Gripe não faz vítimas na região

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Atualizado há 10 anos

Por Mariana Honesko

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(Foto: Mariana Honesko).

Os espirros estão menos sonoros. O Inverno, que ainda não mostrou exatamente sua força, garantindo temperaturas bem razoáveis desde o dia 21 de junho, parece estar contribuindo com a redução dos números de casos de Gripe A na região de União da Vitória e Porto União.

Nas Cidades Irmãs, a saúde dos moradores, neste aspecto, vai muito bem. A exceção é para o registro de gripes comuns e resfriados. Estes sim seguem populares e tem atingido especialmente crianças e idosos. “Nem me lembro quanto tive gripe pela última vez. Estou é um pouco resfriada”, sorri Elizandre Andrade, de 40 anos, moradora do Bairro São Cristóvão. Ontem, ela procurou a Sala de Vacinas do posto central da cidade mas, a medida não era para erradicar as dores da gripe. “Tomei vacina contra o Tétano, Hepatite e Febre Amarela. É uma exigência do local onde trabalho”, diz.

A calmaria que vivem os departamentos de saúde causa até estranheza. Em Porto União, por exemplo, a Secretaria Estadual de Saúde havia dado sinal de alerta quanto aos casos da Gripe A. A preocupação justifica-se: conforme a diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive), 40 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), causados pelo vírus Influenza, foram confirmados em Santa Catarina desde janeiro. As regiões de Itajaí e Florianópolis registraram o maior número de casos de Gripe A.

gripe-vacina-regiao3Em Porto União, contudo, o perfil está na contramão dos dados estaduais. “Neste ano fizemos a notificação de dois casos suspeitos e os dois deram negativo. Um dos pacientes estava na cidade mas nem morava aqui”, conta Melania Koczyla, do setor de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde. As suspeitas ocorreram nos meses de fevereiro e abril. De lá para cá, o quadro segue estável: não há registros de internamento por conta dos sintomas e nem sinais do vírus H1N1. “Fomos alertados de que teriam bastantes casos, mas aqui não houve nada”, indica.

O vírus também não cruzou a linha férrea. Em União da Vitória, bem como nos municípios assistidos pela 6ª Regional de Saúde, o quadro também é bom e contraria as previsões típicas para uma estação fria e cheia de sintomas. “As alterações climáticas ocorrem. As pessoas tomam choque de temperatura e em consequência, as gripes vem com maior incidência mas, neste Inverno, tivemos apenas um pequeno acrescimento de casos”, confirma o chefe do órgão, Ary Carneiro Junior.

E nada mais que isso. Os números não são sinônimos de preocupação. Pelo menos, não por enquanto. “Mas, pedimos que as pessoas estejam protegidas, se cuidando mesmo e em caso de sintomas, que procurem o serviço de saúde”, orienta o médico.

Meta é superada

Conforme o Ministério da Saúde, mais de 40 milhões de pessoas em todo o Brasil já foram vacinadas neste ano contra a Gripe A. Percentualmente, o índice supera em 4% os 80% sugerido pelo órgão. A vacina está – e segue – disponível em todas as unidades de saúde desde o dia 22 de abril para os integrantes dos grupos de risco. Santa Catarina e Paraná aparecem no ranking com o segundo e terceiro lugar de estados com maior cobertura. Goiás ocupa o posto mais alto, com 92,6% de cobertura.

Sinal de alerta

A vacinação contra a Gripe é uma das principais ações de prevenção mas ela não dispensa medidas básicas de proteção. São cuidados simples, como lavar as mãos várias vezes ao dia, cobrir o nariz e a boca ao tossir e espirrar, evitar tocar o rosto e não compartilhar objetos de uso pessoal. A Influenza é uma doença comum, atinge milhões de pessoas em todo o mundo, todos os anos, com maior transmissão durante o período do Inverno.

A transmissão da Gripe acontece por meio do contato com secreções das vias respiratórias, eliminadas pela pessoa contaminada ao falar, tossir ou espirrar. Também ocorre por meio das mãos e objetos contaminados, quando entram em contato com a boca, olhos ou nariz.