Ciclista é atropelada e motorista foge do local

Acidente aconteceu no sábado, 10, na região do Pintado em Porto União

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Atualizado há 3 anos

“Graças a Deus estou viva”. A frase faz parte do desabafo de uma ciclista que foi atropelada no sábado, 10, na região do Pintado, interior de Porto União. Ela estava acompanhada por um colega de pedal.

Pelas redes sociais, Veridiana dos Santos, de 34 anos, agradeceu a ajuda e o engajamento de amigos e conhecidos com mensagens de apoio. Nas lembranças o desfecho triste de um pedal que estava marcado para ser um recomeço. “Eu voltei para União há um mês, justamente pensando em voltar ao pedal” comenta a atleta, que começou a participar de competições de ciclismo em 2010.

Estragos causados na bicicleta.
Estragos causados na bicicleta.

Pela rotina de trabalho em Joinville, Veridiana pedalava apenas por lazer. Neste mês de retorno às origens, participou de três pedais, dois concluídos com sucesso. O terceiro, com destino à região da Lança, resultou em seu acidente.

Ela e o colega, Elvis Moretti, saíram às 14h30 do bairro Santa Rosa, em Porto União. O percurso escolhido foi o da estrada de chão até São Martinho, no morro que abriga a pista para voo de parapente.

O acidente

A rota escolhida para a volta foi a da BR-280, principalmente pelo cansaço da atleta. A ideia era dar maior agilidade para o retorno, pedalando por um trajeto que demandasse menos tempo para chegar em casa. “Estávamos no acostamento, seguindo. Passamos a fundação Hermom e eu vi no relógio de garmim (relógio anexo ao guidão) que eram 18h08 e tínhamos feito cinquenta e poucos quilômetros. Até falei para o Elvis ‘graças as Deus estamos chegando, só mais oito (quilômetros)’. Não deu um minuto e escutei aquela batida. Blammmm (sic)”.

Rota escolhida para o retorno
Rota escolhida para o retorno

Segundo Veridiana, uma camionete Ford/Silverado atingiu a dupla. “Eu voei para o mato e meu colega caiu na pista. Ele machucou o ombro e eu fraturei o antebraço esquerdo em quatro lugares, quebrei o ombro direito e clavícula”.

Foto do veículo que teria atingido Veridiana, segundo a Vítima. Imagem enviada à redação por Veridiana.
Foto do veículo que teria atingido Veridiana, segundo a vítima. Imagem enviada à redação por Veridiana.

Veridiana, conta que o veículo envolvido no atropelamento não parou, mas que o condutor de um outro carro que passava pela região prestou socorro à dupla.

Porém, segundo ela, pouco tempo depois o suspeito de atropelar Veridiana e Elvis teria retornado ao local querendo prestar apoio. A dupla teria visualizado marcas de bicicletas na camionete e sentido odor etílico no motorista. “Ele retornou e disse que passou e parou para ajudar, inclusive se identificado como bombeiro. Mas eu falei para ele que esperaria o atendimento com equipamentos adequados. Quando eu falei isso ele foi embora, estava embriagado”, disse Veridiana.

A atleta foi levada pelo Corpo de Bombeiros de Porto União até o Hospital São Braz. Até o momento, Veridiana passou por dois procedimentos cirúrgicos e um novo, no antebraço, está agendando para a próxima sexta-feira, 16. Também há a previsão de uma cirurgia no ombro da ciclista, porém sem data definida.

Veridiana após o acidente.
Veridiana após o acidente.

Veridiana é professora de Educação Física e pós-graduada em saúde e qualidade de vida. Trabalha há mais de 15 anos em academias. Seu trabalho depende exclusivamente de sua condição física. “Eu preciso ter pernas e braços bons para poder trabalhar”.

A ciclista é professora de educação física. Foto do acervo pessoal de Veridiana.
A ciclista é professora de educação física. Foto do acervo pessoal de Veridiana.

Segundo o médico que atende a atleta, Veridiana precisará de, pelo menos, 120 dias para poder se recuperar. “Eu não consigo fazer nada sozinha, nem mesmo pentear os cabelos”, desabafa. “Não tenho noção de quando vou voltar ao trabalho”, conclui.

O motorista

Veridiana disse que já acionou a justiça contra o suspeito. Segundo ela, tanto a Polícia Rodoviária Federal de Mafra quanto a Delegacia da Polícia Civil de Porto União investigam o caso. À reportagem, o delegado Wellington Gustavo Spiacci, da 23ª Delegacia Regional de Polícia de Porto União, confirmou que o condutor já foi identificado e que as investigações estão avançadas.

O que diz a Lei

Segundo o artigo 304 do Código de Trânsito Brasileiro, um motorista que se recuse a prestar socorro ou a solicitar auxílio de autoridades pode estar sujeito ao pagamento de multa ou a pena de detenção de seis meses a um ano.