HEMODIÁLISE: Nefrologista assume clínica dias antes de seu fechamento

Manifesto marcado para hoje está cancelado

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Atualizado há 7 anos

Faltando oito dias para o fechamento da Clínica de Hemodiálise em União da Vitória, o nefrologista de Ivaiporã (PR), Marcos Gevert, bateu o martelo e decidiu pela compra do empreendimento. Segundo ele, a decisão é fruto de um pedido feito pessoalmente pelo deputado estadual, Alexandre Curi. “Tive que pensar e aceitei o desafio. Venho de perto aberto, com espírito de liderança, para fazer que as coisas caminhem”, diz o médico.

Hemodialise
Nefrologista, Marcos Gevert (à direita) e parte da equipe de trabalho

Gevert tem experiência de 23 anos com centros de diálise. Em Ivaiporã, administra uma clínica que atende 25 pacientes. Em Guarapuava, também no Paraná, comanda o atendimento em um empreendimento privado especialista em cálculo renal. Conforme ele, embora esta semana já participe da transição, o trabalho sob sua batuta começa no dia 1º de março. O contrato da clínica com o São Camilo, termina no dia 28. Até o final de semana, não havia uma projeção de boas notícias: o fechamento do espaço era quase certo. “Não se mexe em estrutura, mas em equipamento e material humano”, avisa Gevert.

O chefe da 6ª. Regional de Saúde, Henrique César Guzzoni, acompanha a transição de gerência. “É um serviço humanitário que não poderia fechar. Foram três meses de muita briga, muito vai e vem, mas chegamos a uma definição”, diz.

Os pacientes são submetidos três vezes por semana ao tratamento. Cada sessão dura quatro horas. A clínica em União atende no momento 44 pacientes.

Manifesto é cancelado

Organizado por uma das enfermeiras da clínica, estava marcado para logo mais, às 16 horas, uma caminhada de protesto, pela continuação do serviço na cidade. Por conta da confirmação de ontem, o movimento foi cancelado. A ideia nasceu entre os próprios pacientes. “Seria uma mobilização para pedir e tentar evitar que a clínica encerrasse suas atividades”, explicou Vânia Mache, organizadora que criou e administra o evento na rede social.

Relembre

Em uma Carta de Esclarecimento, a nefrologista Gisele Fernandes Furtado, proprietária da Clínica de Hemodiálise que funciona no Hospital São Camilo explicou que o espaço estava à venda. Os avisos, para a 6ª Regional de Saúde, Ministério Público e à direção do hospital, aconteceram ainda em outubro do ano passado.

O anúncio da venda estava também no site da Associação Brasileira das Clínicas de Diálise e Transplante (ABCDT). Mas no endereço, também não houve procura. Conforme a média, a venda é por questões pessoais: Gisele está sem férias há 14 anos e a exigência do trabalho – seis dias na semana – a deixaram esgotada.

Caso não houvesse negociação até o dia 28, quando o contrato expira, o serviço não será mais ofertado no Hospital.