AGOSTO AZUL: Unidades atendem cerca de 1 mil homens no Dia D

Para Secretaria de Saúde, eles estão mais conscientes quando o assunto é saúde

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Atualizado há 8 anos

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De todas as idades: homens do Vale do Iguaçu estão mais conscientes, aponta Secretaria de Saúde. (Foto: Bruna Kobus).

Durante todo o sábado, 13, “eles” tiveram atendimento especial nas Unidades de Saúde de União da Vitória. Isso porque foi no sábado o Dia D da Campanha Agosto Azul. Na cidade esse é o segundo ano de Campanha, no Estado já ocorre desde 2012. Conforme a diretora da Atenção Básica, Esther Müller, a ideia é que o movimento cresça ainda mais nas próximas edições. “Os homens estão mais conscientes”, pontua.

Segundo Esther, no sábado, logo no final da campanha, às 17 horas, ainda haviam homens chegando para receber atendimento nas unidades. “Ficou muita coisa agendada. Queremos que no próximo ano as unidades fiquem abertas o dia todo”, adianta.

Os dados da Secretaria de Saúde mostram que 973 homens foram atendidos no Dia D. Todos eles fizeram os testes rápidos de sífilis, hepatites B e C. Além de testes de HIV, onde foi verificado um paciente positivo. “Ele já foi encaminhado para tratamento e exames laboratoriais”, afirma Esther. Os resultados dos exames rápidos feitos nas Unidades de Saúde ainda não foram divulgados, o caso positivo de HIV foi confirmado na tenda de atendimento montada na área central da cidade.

Durante o Dia D também foram entregues panfletos informativos, repassadas orientações e realizadas aferição de pressão arterial. Vacinações, avaliação odontológica, bem como testes de glicemia foram concentradas nas Unidades espalhadas pela cidade.

Homens com mais de 50 anos foram direcionados para avaliações médicas mais detalhadas, como exames de próstata. Homens acima de 40 anos só precisaram fazer exames de próstata, por exemplo, caso já tivessem registro de câncer na família.

O cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC), técnica utilizada para verificar o estado nutricional e observar se a pessoa está dentro dos padrões de normalidade com relação ao seu peso e estatura, orientações sobre alimentação saudável e a importância da prática de atividades físicas também foram disponibilizados durante o Dia D da campanha.

A ação contou com apoio das equipes de Nutrição das Faculdades Integradas do Vale do Iguaçu (Uniguaçu), e de educadores físicos do Centro Universitário de União da Vitória (Uniuv). Outra entidade parceira da Campanha Agosto Azul e que participou das ações foi a Rede Feminina de Combate ao Câncer (RFCC).

Além do Dia D da campanha, as ações voltadas ao Agosto Azul seguem durante todo o mês, nas Unidades de Saúde da cidade.

Pré-natal do homem

Quase um terço dos homens brasileiros não tem o hábito de frequentar serviços de saúde para acompanhar seu estado de saúde e buscar auxílio na prevenção de doenças e na qualidade de vida. Pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde na semana passada mostra que as barreiras socioculturais interferem na prevenção à saúde e que, em muitos casos, os homens pensam que não ficam doentes ou têm medo de descobrir alguma alteração no organismo.

O levantamento foi feito por telefone em 2015 com mais de 6 mil homens cujas parceiras fizeram parto no Sistema Único de Saúde (SUS). O estudo mostrou que, apesar de o pré-natal da parceira ser o momento em que o homem está mais próximo dos serviços de saúde, as consultas e os exames ainda são pouco aproveitados pelos profissionais. A maioria dos homens (80%) disse que acompanha a parceira nas consultas, mas 56% afirmaram que o atendimento teve foco apenas nas orientações à gestante.

A partir dos resultados do estudo, o ministério lançou na semana passada o Guia do Pré-Natal do Parceiro para Profissionais de Saúde e o Guia da Saúde do Homem para Agente Comunitário de Saúde. A primeira proposta consiste em aproveitar o momento em que o homem está mais próximo do sistema de saúde, acompanhando a parceira no pré-natal, para que ele adote hábitos saudáveis e faça exames preventivos. O segundo tenta sensibilizar agentes para levar os homens às unidades básicas de saúde e trabalhar a prevenção.

Ainda de acordo com a pesquisa, uma das respostas mais comuns entre os homens (55%) é que não buscaram os serviços de saúde porque nunca precisaram. A falta de cuidado, segundo a pasta, esconde uma crescente consequência: eles morrem mais cedo que as mulheres e de doenças que poderiam ser prevenidas, como acidentes vasculares, infartos, câncer e doenças do aparelho digestivo.

O resultado da busca tardia pelos serviços de saúde faz com que os homens vivam, em média, sete anos a menos que as mulheres – a expectativa de vida deles é de 71 anos e das mulheres, 78. As causas que mais matam os homens são as externas (acidentes de trânsito, violência), seguidas de doenças do aparelho circulatório, neoplasias e aparelho digestivo.