Combate a hepatite precisa de US$ 6 bilhões por ano, afirma OMS

Investimento evitaria 4,5 milhões de mortes prematuras até 2030. No Vale do Iguaçu, acesso ao tratamento é gratuito

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Atualizado há 5 anos

80% das pessoas que vivem com a doença não conseguem ter acesso aos serviços básicos de tratamento (Foto: Reprodução).
80% das pessoas que vivem com a doença não conseguem ter acesso aos serviços básicos de tratamento (Foto: Reprodução).

Estudo divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) concluiu que é preciso investimento de US$ 6 bilhões por ano para evitar 4,5 milhões de mortes causadas em todos os países pela hepatite até o 2030. A medida foi proposta na semana em que o Dia Mundial de Combate à Hepatite foi lembrado, em 28 de julho. Segundo o estudo e matéria sobre o tema publicada pela Agência Brasil, a erradicação da doença em todo o mundo depende de US$ 58,7 bilhões, quantia que poderia reduzir novas infecções em 90% e mortes em 65%.

Na avaliação da OMS, 80% das pessoas que vivem com a doença não conseguem ter acesso aos serviços básicos de tratamento. De acordo com o órgão da ONU, as nações devem aproveitar as recentes reduções nos custos de diagnóstico e de tratamento da hepatite viral para aumentar os investimentos na eliminação da doença.

Segundo a organização, cerca de 325 milhões de pessoas vivem com hepatite B e C. 124 países tem planos de erradicação da doença, no entanto, não possuem orçamento para executar as medidas de prevenção e tratamento.

Não é isso o que ocorre no Vale do Iguaçu. Conforme os órgãos de saúde que atendem os pacientes de hepatite, o acesso ao tratamento é gratuito. Dados da 6ª. Regional de Saúde apontam que existem em todos os municípios, 58 pacientes em tratamento (ele começou antes de 2019). Em Porto União, são quatro novos casos neste ano e 50 numa série histórica registrada desde 2007 (cerca de 20 ainda estão em tratamento; os outros, já receberam alta).

Sobre a Hepatite

A doença e suas “letrinhas” (A, B e C) são infecções silenciosas, que só apresenta sintomas mais claros (pele amarelada, náusea, urina escura) quando o fígado está bastante comprometido. E as drogas atuais, embora o vírus, não são capazes de anular os danos que ele provocou ao longo de décadas.

Para que esta medicação posso ser usada e disponibilizada para os pacientes, o diagnóstico precisa ser breve. “Precisamos do diagnóstico que pode ser iniciado a partir do teste rápido para as Hepatites B e C, se o teste rápido der positivo, o indivíduo é encaminhado para realizar um exame mais complexo, que confirma a presença do vírus no organismo, depois passa por mais um exame de sangue, que define o genótipo do vírus”, explica a enfermeira Maria Cristina Gan, enfermeira chefe da Vigilância Epidemiológica de Porto União. “Portanto, a chave para o bom tratamento é o diagnóstico precoce”.

Contudo, estima-se que apenas 25% dos brasileiros com hepatite C, por exemplo, não sabem que tem a doença. E pior ainda: aproximadamente 70% deles não iniciam o tratamento, conforme estudos feitos pelo ministério da Saúde. “Os remédios mais modernos abrem as portas para um cenário de controle da hepatite C – não à toa, há o plano de eliminação da doença até 2030, encabeçado pela Organização Mundial da Saúde e apoiado pelo governo brasileiro”, ressalta a enfermeira.