UNIDADE ONCOLÓGICA: 790 horas de voluntariado

Aberto em 2004, espaço fica no Hospital São Braz, atende pacientes de toda a região, em uma rede de solidariedade e tratamento. Apoio da Rede Feminina aparece como protagonista

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Atualizado há 5 anos

(Fotos: Jaqueline Castaldon).
Unidade Oncológica, anexa ao Hospital São Braz de Porto União (Fotos: Jaqueline Castaldon).

O remédio para o tratamento do câncer também vem da alma. É assim que a Rede Feminina – Casa Bebel, trabalha em prol dos pacientes oncológicos que são atendidos diariamente na Unidade Oncológica anexa ao Hospital São Braz em Porto União. O atendimento é custeando pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e convênios com prefeituras, atingindo a demanda tanto do Planalto Norte Catarinense e região Sul do Paraná.

Tudo começou ainda em 2004, quando o projeto ainda estava no papel. O tempo passou, aquela ideia se tornou realidade e desde 2005 as meninas de rosa percorrem cadeira a cadeira, levando acalento para a alma, apoiando no quer for preciso. Às vezes, apenas um abraço é suficiente. “Não importa de onde o paciente vem, se ele está lá, ele vai ser atendido pela rede”, explica a presidente da casa Márcia Martins.

A sede física da Rede Feminina em Porto União é dentro da Unidade oncológica. Além de todo cuidado e atenção com o paciente, a Rede oferece quando necessário, peças de roupas, lençóis e tolhas sem custo algum. O atendimento é proporcionar o bem-estar durante o processo. Quinze voluntárias se revezam todas as manhãs para o trabalho dar certo. “Nós olhamos o paciente, os médicos e enfermeiras fazem a sua parte, nos estamos lá para escutar, oferecer algo diferente, cuidamos da saúde da alma”, lembra Márcia.

Voluntárias da Rede Feminina de Combate ao Câncer
Voluntárias da Rede Feminina de Combate ao Câncer

Atendimento

Até chegar na sala de quimioterapia vários exames, consultas e até cirurgias já foram feitas, e é ali, naquele remédio na veia que renasce a esperança da recuperação.

Alguns tratamentos duram meses, com visitas semanais ou diárias a unidade oncológica. Outros, realizam o procedimento uma vez por mês ou a cada 21 dias.

Além da diferença nas reações dos pacientes, o remédio e seus efeitos também mudam a cada caso. Alguns, mesmo recebendo a quimioterapia não perdem os cabelos, outros, já nas primeiras sessões percebem a diferença.

Apesar de todas as diferenças, as histórias são parecidas. Alguns já fizeram tratamento há anos e agora por força do destino retomam a rotina.

Outros estão começando. A reportagem esteve por lá, ouviu relatos, conheceu histórias e acompanhou vitórias. No dia de nossa visita, uma mulher moradora de Irineópolis, que ao lado do marido, bastante emocionada deu início ao seu tratamento oncológico contra o câncer de mama.

A sala é grande, tem várias cadeiras e camas. Tudo depende de como está o paciente no dia da sessão. Ele escolhe, se prefere deitar-se ou aguardar sentado. Ao lado da maioria, um acompanhante, filhos, netos, amigos e companheiros que se revezam para acompanhar a sessão.

oncologia 2

A Unidade oncológica absorve pacientes de diferentes regiões. É comum encontrar pessoas de Itaiopólis, Mafra, Três barras. Uma dessas pacientes, a dona Otília, inclusive levou bolo para os demais. Afinal, ela teve uma comemoração em dose dupla, o aniversário de 83 anos e a penúltima quimioterapia após tratamento iniciado em outubro do ano passado. Ela não poupou elogios ao hospital. “O hospital é muito bom, não tem melhor. As enfermeiras e aquelas de rosa são muito queridas”, disse.

Dona Otília não perdeu o cabelo, e isso é comum por lá. Tudo depende do tipo de medicamento que está sendo usado.

Dona Otília
Dona Otília comemorou seu aniversário e a penúltima quimioterapia no mesmo dia

Muitos precisam voltar depois de algum tempo do tratamento, caso de Rosane Levandoski que voltou após sete anos. “Você acha que está curada por ter feito o tratamento certo. Eu nos primeiros dias fiquei anestesiada. Aí você pensa o que eu tenho que fazer? Eu tenho que lutar, eu graças a Deus tenho muito apoio, é mais fácil seguir em frente”, lembra ela que pela segunda vez enfrenta um câncer de mama.

As experiências conhecidas naquela sala, aumentam a esperança na cura. Durante a permanência da reportagem lá, acompanhamos um parabéns para quem estava terminando o tratamento. Naquele dia, eram quatro pacientes que estavam na última ou penúltima sessão.

Outro paciente, seu Mario é de Três Barras, e estava orgulhoso porque conseguiu ficar sozinho durante a semana para receber o tratamento. Somente na primeira sessão da semana, que foi na segunda-feira, a esposa o acompanhou. Nos outros dias ele fez questão de ir sozinho para também não mudar a rotina da casa e de seus três filhos. “Eu estou bem, e ela ficou lá cuidando das crianças, tem a escola e tudo mais”, falou.

Seu Maio, paciente da Unidade Oncológica
Seu Mario, paciente da Unidade Oncológica

Além das visitas diárias a unidade, as voluntárias da rede também realizam a visita nos quartos do hospital São Braz de pacientes que estão internados devido suas neoplasias.

Os pacientes cadastrados na Rede Feminina recebem ainda as visitas domiciliares. As voluntárias vão até a casa do paciente e oferecem outros serviços profissionais, como tratamento psicológico.

Se for preciso, a rede também empresta equipamentos para melhorar o atendimento desse paciente. São camas hospitalares, cadeiras de banho e de rodas por exemplo, sem custo algum. Neste caso, os empréstimos são feitos a pacientes somente de União da Vitória e Porto União.

Pacientes cadastrados no mês de março na Rede

Porto União 666
Em atendimento96

União da Vitória – 1.131
Em atendimento – 205


Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer – INCA 2018 serão:

300.140 neoplasias novas em homens
282.450 neoplasias novas em mulheres


(Fonte: MS / INCA / Estimativa de Câncer no Brasil, 2018).
(Fonte: MS / INCA / Estimativa de Câncer no Brasil, 2018).