Plenário repercute obras e radares em rodovias federais em más condições em SC

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Atualizado há 3 anos

Assunto foi trazido pelo presidente da Alesc, Mauro de Nadal, que criticou a colocação de radares em rodovias esburacadas    FOTO: Rodolfo Espínola/Agência AL

A assinatura do termo de cooperação técnica entre o governo estadual e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), nesta quarta-feira (15), para a aplicação de recursos de Santa Catarina em obras federais provocou, entre os deputados da Assembleia Legislativa, um debate sobre as condições das BRs que atravessam o estado, o excesso de radares e a falta de investimentos da União na infraestrutura viária catarinense.

O presidente da Alesc, deputado Mauro de Nadal (MDB), registrou, durante a sessão ordinária desta quarta-feira, a assinatura do termo de cooperação, que resultará no investimento de R$ 465 milhões dos cofres do Estado, aprovados pela Assembleia, em obras de quatro rodovias federais: BR-470, BR-280, BR-163 e BR-285.

“Não será por falta de recursos financeiros que essas obras serão paralisadas”, comentou. “É um momento importante para o estado, porque todos nós sabemos da importância dessas obras na economia, na vida, no patrimônio dos catarinenses.”

Nadal aproveitou para criticar a instalação de radares de controle de velocidade em rodovias federais que estão em péssimo estado de conservação, sem a devida sinalização. “É algo que causa indignação na população do Extremo Oeste. Ou se olha para o buraco, ou se olha para as lombadas eletrônicas. É todo mundo pagando multa. Ou se prioriza a segurança, para não cair nos buracos, ou se prioriza o bolso.”

O presidente pediu ao Dnit que os radares não sejam colocados até que as rodovias estejam recuperadas.  “Vamos cuidar principalmente das vidas, já que a pista não oferece condições de transitar em segurança”, afirmou o deputado, que pediu também a construção de faixas adicionais na BR-282, no trecho que passa pela Grande Florianópolis.

A manifestação de Nadal recebeu o apoio dos deputados. Fabiano da Luz (PT) condenou o excesso de radares em rodovias esburacadas. “O que está sendo vergonhoso é encher as rodovias de pardais em trechos onde não tem como andar”, disse.

Moacir Sopelsa (MDB) parabenizou o governador pela liberação dos recursos, mas lamentou que o Estado não tenha o respaldo da União para fazer os investimentos necessários. “Além de andar nos buracos, temos a penalidade das multas dos radares. Precisamos, independente de partido, cobrar para trazer os investimentos que precisam ser feitos.”

Ricardo Alba (PSL) lembrou que o Estado está colocando em obras federais mais recursos que a União. “Se for esperar a União fazer Santa Catarina se desenvolver, vamos ter que esperar mais 500 anos. Não é uma crítica ao atual governo, é uma constatação histórica, de que Santa Catarina é sempre deixada de lado. Que o governo federal abra os olhos para a população catarinense, que muitas vezes está perdendo a vida nas estradas”, disse.

Valdir Cobalchini (MDB) lamentou que em 2020, Santa Catarina tenha enviado R$ 70 bilhões em impostos para a União, mas tenha recebido R$ 471 milhões para investimentos em rodovias. “Isso é migalha, é farelo. Santa Catarina merece mais respeito, que isso sirva de lição.”

O parlamentar comentou que, durante a audiência pública do Senado que discutiu a aplicação dos recursos de Santa Catarina nas BRs, no mês passado, soube que o Paraná recebeu mais de R$ 2 bilhões para investir em rodovias estaduais.  “É um tratamento desigual e desproporcional e nós não podemos aceitar que essa relação entre o Estado e Brasília continue nos prejudicando.”

Ivan Naatz (PL) classificou os radares como “caça-níqueis” e afirmou que a Assembleia Legislativa deve enfrentar esse problema.

Dr. Vicente Caropreso (PSDB) parabenizou o Estado pela liberação dos recursos e criticou o que chamou de “insensibilidade do governo federal em premiar alguns estados e penalizar outros.”

Ada de Luca (MDB) também criticou a discriminação praticada contra Santa Catarina na distribuição de recursos. Ela lembrou que o eleitor catarinense, em sua maioria, votou no atual governo nas últimas eleições. “Poderia ter um pouco mais de consideração”, comentou.

José Milton Scheffer (PP) classificou tal discriminação como inexplicável. “Santa Catarina é um estado que votou em peso no presidente Jair Bolsonaro e merece um olhar diferenciado em termos de rodovias federais”, disse. “Temos que nos unir e reverter o mais rápido possível essa discriminação que Santa Catarina está sofrendo”, completou o deputado, que parabenizou o governo estadual pelos investimentos nas rodovias federais.