No Brasil, 9% da população convive com o Diabetes

Doença pode ser evitada com alimentação adequada e a prática de atividade física

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Atualizado há 5 anos

Um pedaço de bolo, um brigadeiro cheio de confeito. Toda essa doçura pode não ser assim, tão açucarada para quem convive com a Diabetes. E não são poucas as pessoas que enfrentam a rotina de exames, de cuidados e do consumo de medicamentos de controle. Atualmente, a Diabetes é a mais comum das doenças não transmissíveis com elevada prevalência e incidência crescente. Segundo dados do Ministério da Saúde, divulgados no ano passado, cerca de 9% da população brasileira convive com a doença em todo o Brasil.

Os brasileiros, de fato, amam um docinho: dados do Ministério mostram que o País consome 50% a mais de açúcar do que o recomendado, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Isso significa que, por dia, cada brasileiro, consome em média 18 colheres de chá do produto, quando o recomendado seria até 12. Isso tem impactado no aumento do diabetes nos últimos anos, que de acordo com a Pesquisa Vigitel 2017 (a Vigitel é um sistema de segurança e controle deste tipo de informação, dentro do Ministério da Saúde) cresceu 54% nos homens e 28,5% nas mulheres. Outra doença que tem crescido entre os brasileiros, e que está relacionada com o alto consumo de açúcar é a obesidade. A condição clínica subiu mais de 60% nos últimos 11 anos. É um efeito dominó, mas que pode ser parado a partir de uma mudança no estilo de vida.

O cardiologista da Secretaria de Estado da Saúde, André Ribeiro Langowiski, afirma que o alerta é sempre oportuno (daí a necessidade de um dia específico de campanha). Conforme ele, em 2016, apenas no Paraná, 7.201 pessoas foram internadas e 3.472 morreram em função da doença. “O diabetes pode ser evitado com alimentação adequada e a prática de atividade física”, afirma. “O Diabetes tem se tornado cada vez mais comum e basicamente por conta do estilo de vida”, completa.

Sobre a doença

O Diabetes é classificado em dois tipos, o I e o II. O tipo I, na qual ocorre a falência da produção de insulina pelo pâncreas, inicia-se geralmente antes dos 40 anos, sem relação com a obesidade e o único alerta é o histórico familiar. Já o tipo II surge geralmente após os 40 e, além do histórico familiar, tem na obesidade um fator de preocupação. “A doença é basicamente um excesso de açúcar, ou glicose, no sangue. Ele acontece por falta de insulina, e é mais comum nos jovens, por exemplo, e no caso do tipo II, é quando tem o excesso de insulina, onde o organismo não metaboliza todo o açúcar. Tendo excesso de açúcar, começam a aparecer as complicações”, ressalta Langowiski.

Quem recebe o diagnóstico da doença vai precisar mudar de vida – e de rotina. Como não tem cura, mas tratamento, o Diabetes exige uma adaptação de seus pacientes. E isso é para a vida toda. A medida garante que danos mais severos ocorram, como lesões nos olhos, rins, coração, circulação e nervos.

Especialmente no caso do Diabetes tipo II, que não tem ligação com o histórico familiar, a manutenção do peso adequado, da alimentação equilibrada e da atividade regular, ajudam no retardamento da doença e até na prevenção dela.

INSULINA

A insulina é um hormônio produzido no pâncreas que é responsável por levar a glicose que está no sangue para o interior das células para que seja usada como fonte de energia, de gordura nas células e de proteína nos músculos. Quando a produção deste hormônio é insuficiente ou ausente, como ocorre no Diabetes, o açúcar se acumula no sangue e na urina, provocando complicações

Atendimento na rede SUS

A política do Sistema Único de Saúde (SUS) monitora e auxilia os pacientes de Diabetes. A ação é gratuita e garante, além da distribuição dos medicamentos de controle, orientação especial. Na rede, os diabéticos são assistidos pelo programa Hiperdia, que cuida também de quem tem pressão arterial descompensada, daí o nome do projeto.

Dia 14 de novembro: Dia Mundial do Diabetes

A data, lembrada com ações no mundo todo, alerta para o impacto da doença, estimula as políticas públicas que favoreçam e possibilitem aos portadores da doença viver mais e melhor e promovem o diagnóstico precoce. A data foi escolhida para homenagear Frederick Banting que, junto com Charles Best, concebeu a ideia que levou à descoberta da insulina em 192

Cada brasileiro, consome em média 18 colheres de chá do produto, quando o recomendado seria até 12