EMBALAGENS: Obesidade pode estar relacionada à falta de leitura dos rótulos

Conforme estudos, consumo extra de sódio e açucares, informados nas embalagens, afeta números na balança

·
Atualizado há 8 anos

Estudo divulgado neste mês pelo Ministério da Saúde mostra que 18,9% da população brasileira está acima do peso. A má alimentação é uma das causas desse quadro, que pode provocar outras complicações, como hipertensão e diabetes. Estar atento principalmente à quantidade de sódio e açúcares presentes nos alimentos industrializados é uma forma de garantir uma alimentação mais saudável, logo, o peso ideal. Para isso, é preciso saber interpretar, isso mesmo, fazer uma releitura das informações nos rótulos dos produtos.

InfoX-XrotulosPesquisadora da Universidade de Brasília (UnB), a nutricionista Fabiana Nalon explica que “é muito importante observar a lista de ingredientes. O primeiro ingrediente é sempre aquele que vem em maior quantidade”. Isso para verificar a composição real dos alimentos e evitar os que privilegiam açúcares, extrato de glicose e sal na receita. “Vale a pena comparar o total de carboidratos nos alimentos de categoria doce. Nos salgados, é interessante observar a gordura e o sódio. O ideal é sempre buscar o que tem menos sódio e gordura”, ressaltou.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que o consumo de sal para adultos seja de até cinco gramas de sal e de quase 50 gramas por dia no caso dos açúcares. No entanto, um estudo do Ministério da Saúde mostra que 70% dos brasileiros estão extrapolando esses limites e consomem cerca de 12 gramas de sal, mais do que o dobro do recomendado. “(O ideal é) fugir dos industrializados e aumentar o consumo dos alimentos no seu estado natural. O industrializado precisa ter um prazo de validade que permita a embalagem, o tempo de prateleira. O sódio é um conservante e o açúcar é o aditivo de sabor e textura. O industrializado tem que ter esses aditivos para ter um sabor agradável e um tempo de prateleira prolongado que o alimento in natura não precisa ter”, ponderou.

Acordo com Indústrias de Alimentação

Com o intuito de reduzir os riscos à saúde pelo excesso de sódio nos alimentos, desde 2011, o Ministério da Saúde retirou quase 15 mil toneladas desse nutriente dos produtos industrializados a partir de um acordo com a Associação de Indústrias de Alimentação (Abia). Assim, a adição de sódio a itens como margarinas, temperos e cerais tiveram queda de até 16%. A previsão é de que, até o ano que vem, um acordo semelhante seja firmado para reduzir a contração de açúcares.

Os esforços para promover uma alimentação mais saudável visam ainda controlar e diminuir os índices de diabetes e hipertensão, esta última responsável por 66% dos casos de AVC e metade dos de infarto no País. Segundo o ministério, 24,9% da população é hipertensa e 7,4% dos adultos são diabéticos

Atenção aos rótulos

Nesta semana O Comércio mostrou as mudanças que os rótulos vêm sofrendo, a partir, especialmente, de campanhas populares que apelavam para mais informações, na tentativa de evitar problemas de saúde aos alérgicos e intolerantes. Neste mês, vale lembrar, termina o prazo para o ajuste neste campo em todas as indústrias de alimentos do País.