Na manhã de segunda-feira, 12, um macaco da espécie Alouatta guariba clamitans (bugio ruivo) foi encontrado morto na região da Vila Zulmira, interior de União da Vitória. O animal, considerado jovem (a idade estimada é de dois ou três anos) estava em uma árvore próximo à PR 447.
O fato de não haver sinais aparentes de choque elétrico, morte provocada por outro animal ou até por objetos de caça, levantam a suspeita de um caso de Febre Amarela. Conforme as equipes dos órgãos de saúde de União da Vitória, o macaco deve ter morrido há cinco dias e por isso, não foi possível detectar seu sexo, nem coletar amostras, por conta do estado de putrefação.
“Infelizmente, não foi possível identificar se o animal estava contaminado devido as doenças, mas sinaliza o problema, pois fica doente igual os humanos”, disse à rádio CBN Vale do Iguaçu a Secretária de Saúde, Fernanda Braciak. “A gente vai emitir um comunicado sobre o encontro desse animal. Porque o macaco sinaliza a doença. Ele serve de alerta”, lembra a enfermeira e coordenadora de endemias de União da Vitória, Aline Bonete.
A Febre Amarela é uma das doenças que podem ser transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, assim como a Dengue, a Chikungunya e a Zika. De janeiro a julho deste ano, já foram registrados 698 focos do mosquito em União da Vitória. Os dados são da Secretaria da Saúde.
A vacina contra a doença está disponível em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) de União da Vitória e de Porto União. No caso de União, a equipe da Secretaria de Saúde pede que os moradores entrem em contato caso encontrem um macaco morto e enfatiza a necessidade dos cuidados no combate ao mosquito Aedes aegypti.
O bugio é a espécie de primata mais comum na região do Vale do Iguaçu. Conforme o veterinário, Maurício Bostelmann, o animal, doente, pode se afastar do bando – daí, por conta de exatamente essas características, a preocupação com o encontro do animal no interior de União da Vitória.
Corredor da doença
De acordo com estudo realizado pela Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), de São Paulo, e divulgado em julho pela Gazeta do Povo, o vírus da Febre Amarela deve passar pelo Paraná e chegar ao Paraguai até o verão. A ocorrência de macacos infectados foi a base do levantamento.