LUTA CONTRA: A AIDS No Vale do Iguaçu, pacientes descobrem doença tarde demais

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Atualizado há 7 anos

Embora a informação esteja disponível, na palma da mão, tem quem ainda não saiba usá-la da maneira correta. Ou a ignoram completamente ou a esquecem. Por isso, mais do que nunca, hoje, Dia Mundial de Luta contra a Aids, sobram motivos para ficar atento. Os casos da doença sobem, muda o perfil das vítimas e sim, ainda se morre de Aids.

Em Porto União, conforme dados da Vigilância Epidemiológica, neste ano, até novembro, oito novo casos da doença foram diagnosticados. Em 2015, foram novos dez. Também neste ano, quatro pacientes morreram, todos, vítimas da Aids.   O programa de atenção atende 55 pacientes – mas apenas 43 seguem o tratamento corretamente. São doentes que recebem os medicamentos – o coquetel – fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Já em União da Vitória, o número é um pouco maior. Estão sendo atendidos, 120 pacientes com a doença. A maioria é adulta.

Teste Rápido

GRsa46971Em apenas 15 minutos, com a “doação” de apenas uma gota de sangue, é possível saber se está com o vírus ou não. O Teste Rápido, disponível praticamente em todas as unidades de saúde do Vale do Iguaçu e acessível em qualquer momento, é uma das ferramentas mais simples, porém mais eficazes, na luta contra a Aids. É que ele permite a identificação precoce da doença. Logo, o tratamento mais cedo. Marly Della Lata, chefe da Epidemiologia de União da Vitória, defende a utilização deste mecanismo como enfrentamento ao vírus. “O teste é uma forma de prevenir. A pessoa que descobre que tem, pode tratar a doença logo, sem perder tempo”, defende. “Além disso, a pessoa fica sabendo que tem e evita de contaminar outras pessoas”, completa.

Tarde demais

Tanto em União quanto em Porto União, há pessoas que jamais compareceram em qualquer consulta ou tratamento. Contudo, é mais grave ainda os casos de pessoas que descobrem que são portadores do vírus transmissor ou da doença ativa, tarde demais. “Quando foi mostrado aos pacientes, à sociedade, de que a Aids tem tratamento, as pessoas relaxaram e a doença voltou a se espalhar”, afirma a infectologista, Suzanne Leite Pereira. Segundo ela, embora realmente a medicina tenha sofrido avanços, a Aids continua sendo uma doença séria, grave. “A gente percebe que são mais os adultos que tem a doença porque os jovens estão bastante informados”, diz.

Hoje, de fato, ter Aids não é sinônimo mais de ter em mãos um Atestado de Óbito. É possível sim, viver bem, por bastante tempo. Mas, obviamente, viver sem a doença, sem a necessidade de tomar coquetéis e ter uma vida mais restrita, é bem melhor. Para quem tem a doença, o dia de hoje é, sem dúvida, de luta, mas também um alerta. “A pessoa que se cuida, pode ter uma qualidade de vida normal. Ela pode viver bastante e bem, mas o importante é fazer o exame para saber se está ou não contaminada”, conclui.

Ações

As secretarias de Saúde de União e Porto União, apoiado por várias entidades, promovem juntas, hoje, uma caminhada para lembrar a data. Ela começa às 10 horas, com concentração às 9h30, no INSS, no centro. O pedido da organização é para que a comunidade que vai participar, vá usando roupas vermelhas e brancas. Haverá um posto móvel de orientações no “cruzo” da linha, entre a Manoel Ribas e Matos Costa. Ao longo do mês, ainda, haverá uma intensificação dos Testes Rápidos, em todas as unidades de saúde.