EM PORTO UNIÃO: Macaco é encontrado morto no interior

Exames para Febre Amarela já estão em andamento. Morte do animal coloca unidades de saúde em alerta

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Atualizado há 5 anos

(Foto: Divulgação/Prefeitura de Porto União).
Macaco morto: material foi coletado para investigação (Foto: Divulgação/Prefeitura de Porto União).

Na noite de sexta-feira, 11, um macaco bugio foi encontrado morto em uma árvore. Trabalhadores de um reflorestamento de pinus, na localidade de São Martinho, no interior de Porto União, encontram o animal. Eles informaram o caso às equipes das vigilâncias Sanitária e Epidemiológica do município.

“Como ele estava inteiro, foi coletado material para análise no Lacen (Laboratório Central de Saúde Pública). Pode ser outros motivos que levaram ele à óbito, mas como o Estado está em alerta, precisamos ficar de olho nisso”, conta a médica veterinária da Secretaria da Saúde, Anne Chagas. Ainda não há data para a divulgação do resultado. “Constatamos realmente esse bugio morto e fizemos a coleta do material e enviamos para análise se é ou não Febre Amarela”, confirma a responsável pela Epidemiologia municipal, Maria Cristina Gan.

O macaco não transmite a doença. A Febre Amarela é transmitida pelo mosquito contaminado com vírus que também pica os macacos. Não há transmissão direta, de pessoa para pessoa

O encontro de um macaco morto não é apenas algo ocasional ou simplesmente isso, um animal morto. Considerando as orientações do Ministério da Suade e entendendo o que é a Febre Amarela, um macaco morto é, no mínimo, um sinal de alerta. “O macaco não é transmissão da doença. Ele é uma vítima, igual o ser humano. No ciclo silvestre, ele é picado pelo mosquito, contrai a doença, outros mosquitos picam o macaco, se contaminam e picando o ser humano, transmite a doença. O macaco é um alerta máximo, já que ele é um dos primeiros animais afetados e acaba até morrendo pela doença”, destaca Maria Cristina.

Neste processo, existem dois caminhos importantes, conforme as equipes de saúde: assim que um macaco morto for encontrado, o ideal é de imediato avisar os órgãos de epidemiologia; o caso reforça, de novo, a importância da vacinação.

“A única forma de se proteger contra a Febre Amarela é a vacinação”, pontua a enfermeira da Epidemiologia. “A vacina é dose única e se precisar tomar novamente, não tem problema. Ela pode ser dada para crianças a partir dos nove meses até os 59 anos. Acima dos 60, ela pode ser feita com recomendação médica”.

Todas as unidades de saúde do Vale do Iguaçu dispõem do medicamento. Ele é gratuito.

Macaco no interior de União da Vitória

Há dois meses, um macaco foi encontrado morto em União da Vitória, em situações bem semelhantes com o animal em Porto União. O bugio estava no interior da cidade, na região da Vila Zulmira. Considerado jovem, o macaco estava em uma árvore próximo à PR 447.

Contudo, por já estar em condições avançadas de decomposição, não foi possível coletar amostras de material para exame. Mesmo assim, as características de morte também levaram às equipes locais a monitorar a área – e ter a prevenção como mote.

Alerta nos estados

Praticamente na mesma data (nos meses de março e abril deste ano) foram confirmadas as primeiras mortes de macaco por Febre Amarela em Santa Catarina e no Paraná. Desde então, uma série de ações vem lembrando à comunidade sobre a importância da vacinação e dos cuidados.

“A Febre Amarela tem importância epidemiológica por sua gravidade clínica e potencial de disseminação em áreas urbanas infestadas pelo mosquito Aedes aegypti. É uma doença de notificação compulsória imediata, ou seja, todo evento suspeito (tanto morte de primatas não humanos, quanto casos humanos com sintomatologia compatível) deve ser prontamente comunicado, em até 24 horas após a suspeita inicial, às autoridades locais competentes pela via mais rápida”, alerta material sobre a doença, no portal do Ministério da Saúde.