O ex-chefe do Serviço de Fiscalização de Produtos Controlados da 1ª Região Militar do Exército, o tenente Coronel Alexandre de Almeida, foi preso na terça-feira, 23, acusado de participar de um esquema de desvio de armas. O militar era a mais importante autoridade do setor de controle de armas que circulavam no Rio de Janeiro e no Espirito Santo.
De acordo com o que consta no inquérito policial-militar, instaurado pelo Exército, armas desviadas por Almeida eram repassadas ao Guerreiros Escola de Tiro e Comércio de Armas, em Serra, no Espírito Santo. O intermediário era o irmão do tenente coronel, Rafael Felipe de Almeida.
O esquema veio à tona depois que um coronel, que passou para reserva, entregou ao Serviço de Produtos Controlados, uma pistola de calibre 9mm, da marca Taurus. Ao se informar em dezembro do ano passado sobre o destino da arma, o oficial descobriu que a pistola tinha sido repassada ilegalmente para Rafael de Almeida, que a enviou para o clube de tiro.
Após busca e apreensão no clube de tiro, o Exército constatou a existência de um esquema regular de desvio de armas do Serviço de Fiscalização de Produtos Controlados da 1ª Região Militar para o mercado negro. O dono do clube, Marcos Antônio Loureiro de Souza, admitiu que a unidade havia recebido 110 “armas antigas”, que foram recolhidas por ele na própria casa do tenente-coronel e levadas para Vila Velha.
No pedido de busca e apreensão, promotores militares sustentam que os indícios demonstram que “o tenente-coronel Almeida, utilizava-se das prerrogativas de seu posto e sua função para suprimir os procedimentos previstos para a transferência e regularização de armamento, bem como as publicações em boletim de entrada e saída de armamentos, vindo a, em tese, auferir vantagens pecuniárias”.