No Dia Mundial da Raiva, veterinária faz alerta

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Atualizado há 10 anos

Por Mariana Honesko

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Veterinária Nicólli Schaefer tem na comunidade uma aliada no controle da doença na região. (Foto: Arquivo).

Neste domingo, a Raiva é a “bola da vez” nas discussões sobre prevenção e cuidados com a doença. A data é especial, afinal, é justamente em 28 de setembro que o Dia Mundial da Raiva é lembrado. Muito mais que lembrar o controle da doença, o evento foca na conscientização da comunidade quanto aos problemas causados por ela.

Entenda a doença

A Raiva é uma zoonose transmitida por um vírus, principalmente por meio da mordida de animais infectados. “Sua letalidade é de 100%, mas é uma doença que pode ser prevenida com um esquema de vacinação eficaz”, ressalta a médica veterinária da Vigilância Sanitária de União da Vitória (Visa), Nicólli Schaefer. Embora controlada no Brasil, a doença depende de fiscalização. A patologia atinge os animais, tanto urbanos quando rurais, a partir do contato, especialmente, com morcegos também já contaminados com o vírus. O vírus da Raiva está presente na saliva de mamíferos infectados. Ela pode ser transmitida por animais domésticos, de reprodução – como bovinos e equinos – e silvestres. É neste grupo que entram os morcegos, quatis, macacos e raposas. Quem tem animal em casa precisa vaciná-lo contra a doença todos os anos. O processo é particular, feitos nas clínicas.

Controle precisa de ajuda popular

raiva-doencaEm União da Vitória, a Visa assiste os casos de Raiva mas conta essencialmente com a ajuda popular para que o processo não tenha falhas. Para auxiliar é simples: basta que a morte de cães e gatos seja comunicada ao departamento. A checagem da Raiva em vacas e cavalos, por exemplo, é responsabilidade da secretaria estadual da Agricultura. É a partir de um simples aviso que o controle, de fato, começa. Todos os anos, a Visa precisa enviar 26 cabeças de animais, o que corresponde à 0,2% da população animal do município, para o setor de zoonose do Estado. Mas, até o início deste mês, apenas três haviam sido encaminhadas para análise. A “baixa” é fruto da falta de comunicação entre o órgão e a comunidade.

O serviço de recolhimento dos animais e envio para o setor de zoonose é gratuito à comunidade. Em média, o resultado do laudo é conhecido em 30 dias. Em 2013, um morcego contaminado foi encontrado na região. Assim como cães e gatos, eles também podem ser enviados à Visa.

Porto União também não atinge meta

Na cidade vizinha, o envio de cabeças de animais também é uma exigência da 27ª Regional de Saúde. Mas, segundo a veterinária coordenadora da Visa no município, Anne Grasielle Chagas, o número de 12 unidades não deve ser atingido neste ano. Na verdade, até agora, apenas três morcegos foram encaminhados para análise do Laboratório Central (Lacen), em Joinville (SC). “No ano passado, conseguimos fechar. Neste ano, está bem difícil”, afirma. Assim como em União, o pedido do órgão é por ajuda popular. “O pessoal não está ligando muito mas pedimos que quem perceber uma morte de animal e ver que a cabeça está preservada, que nos avise”, sugere.

Atenção aos sintomas

Conforme Nicólli, existem duas principais formas clínicas de sinais e sintomas da Raiva nos cães e gatos. Os animais mudam de comportamento e deixam bem evidente que há algo de errado. Entre os sintomas estão comportamento agressivo, inquietação, falta de apetite, latido rouco, paralisia e procura por lugares escuros. A evolução do quadro é rápida e, em até dez dias, mata.

Em caso de mordida

Ao ser agredido por animais, é preciso lavar imediatamente o ferimento com água e sabão, bem como procurar assistência médica. Dependendo da avaliação profissional, será necessário o tratamento antirrábico humano. No caso de agressão por animais silvestres, o tratamento profilático antirrábico humano é imprescindível e deve ser buscado o mais rápido possível.