Cinco presos são transferidos da UPA de Porto União após revista geral

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Atualizado há 11 anos

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Agentes fazem revista em uma cela feminina (Bruna Kobus/Jornal O Comécio)

Começou às 10 horas de ontem uma revista geral na Unidade Prisional Avançada (UPA) de Porto União. Um dos motivos era a verificação de estrutura física a qual se encontra as celas e outro, talvez o mais significativo, a questão da segurança. “Queremos manter a segurança da Unidade, então a gente faz esse revista para que se alguma coisa for encontrada, que seria para ofender a integridade física tanto dos agentes quanto dos presos, a gente possa fazer a retirada desse material”, comentou o Diretor da UPA, Victor Rafael Ribeiro.

Foram aproximadamente quatro horas de revista e ao longo do trabalho todas as celas da Unidade foram verificadas. Cinco internos, que já haviam feito remoção de outras Comarcas, foram transferidos.

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(Bruna Kobus/Jornal O Comércio)

Nas celas desses detentos estavam escondidos dois espetos artesanais de grande porte, e também algumas armas brancas pequenas, que segundo Victor é normal encontrar durante operações iguais a essa.

“Os presos podem tirar esses materiais tanto da estrutura das paredes, onde estão as ferragens, ou de alguns outros objetos que eles (internos) acabam encontrando e verificam que tem ferro, como a carteira de sala de aula, por exemplo,”, completou Victor.

Mas, o Diretor da UPA reitera. “[…] nem por isso a gente pode generalizar e acabar com as aulas por causa dos presos terem pegado esse material.”

Os dois espetos encontrados pelos Agentes haviam sido retirados de uma carteira escolar. Os internos têm aulas todas as semanas dentro da Unidade Prisional com professoras diferenciadas, que trabalham desde o nivelamento de séries até no processo de alfabetização.

Os presos transferidos não irão mais retornar à UPA de Porto União.

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Mais de 30 agentes participaram da ação (Bruna Kobus/Jornal O Comércio)

Parceiros

A operação contou com a parceria de policias militares de Porto União e também com agentes de Unidades do Sistema Prisional de Mafra e Canoinhas. “Sempre pedimos a ajuda da nossa força irmã, Polícia Militar. Sabemos que às vezes falta efetivo, mas o pessoal sempre apóia a UPA”, disse Victor.

O Diretor da Unidade também explicou que quando as revistas estão sendo programadas, a Unidade deve avisar ao Departamento da Administração Prisional, e eles mobilizam mais efetivo para ajudar na operação.

Suspeitas

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Foram encontrados, durante a revista, artigos suspeitos, que poderiam ser utilizados em momentos de fuga ou, até mesmo, para a defesa do preso. (Bruna Kobus/Jornal O Comércio)

Victor Rafael suspeita que os materiais pudessem estar sendo guardados pelos presos para uma futura fuga. “Os agentes da UPA conseguiram algumas informações de que havia detentos mobilizando a turma para depredar a Unidade, quebrar algumas coisas, então já analisando a situação, preparamos a revista geral em todas as celas. A nossa principal fonte é a observação interna nas reações dos presos, assim conseguimos montar o quebra cabeça.”

Porém, como as revistas são realizadas constantemente na Unidade, fugas não são corriqueiras. “A nossa UPA é um exemplo, trabalhamos sempre para manter a integridade e segurança da sociedade local, mesmo o presídio estar situado na área central de Porto União nossos agentes estão sempre atentos.

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Detentos são vigiados durante regista geral (Foto: Victor Rafael)

Na chagada dos detentos à Unidade é repassada uma série de normativas do Sistema Prisional e também do Código Penal. “Os presos ficam sabendo já no início das informações, do que pode e do que não pode fazer dentro da Unidade, e que eles têm vários direitos, mas também inúmeras obrigações”, contou Victor.

Rafael continua e afirma que “o importante, também, é lembrar os internos de que eles devem ter e exercer condições dignas dentro da prisão durante o cumprimento da pena imposta pela Justiça.”

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(Foto: Victor Rafael)

 

 

Pedaços de cimentos da parede, quando quebrados, são “colados” com uma mistura de cola branca e papel higiênico, para que assim fique imperceptível a deterioração.

 

 

 

 

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(Foto: Victor Rafael)

 

Presos raspam as laterais da grade da cela para fazer a retirada da tranca de ferro. Victor suspeita de que os detentos utilizam esse material para defesa e também supostas fugas. 

 

 

 

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As celas danificadas são prontamente arrematadas durante a revista geral. Algumas celas irão precisar de tintura nova, devido às colagens e também frases que são escritas nas paredes. O dinheiro para essas pequenas reformas é repassado do Conselho da Comunidade à UPA. 

Nas celas que receberão a mão de obra de pedreiros, só vão acomodar os internos novamente, quando as reformas estiverem finalizadas e seguras.