A cada oito dias, um acidente. O dado é relativo ao ano de 2020 na Avenida dos Ferroviários, a conhecida Perimetral, em Porto União. É, mas nos últimos anos, a média de acidentes chegou a cada quatro dias, um novo registro.
O tema foi apresentado na Sessão da Câmara de Vereadores do dia 8. Com dados fornecidos pela Polícia Militar de Porto União, o vereador Fernando Alves (PSDB) enfatizou o perigo que o trecho oferece aos usuários. “Tenho uma loja na Avenida e presenciei nos últimos anos muitos acidentes, seja com vítimas ou apenas danos materiais”, disse.
O vereador acredita que é necessária a busca por alternativas para amenizar o numero de acidentes no trecho.
“Levei a Câmara o tema, pois o assunto é muito sério e precisamos encontrar alguma alternativa para que os dados caiam ainda mais”, afirmou.
Os dados
O levantamento leva em conta os últimos cinco anos e compreende ao trecho do Trevo de acesso ao bairro São Pedro, na conhecida rotatória da Reunidas ao 5º Batalhão de Engenharia e Combate Blindado (5º BEC), já no bairro Santa Rosa.
2020 foi o ano que apresentou o maior intervalo de acidentes. A média foi de um acidente a cada oito dias, sendo 24 com danos materiais e 20 com vítimas.
Em 2016, a média foi de um acidente a cada seis dias, sendo 39 com danos matérias e 22 com vítimas.
No ano seguinte, a média foi de um acidente a cada cinco dias. Foram registrados 44 acidentes com danos matérias e 13 com vítimas.
Um acidente a cada quatro dias foi a média de 2018. Neste ano, foram registrados 51 acidentes com danos matérias e 30 com vítimas.
Já em 2019, a média ficou em um acidente a cada sete dias. Foram 25 com danos matérias e 29 com vítimas.
Os cinco anos de levantamento correspondem a 183 acidentes somente com danos matérias e 114 com vítimas.
O que diz a Polícia?
Para o Setor de Trânsito da Polícia Militar de Porto União é necessária uma avaliação de cada caso, ou seja, os registros envolvem aspectos diversos.
“Os números são muito altos, todos preocupam, porém, os que resultam em vítimas nos levam a uma reflexão, algo precisa ser feito, a frota de veículos aumenta anualmente, a falta de manutenção e preservação da sinalização, pista de rolamento e motoristas muitas vezes mal preparados são alguns fatores”, disse o Cabo Ferreira, responsável pelo Setor de Trânsito da PM.
Um debate mais amplo e a consciência por parte da população são mecanismos importantes para amenizar o problema, segundo a Polícia. “Campanhas educativas em todos os setores, audiências públicas para ouvir os motoristas e aplicar as mudanças necessárias, sinalização eficiente e um profissional na área de trânsito fazer um estudo minucioso do trecho e aplicar as alterações necessárias para melhor fluidez do trânsito”, finalizou.
E o Setor de Trânsito Municipal?
Para o Departamento Municipal de Trânsito (Demutran) é necessário um estudo para verificar as causas de acidentes no trecho. O setor não possui dados de cada um dos acidentes e reforça que vários fatores podem ter ocasionado os registros. “Existem estudos que 90% dos acidentes no Brasil tem como causa a falha humana, mas sabemos que problemas mecânicos e até mesmo a sinalização fazem parte dessas estatísticas”, disse Ivan Andrukiu, diretor Geral do Demutran.
O Demutran confirmou que está sendo feito um estudo com base no Código de Trânsito Brasileiro (CTB) para alterações no trânsito na Avenida Perimetral.
“Estamos com a Secretaria de Planejamento realizando um estudo dentro do CTB para fazer as alterações nessa via com o intuito de buscar soluções que possam diminuir esses acidentes”, destacou Andrukiu.
Alguns dos casos
Em 21 de janeiro de 2019, uma mulher ficou presa às ferragens em um acidente que envolveu um veículo Peugeout e uma caminhonete F250. O Peugeout teria saído de uma borracharia, feito a conversão para seguir em direção ao 5º BEC.
Momento que a caminhonete que avançava no sentido contrário não conseguir frear e bateu fortemente.
Outro caso também de 2019 foi uma batida frontal entre um Renault Sandero e um Citroen C3, ambos com placas de Porto União. A motorista do Citroen C3 foi imobilizada pelo Corpo de Bombeiros e conduzida ao Hospital São Braz.
A condutora do Renault Sandero, de 21 anos, também foi conduzida ao hospital.