Acordo garante recursos para o combate à dengue em Paranaguá

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Atualizado há 8 anos

A Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) e o Ministério Público Federal (MPF) celebraram nesta sexta-feira (15) acordo judicial que irá destinar recursos ao Programa de Combate à Dengue em Paranaguá. Ao todo, a Appa vai destinar cerca de R$ 8 milhões para ações de combate à doença e ao controle de zoonoses na cidade.

Trata-se de acordo referente à ação 5000412-67.2010.404.7008/PR, relativa ao programa de Zoonose do Porto de Paranaguá no ano de 2010. Há seis meses, Appa e MPF vêm discutindo a possibilidade de acordo no sentido de promover ações para redução de vetores e doenças incidentes no município de Paranaguá.

O combate à dengue e a zoonoses possui grande similaridade na causa principal dos vetores, como sujeira e volume de resíduos jogados nas ruas. A prevenção com mutirões de limpeza e mudança de comportamento são as únicas formas de combatê-las.

A situação de emergência no município, no entanto, motivou a antecipação do acordo. Com isso, até o dia 21 de janeiro a Appa irá depositar cerca de R$ 4 milhões para aplicação imediata no Programa “Dengue: Somos Todos Responsáveis”. Estes recursos serão destinados ao Município de Paranaguá e deverão ser utilizados na limpeza e remoção de resíduos acumulados.

“O combate à dengue é um dever de todos e a Appa não medirá esforços em apoiar a Secretaria de Saúde do Paraná nesta importante ação de preservação da vida humana. Há mais de oito meses temos campanhas de combate ao mosquito na região do porto e estes novos aportes só confirmam as nossas intenções”, afirma o diretor-presidente da Appa, Luiz Henrique Dividino.

O relatório da Secretaria Municipal de Saúde apresenta 1.835 casos notificados, sendo 607 casos autóctones, ou seja, manifestados nos bairros de Paranaguá, e uma morte. O prefeito de Paranaguá, Edison de Oliveira Kersten, decretou estado de emergência para evitar a possibilidade de uma epidemia de dengue na cidade.

Na área portuária, há mais de três anos o problema é tratado por meio do Sistema de Gestão Ambiental que mantém a regularidade da limpeza em toda a região do porto, a eliminação de áreas abandonadas, a remoção de entulhos e resíduos de qualquer natureza.

Segundo o procurador da República do Ministério Público Federal, Adriano Barros Fernandes, o acordo realizado apenas abrange a destinação do valor da multa, para que tenha aplicação vinculada ao combate à dengue e às zoonoses, por meio de projetos previamente elaborados e aprovados. “Em nada interfere na obrigação já imposta por meio de decisão judicial de que a Appa deve adotar medidas de limpeza e profilaxia na área portuária e retroportuária no combate às zoonoses. É com satisfação que vemos a atitude da Appa em se preocupar com a melhor utilização do recurso da multa, que antes não tinha uma destinação estritamente vinculada para essas preocupantes questões, como a dengue”, esclarece.

ZOONOSES – O restante dos recursos será aplicado em uma segunda etapa, no Programa de Zoonoses, ao longo de 2016 e 2017. O programa vai incorporar um trabalho científico elaborado em parceria com a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e visa buscar soluções a médio e longo prazo para o aperfeiçoamento e otimização da limpeza urbana e controle de zoonoses.

Este programa compreende a realização de estudos voltados ao entendimento da dinâmica das populações destas espécies sinantrópicas de Paranaguá, como mosquitos, baratas, roedores e pombos, sua densidade populacional e taxa de crescimento para estabelecer o tamanho da população e propor medidas de manejo e controle ambiental.