ALEITAMENTO MATERNO: Amamentar é bom e faz bem

Campanha do Ministério da Saúde estimula o aleitamento e a doação do leite excedente. Nas Cidades Irmãs, mulheres dão exemplo

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Atualizado há 9 anos

Amamentar o filho até os seis meses de vida é básico. Difícil, muito mais elogiado e incentivado, é garantir o aleitamento por mais tempo. Na TV, as campanhas já estão se replicando. Elas sugerem a amamentação por até dois anos.

Em União da Vitória, o assunto também é encarado com firmeza. Referência na região, a Associação de Proteção à Maternidade e à Infância (APMI), incentiva as mamães que acabaram de dar à luz a oferecer o seu leite como alimento. “Ele reduz as doenças do recém-nascido e internamentos desnecessários. Muitos destes internamentos ocorrem por desidratação e o aleitamento resolve”, defende a administradora do hospital, Antônia Bilinski.

O assunto é levado a sério durante a estadia das mamães na unidade e também nos cursos para gestantes, divididos em quatro encontros. Um dos temas abordados é justamente o aleitamento. “Hoje em dia as mães estão aceitando muito melhor essa questão mas há uns 20 anos, elas saiam do hospital com a lata de leite artificial embaixo do braço. A gente sabe que precisa de empenho para conseguir dar o leite mas vale a pena”, sorri.

Mãe de segunda viagem, Patrícia Luiz, de 25 anos, conhece bem estas vantagens. No domingo, ela deu à luz ao pequeno Yuri Rafael. E ele, logo que saiu da barriga da mamãe, foi alimentado no peito. “Quero amamentar ele até quando ele quiser. Esse momento é um jeito de ficar mais perto do filho. É um momento dos dois”, sorri.

A experiência de cumplicidade é compartilhada pela secretária, Luana Padilha de Lima. “No começo foi bem complicado. Eu fiz cesárea, ela nasceu na quarta-feira e o leite maduro desceu apenas no sábado. Ela chegou a perder 200 gramas. Até ela pegar o peito foi muito difícil”, conta a mãe da pequena Emily. “Mas insisti bastante, meu marido sempre incentivou, sempre falando que ela iria ter uma saúde boa”, conta. A pequena, hoje com pouco mais de 40 dias, já engordou meio quilo desde o nascimento. Além do peso, mãe e filha tem ficado cada vez mais pertinho. “É muito bom. Ficar de madrugada agarrada com ela, vendo ela mamar”, sorri.

Região não dispõe de Banco de Leite

Mesmo sendo referência em cuidado com a gestante, mãe e bebês, a APMI não oferece um Banco de Leite. Ou seja, mães que tem o alimento em grande quantidade não tem como doá-lo. Logo, o descarte do leite é inevitável. Segundo Antônia, a ausência é fruto especialmente da falta de estrutura. “Precisaríamos ter um local para pasteurização e de um esquema grande para recolher o leite dos bairros, de casa em casa. Tem um custo grande, para nós, enquanto instituição. Seria bom, mas é muito caro”, justifica a administradora. Por enquanto, quem tem leite de sobra, só garante o sustento – e a fortaleza – do seu próprio baixinho.