Açafrão pode ser usado para combater larvas de mosquito da dengue

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Atualizado há 9 anos

Uma pesquisa conduzida por cientistas brasileiros revelou que um corante extraído da raiz da cúrcuma, também conhecida como açafrão da Índia, pode ajudar a eliminar as larvas do mosquito transmissor da dengue, Aedes aegypti, nos criadouros.

Os pesquisadores descobriram que o extrato possui propriedades fotodinâmicas naturais capazes de elevar a vulnerabilidade das larvas à luz e eliminá-las. A investigação foi divulgada pela Fapesp (Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo), entidade pública que financiou o projeto.

O composto extraído da cúrcuma (Curcuma longa L.) foi testado com sucesso para eliminar as larvas do Aedes aegypti em um experimento em São Carlos (SP) pelos especialistas do Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (Cenop).

A curcumina, uma das substâncias que conferem a cor alaranjada ao açafrão, possui propriedades fotodinâmicas naturais que permitem que, com a exposição à luz, induzam a produção de espécies reativas de oxigênio, altamente tóxicas.

As larvas do mosquito são muito sensíveis aos efeitos fotodinâmicos e o corante se acumula no intestino do inseto após ser ingerido com a água onde o mosquito se reproduz. Quando a substância é ativada pela luz, induz à produção de moléculas que prejudicam de forma fatal os tecidos do aparelho digestivo dos mosquitos.

Os experimentos para provar a eficácia do extrato no combate à dengue até agora se limitaram ao laboratório. No entanto, o que já foi feito comprovou o efeito do tratamento fotodinâmico com o uso de luz solar, com o uso da luz branca comum e com luzes LED.