do orçamento do estado e ultrapassam o limite prudencial estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que é de 46,55%.

 

Ainda segundo a Gazeta do Povo, antes de Richa, este limite já havia sido ultrapassado em 2004 no governo de Roberto Requião. Nos anos seguintes, a porcentagem caiu até 2008 para 42,27%. Porém, os gastos foram novamente aumentando. No primeiro ano da administração tucana, os gastos do governo com pessoal chegaram a 46,65%.

 

De acordo com o líder da Oposição na Assembleia Legislativa do Estado do Paraná, deputado estadual Tadeu Veneri (PT), os dados são uma realidade já constatada há algum tempo. Segundo Veneri, o Richa criou nos últimos dois anos um cargo comissionado a cada 24 horas. “Isso traduz numa quantidade de gastos das máquinas públicas muito acima daquele que seria o prudente, acima até da Lei de Responsabilidade Fiscal”, afirma.

 

“O que me parece que acontece é que o governo gasta muito e gasta mal. Ele criou uma série de agências reguladoras e cargos comissionados sem que tivéssemos um estudo de impacto do que significaria isso para o estado. Tudo isso chega a um ponto que você não tem mais como administrar financeiramente esta conta”, ressalta.

 

Uma das justificativas para o desequilíbrio na folha apontada pelo secretário de Estado da Fazenda, Luiz Carlos Hauly, seria a implementação da Defensoria Pública no estado.  Veneri contesta essa informação, declarando-a inoportuna. “Me surpreende que o [Luiz Carlos ] Hauly de uma forma inoportuna aponta como sendo uma das responsáveis pelo desequilíbrio da folha a criação da Defensoria, onde se tem 50 pessoas contratadas. Isso  é querer esconder o sol com a peneira”, completa. Outros motivos citados pelo secretário são o aumento de aposentadorias, novas contratações e aumento de salários de professores policiais.