Sea bienvenido, doutor!

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Atualizado há 11 anos

Por Sandro Alberto Gomes

Duas médicas patricinhas, que com certeza estudaram em escolas particulares a vida toda, filhinhas de papais que bancaram as altas mensalidades e, com quase certeza não sabem como entubar um paciente, jamais aceitariam a vinda de um médico cubano, que deve entender muito mais de medicina do que elas, que não gastou nada para estudar, porque em Cuba o governo banca a educação (de altíssima qualidade) de toda a população. As doutoras deviam se envergonhar por vaiarem tal profissional! Afinal, receberam educação de primeiro mundo.

Pero, la opinión de las “dotoras” no eres la misma de nossotros!!! Mas que sirva de alerta para nossa “presidenta” Dilma: investir na formação de médicos brasileiros de qualidade, em universidades federais, com acesso mais amplo, é de suma importância. Quem pode pagar mensalidades de R$ 3 mil para fazer medicina? Eu mesmo, sempre sonhei em ser médico. Grande parte de meu ensino médio foi voltado a isso. Fiz curso de auxiliar de Patologia Clínica, no saudoso Madre Teresa, em Francisco Beltrão (PR). Por um motivo ou outro, acabei no jornalismo, mas sempre ligado à saúde.

O que me deixa indignado é saber que essa barreira de jalecos brasileiros vem de longa data. Meu bisavô, formado em Medicina pela Universidade de Coimbra, uma das melhores do mundo, não pode exercer a profissão que amava quando veio morar no Brasil, lá pelos idos de 1.880, justamente porque já naquela época havia uma máfia muito bem estabelecida no meio da saúde. Sim, eu disse máfia.

Alguém tem dúvida do porque o SUS não funciona como deveria??? Basta entender que a maioria dos médicos brasileiros que lá trabalha, que fizeram Juramento de Hipócrates, de atender bem à população, são os mesmos que têm clínicas ou nelas trabalham e preferem emperrar as filas de atendimento público para aumentar o número de clientes particulares. Duvidam disso??? Vejam o caso do Hospital Municipal São José, de Joinville, que médicos vão receber menos porque não bateram cartão ponto… E o exemplo do Rio de Janeiro, onde médicos batem o cartão digital e vão embora, sem trabalhar???

Com todo o respeito aos inúmeros amigos médicos que tenho – muitos deles estudaram comigo no Madre Teresa e, acredito, não praticam este tipo de falcatrua com a população -, mas é preciso colocar ordem na casa. Esta é minha opinião. É o que enxergo. Quem quiser contra-argumentar, sinta-se à vontade. Afinal, vivemos num estado democrático de direitos. Já em Cuba…

Sandro Alberto Gomes é Jornalista em formação